Você já ouviu falar em DTM?
Pois saiba que as mulheres em idade fértil são as maiores vítimas dessa doença que tem como a dor de cabeça crônica o sintoma mais comum. A DTM, ou Disfunção Temporomandibular, atinge cerca de nove mulheres para cada homem, que acomete os músculos e a articulação que realizam os movimentos da boca. O principal sintoma é a dor de cabeça crônica, porém, o paciente também pode apresentar dores na face, estalos, dificuldade para abrir a boca, mordida desconfortável, inchaço na lateral do rosto e alguns tipos de zumbidos.
“A DTM é um problema crônico que pode ser tratado pelo dentista, porém, como os sintomas são muito subjetivos e podem estar ligados a outros problemas médicos (depressão, dificuldade visual, problemas otológicos), o dentista, muitas vezes, é o último profissional da saúde a ser procurado”, explica o cirurgião dentista Antônio Sérgio Guimarães.
Embora atinja milhões de pessoas no mundo inteiro, a Disfunção Temporomandibular (DTM), entretanto, é uma doença pouco conhecida. São lesões causadas por movimentos desnecessários que fazemos com a boca, hábitos como: mascar chicletes, roer unhas, morder gelo, etc. O bruxismo, o ranger dos dentes que algumas realizam ao dormir, também é um dos fatores que causam DTM.
Estudos recentes revelam que a incidência mundial de DTM é de 3% da população ao ano. Apesar de ser uma incidência baixa, a duração da doença é longa, fazendo com que haja um grande número de pacientes.
Ainda que se trate de uma doença que pode causar dores de cabeça terríveis durante anos, o tratamento para esta doença, quando bem diagnosticada, não apresenta maior dificuldade. “Com uma avaliação clínica bem realizada, que conste de técnicas específicas de diagnóstico, o especialista em DTM irá explorar e analisar de uma maneira ordenada as queixas de dor de cabeça do paciente, recomendando o tratamento necessário não só na sua área como também encaminhando o paciente para outros profissionais”, afirma Guimarães.
Geralmente o tratamento é simples e conservador, feito por meio de terapias caseiras, exercícios, compressas, relaxamento muscular, controle da ansiedade e depressão. Na maioria dos casos é necessária a interação de uma equipe multidisciplinar para o melhor entendimento e condutas específicas nas áreas de: neurologia, psicologia, reumatologia, otorrinolaringologia, endocrinologia e fisioterapia. “O treino para a eliminação desses hábitos, ou a proteção dos dentes e dos músculos para os que apresentam o bruxismo, pode ser a chave para o alívio dos sintomas da DTM”, explica.
O especialista em DTM deve estar apto a diagnosticar todas as dores orofaciais, tratando as que estejam relacionadas a sua área de atuação e encaminhando o paciente quando o tratamento demandar a intervenção de outro profissional de saúde. A terapia para o tratamento só é realizada após a avaliação conjunta e simultânea dos profissionais.
Por Débora Hansen