Auto-medicação
O presidente da Anfarmag RJ, José Urias, defende essa teoria:
– Quando o médico prescreve um remédio, ele coloca a quantidade de comprimidos ou cápsulas que o paciente deve tomar na receita. Se o paciente procura uma farmácia de manipulação para fazer a fórmula ao invés de comprar numa farmácia tradicional, ele recebe exatamente a quantidade de remédio que precisa, acabando com o desperdício e evitando o uso excessivo de medicamentos.
– A sobra de medicamentos em casa faz com que as pessoas tomem um remédio quando acham que estão sentindo os mesmos sintomas da época em que compraram o fármaco. Numa farmácia de manipulação, o farmacêutico tem contato direto com o cliente e tem mais chance de orientar o consumidor e impedir a auto-medicação – acrescenta Urias.
Com o objetivo de transmitir mais confiança aos consumidores e difundir o uso de medicamentos manipulados (alopáticos, homeopáticos e fitoterápicos) a Anfarmag RJ – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais do Rio – lança, em setembro, um selo correspondente ao Programa de Qualificação proposto pela entidade. O programa é oferecido a todas as farmácias de manipulação do estado – que tem a opção de se submeter ou não ao processo – e tem como objetivo adequar os serviços prestados por esses estabelecimentos aos critérios nacionais preconizados pela norma RDC 33/00 – legislação que regulamenta o setor -, capacitar ainda mais os profissionais da área e ampliar o controle de qualidade sobre a matéria-prima e o produto acabado.
Para facilitar a identificação, as farmácias que participam do programa têm o direito de utilizar o selo de qualificação – exposto nas lojas e colado em todos os medicamentos produzidos por elas -, que será renovado a cada ano, bem como sua cor, que se modifica a cada edição. O selo desenvolvido pela entidade é holográfico para evitar falsificações. De acordo com o presidente da Anfarmag – RJ, José Urias Gonçalves, a agência reguladora do município – Vigilância Sanitária – pratica uma fiscalização, mas o programa irá complementar este controle de qualidade dentro das farmácias, através de uma auditagem técnica personalizada. “O teste é feito de forma voluntariosa. As farmácias que aderirem ao programa estarão preocupadas em aprimorar suas atividades e mais do que isso: vão se diferenciar aos olhos do consumidor. As farmácias aprovadas na avaliação receberão um material especial composto por um certificado de qualificação, banners, selos holográficos para os produtos e um de acrílico para os balcões”, afirma Urias.
O programa consiste no cumprimento de três etapas. A primeira funciona como pré-requisito para a farmácia participar do processo e consiste numa auditoria técnica especializada, baseada na legislação específica vigente (RDC 33/2000), realizada por uma empresa de consultoria. Durante a auditoria, a farmácia é monitorada mensalmente, pelo período de um ano, e toda a área do laboratório, incluindo os procedimentos legais, laboratoriais, de manipulação, higiene e de controle de qualidade das matérias-primas e dos produtos finais são verificados. Depois de passar pela auditoria e ser aprovada, a farmácia entra na segunda etapa do programa: capacitação dos profissionais, através de palestras e cursos complementares, aperfeiçoamento gerencial e administrativo e reuniões técnicas realizadas pela Anfarmag – RJ. A terceira e última etapa é a conquista do direito de utilizar o selo de qualificação.
A farmácia que cumpre as cláusulas previamente estabelecidas no contrato e atinge 75% de freqüência em reuniões técnicas e eventos da entidade está apta a receber a certificação e, conseqüentemente, o selo.
Por Renata Moema
A Anfarmag – RJ – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais do Rio Nacional de Farmacêuticos Magistrais, é uma entidade sem fins lucrativos que representa o farmacêutico e as farmácias de manipulação, promovendo e defendendo os interesses do setor perante os órgãos reguladores e, sobretudo, a saúde pública do Brasil. A entidade promove campanhas institucionais em defesa do medicamento manipulado e sua correta adequação à legislação como forma de combater a auto-medicação. A fabricação destes medicamentos depende de prescrição médica. A receita médica possibilita o ajuste das concentrações químicas de acordo com o biotipo e a idade de cada paciente.