Saúde no compasso do samba
O excesso de samba, sem os devidos cuidados, pode causar diversos tipos de lesões. As mais comuns são: inflamações nos tendões dos pés, tornozelos e pernas; torsões do tornozelo e joelho; dor nas costas por ficar muitas horas de pé e também a desidratação pela pouca ingestão de água e excesso de álcool. “O excesso de impacto nas articulações funciona como uma espécie de ginástica aeróbica de impacto. Se os músculos e articulações não estiverem preparados haverá dor na certa”, diz Dr. Ricon Jr., cirurgião especializado em quadril do Hospital Naval Marcílio Dias.
Cuidados básicos – Os foliões que curtem um ritmo mais acelerado no carnaval devem se preparar ao longo do ano fazendo atividades físicas regulares. Além, de usar roupas leves e beber muita água. Outro cuidado importante é com o uso do calçado, que deve ser sempre confortável. Para as mulheres, sejam amadoras ou profissionais do samba, a atenção com o uso de salto alto precisa ser redobrada. “O salto alto é essencial para a elegância e sensualidade das mulheres, mas também é prejudicial. Os saltos mais estáveis, tipo plataforma, causam menos danos que os mais finos, além de dar maior equilíbrio ao corpo”, alerta o Dr. Ricon Jr.
Os riscos da obsessão por um bumbum sarado – As atividades físicas são mais do que recomendadas, mas vale lembrar que as mulheres que exercitam excessivamente os glúteos em busca de um bumbum perfeito estão mais sujeitas a apresentar o que os ortopedistas chamam de Síndrome do Piriforme ou, em uma descrição mais leiga, “Síndrome do Bumbum Sarado”. “Trata-se de uma patologia pouco comum, mas que tem uma incidência aumentada em mulheres entre 20 e 50 anos que malham com muita intensidade os músculos da região das nádegas e coxas”, diz o Dr. Ricon Jr. Segundo o especialista, a Síndrome do Piriforme é o resultado do encarceramento do nervo isquiático, ou ciático, como é mais conhecido, pelo músculo piriforme, na sua saída da pelve para a região glútea. Quando esse músculo é hipertrofiado, pode haver uma inflamação do nervo ciático, o que provoca muitas dores e complicações.
Por Leonardo Pessanha, Ayla Ueda e Rachel Gomes Antunes