Uma das grandes preocupações de homens e mulheres é como manter um coração com saúde  e livre do risco de doenças como o infarto. E uma das medidas mais propagadas para garantir uma vida mais saudável a este órgão muscular  é manter uma dieta adequada. Mas afinal o que seria uma alimentação saudável para o coração?

Durante muitas décadas, os cardiologistas recomendavam medidas básicas e que se tornaram extremamente conhecidas, tais como manter uma dieta com alimentos com baixo teor de gordura e colesterol. Mas com o tempo isso foi se modificando e muitos estudos passaram a apontar que comer alimentos com colesterol não tinham muita influência sobre os níveis desta substância no sangue. E que ingerir alimentos processados, muitos com o indicativo de ‘’baixo teor de gordura’’ na embalagem era extremamente prejudicial à saúde.

Mas o que fazer então para manter a saúde cardiovascular? Existem 6 dicas que garantem uma dieta saudável e um coração funcionando bem. São elas:

.Tenha prazer no que come

.Evite alimentos processados

.Cuidado com a porção

.Coma vegetais

.Faça refeições em casa

.Encontre a sua dieta

Ame a dieta e o coração

Para o médico  cardiologista e nutrólogo Juliano Burckhardt, titular  da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da  Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), “a alimentação cardioprotetora é indicada para a promoção da saúde no sentido de prevenir que uma pessoa que tenha um fator de risco, obesidade, hipertensão, diabetes e dislipidemias, não venha a desenvolver uma doença cardiovascular.’’

E entre as boas práticas para uma dieta saudável para o coração, se encontra uma dica importante: é preciso gostar do que se está ingerindo! Porque se você não sente prazer nos alimentos, dificilmente conseguirá realizar  uma reeducação alimentar e seguir qualquer dieta.

 “Não agimos bem quando nos sentimos privados, e se você está comendo comida de que não gosta, está se preparando para o fracasso. Encontre um estilo de alimentação saudável que você adore e que corresponda ao que você goste. Existem muitas opções saborosas e saudáveis demais para se contentar com alimentos que você não gosta”, diz o médico cardiologista e nutrólogo.

Outra dica de ouro é evitar alimentos processados, como diz o dr. Juliano:

 “Alimentos altamente processados são os principais contribuintes para a obesidade, diabetes e epidemias de hipertensão. Existem várias definições, mas o que caracterizamos como alimentos processados são aqueles industrializados, geralmente ricos em açúcares adicionados, como xarope de milho com alto teor de frutose ou grãos refinados, por exemplo, farinha branca ou arroz branco ou ingredientes químicos que realçam o sabor a fim de torná-los hiperpalatáveis. Esses alimentos geralmente contêm muitos ingredientes que você não reconheceria como alimentos, como conservantes e outros produtos químicos. Cuidado inclusive com produtos ‘fit’, ‘light’, ‘zero’ e ‘diet’, que podem ter menos calorias, mas um maior teor de produtos químicos adicionados”.

É bom evitar também carnes processadas e frituras.

“Embora fazer pequenas mudanças ao longo do tempo seja uma estratégia eficaz para resultados duradouros, eliminar alimentos processados por um período de tempo,de uma semana a um mês, pode ajudar a redefinir suas papilas gustativas e colocá-lo no caminho mais rápido”, explica o médico.

Olha a porção da dieta!

Outra coisa, uma dieta saudável para o coração inclui comer menos. Pois é, essa não é uma dica muito popular, mas também é importante. Por isso…fique de olho nas porções de comida que você põe no seu prato! Mesmo se for uma alimentação  saudável, ficar atento à quantidade é fundamental, como afirma o dr. Juliano:

 “Reduza o ritmo, coma com atenção e sirva as refeições em pratos menores. Inclua fibras, gorduras boas e proteínas magras, pois a digestão é mais lenta. Essas são estratégias comprovadas para diminuir a quantidade de comida sem sentir que está com fome”.

E já que falamos de alimentação saudável, não se esqueça de colorir o seu prato com vegetais!

 “Todo especialista respeitável recomenda que vegetais e folhas devem ser uma grande parte de sua dieta. Isso não significa que você precisa ser vegetariano, mas o simples ato de colocar vegetais na maioria das refeições pode fazer maravilhas pela saúde do seu coração”, acrescenta o médico.

Entre os vegetais que ajudam o coração estão:

.Espinafre

.Couve

.Brócolis

.Rúcula

.Agrião

Dieta para cada coração

No mundo corrido de hoje é muito comum as pessoas fazerem duas, às vezes até 3 refeições por dia na rua, apelando inclusive para os indefectíveis ‘’fast food’’. Mas quebrar este paradigma pode ser uma boa para a saúde cardiovascular. Uma pesquisa publicada este ano no periódico britânico  Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics revelou que comer fora de casa com muita frequência está ligado a um maior risco de morte por várias causas, entre estas as doenças do coração.

 “Os benefícios de cozinhar o próprio alimento são indiscutíveis. Alimentos de melhor qualidade, custo mais baixo, um vínculo mais forte com os entes queridos e escolhas mais saudáveis são apenas alguns dos benefícios das refeições caseiras. Você não precisa ser um chef de cozinha para colocar alimentos nutritivos e de boa qualidade na sua mesa. Comece com uma ou duas refeições caseiras que você goste e possa preparar rapidamente. Além disso, pratique a alimentação consciente. Não desanime com o termo. Simplesmente preste atenção enquanto come, saboreie cada mordida e pare quando estiver quase cheio”, comenta o dr. Juliano.

E uma última, e talvez mais importante dica: não existe uma dieta ‘’certa’’ para todas as pessoas. Assim como tratamentos médicos e remédios idênticos podem ter respostas diferentes entre cada paciente, o mesmo princípio norteia a alimentação. Cada pessoa deve criar e seguir a dieta que lhe for mais confortável e apropriada. “ Embora uma pessoa possa ter resultados surpreendentes com uma determinada dieta, isso não significa que você terá os mesmos resultados. E só porque uma dieta não funciona para você, não significa que você falhou, pode apenas significar que a dieta não era certa para você”, conclui  o médico.

Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e do médico:

Dr. Juliano Burckhardt / Cardiologista e Nutrólogo