Entendendo a pressão alta
A pressão alta, doença multifatorial, traz uma série de riscos à saúde e pode ser controlada com dieta adequada e prática de exercícios físicos
Por: Equipe Marcio Atalla
Ouve-se muito por aí sobre pressão alta. E é difícil não conhecer alguém da família ou um amigo que sofra desse mal ou que pelo menos se previna dele. E por que essa condição, também chamada de hipertensão, é tão perigosa?
“Essa é uma doença multifatorial caracterizada pela elevação da pressão sanguínea dentro dos vasos arteriais, que quando não controlada leva a danos em órgãos alvo. A causa mais comum é a hipertensão arterial primária (sem causa evidente), mas existem fatores que elevam a pressão, como obesidade, ingestão de alimentos ricos em sal, excesso de álcool, apneia obstrutiva do sono, sedentarismo. Existem também causas de hipertensão arterial secundária, resistentes, que devem ser investigadas”, explica Roberto Moretti Secomandi, cardiologista da On – Centro Integrado de Evolução Corporal.
Como a pressão sanguínea funciona
O coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio de tubos chamados artérias. Quando o sangue é bombeado, ele é “empurrado” contra a parede dos vasos sanguíneos.
Se o sangue encontra qualquer resistência enquanto circula por seus vasos sanguíneos, ele faz mais força contra as paredes de suas artérias, aumentando a pressão arterial e fazendo com que seu coração tenha que bater ainda mais forte.
Poucos passos rumo a doenças cardíacas e derrame. Além do risco de desenvolver problemas nos rins, olhos e sistema nervoso. Visitas regulares ao especialista e verificação constante dos níveis não são dispensáveis, especialmente em casos de fumantes e adeptos do álcool.
Lembrando sempre que o valor sistólico (maior) deve estar abaixo de 120 e o valor diastólico (menor), abaixo de 80. Quando esse nível está acima de 139 x 89 mmHg, o paciente já considerado hipertenso.
Pressão sistólica: pressão do sangue sobre as paredes quando o coração bombeia o sangue.
Pressão diastólica: pressão do sangue entre uma batida do coração e outra.
Problemas causados pelo aumento da pressão
• Retinopatia hipertensiva, lesão vascular na retina;
• Acidente vascular cerebral;
• Insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio, dentre outras.
Como é feito o diagnóstico
A pressão é medida nos dois braços por três vezes, então o primeiro resultado é descartado e é feita uma média dos valores.
Exames complementares, como o MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial) e o MRPA ( monitorização residencial da pressão arterial), podem ser requisitados, explica o médico.
Se confirmada a hipertensão deve ser procurado um cardiologista.
Pressão alta pede mudança de hábitos
Para diminuir os níveis de pressão, é preciso adotar hábitos mais saudáveis, como:
Controle do peso corporal e reeducação alimentar
“Existe hoje um padrão de dieta indicada para o hipertenso que se chama DASH (dieta rica em fibras, hortaliças, frutas, minerais e laticínios com baixo teor de gordura) e devem ser evitados alimentos com alto teor de sal, no máximo 5 gramas”, fala Secomandi.
Diminuição da ingestão de álcool
O consumo diário acima de duas doses de álcool (aproximadamente 20 g) para o homem e uma dose (aproximadamente 10 g) para a mulher provoca o aumento da pressão arterial.
Portanto, para manter a pressão controlada, é preciso manter o consumo de bebidas alcoólicas dentro desses parâmetros.
Prática de atividade física
“Deve ser prescrita atividade física aeróbica com moderada intensidade, de 150 a 300 minutos por semana, divididos em no mínimo três dias complementado pelo exercício resistido. Isso consegue uma diminuição de aproximadamente 8 mmHg na pressão arterial sistólica e 5 mmHg na diastólica. Porém, deve-se evitar o início da atividade física com pressão arterial acima de 160 x 105 mmHg”, orienta Secomandi.
Por fim, caso necessário, medicação anti-hipertensiva pode ser receitada
“Caso se trate de hipertensão arterial primária provavelmente os medicamentos serão necessários de forma contínua. No entanto, as adequações dos hábitos de vida podem ser suficientes para diminuir a quantidade de medicações, dose ou até cessar o uso”, diz.
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