Exercício contra o Alzheimer
De uma maneira geral, a doença de Alzheimer atinge pessoas com mais de 65 anos de idade
Por: Equipe Marcio Atalla
Praticar exercícios físicos regularmente previne a doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer,também conhecida como Mal de Alzheimer,é uma das mais conhecidas doenças neurodegenerativas, que ataca várias funções cerebrais. O paciente diagnosticado com Alzheimer vai , aos poucos, perdendo a capacidade de continuar realizando algumas das utilidades do cérebro ,principalmente aquelas relacionadas à memória, à capacidade de falar, do pensamento subjetivo e até dos cuidados com si próprio.
O Mal de Alzheimer geralmente é provocado por problemas no processamento das proteínas que abastecem o cérebro com os nutrientes necessários ao bom funcionamento da atividade cerebral. Quando essas proteínas são usadas e eliminadas de forma indevida, alguns resíduos ficam entre os neurônios, agindo como elementos tóxicos e contribuindo para que o cérebro deixe de funcionar da maneira adequada. Caso o problema ocorra no hipocampo, por exemplo, a função da memória do indivíduo é que será mais atingida.
O Alzheimer é considerada uma doença crônica e pode levar um tempo de progressão, até se manifestar, de 8 a 12 anos.
Mas a boa notícia é que estudos recentes apontam que praticar exercícios físicos pode impedir o aparecimento da doença.
Sintomas do Alzheimer
A doença foi batizada para homenagear o médico neurologista alemão Alois Alzheimer, que foi quem detectou pela primeira vez esta enfermidade no início do século XX, descrevendo em detalhes seus sintomas.
E estes sintomas do Mal de Alzheimer ocorrem em 4 fases,com cenários clínicos distintos.
Na primeira fase podem aparecer os seguintes sintomas:
.Perda de memória, até de fatos que acabaram de acontecer
.Dificuldade de aprendizagem
.Confusão e perda do sentido de direção até em locais conhecidos
.Alterações de humor e na personalidade
.Falta de interesse em atividades prazerosas
.Dificuldade de visão
Na segunda fase da doença surgem:
.Dificuldade de fala
.Alucinações
.Agressividade
.Repetição das mesmas perguntas sempre
.Perda de coordenação motora
Na terceira fase os sintomas seriam:
.Dificuldade de engolir os alimentos
.Incontinência urinária e intestinal
.Comportamento inadequado em público
.Dificuldade de andar
E na quarta e última fase o paciente pode:
.Ficar mudo
.Não reconhecer mais parentes ou amigos
Quem sofre de Alzheimer?
De uma maneira geral, a doença de Alzheimer atinge pessoas com mais de 65 anos de idade, mas em alguns casos até mesmo pessoas abaixo desta faixa etária podem apresentar os sintomas. Nesses casos, a doença é categorizada como Alzheimer precoce. Outra particularidade é que em geral mulheres são mais afetadas que os homens, na proporção de 2/3 para 1/3.
O Mal de Alzheimer não é hereditário, mas já existem casos relatados em pesquisas científicas, que indicam que a doença pode passar de geração para geração, mas isso ainda exige um maior acompanhamento médico para comprovação definitiva.
Uma outra característica desta doença é que o Alzheimer pode evoluir para outra enfermidade cerebral, a demência.
O Mal de Alzheimer não tem cura e os remédios que são utilizados no tratamento, servem para amenizar os sintomas e impedir que novos se manifestem, além de garantir uma sobrevida maior aos atacados pela doença.
Exercícios contra o Mal de Alzheimer
Esta doença incurável afeta hoje mais de 40 milhões de pessoas no mundo sendo 1 milhão e 200 mil só no Brasil, provocando grandes transtornos para a saúde e comprometendo profissionais das áreas de medicina e enfermagem, além dos familiares, que precisam dar grande atenção aos enfermos.
Mas uma notícia traz um grande alento para os portadores da doença. Um estudo mostra que praticar 30 minutos de exercícios físicos 5 vezes por semana, bastam para combater um dos males mais temidos provocados pela doença: a perda da memória.
“Estudos mostraram que incorporar estes exercícios, controlar a alimentação, consumir álcool de forma moderada e não fumar reduzem as chances de desenvolver Alzheimer em até 50%, em média”, afirma o professor Mychael Lourenço, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O estudo foi apresentado durante o evento ‘’UFRJ+100’’, realizado para mostrar os benefícios dos exercícios físicos para combater o aparecimento dos sintomas do Alzheimer ligados à perda da memória.
O professor Mychael Lourenço foi um dos pesquisadores que, em 2019, trouxe uma verdadeira revolução para o combate a esta doença, trazendo uma grande novidade sobre problemas de memória ligados ao Alzheimer. Num trabalho desenvolvido com os também pesquisadores Fernanda de Felice e Sergio T. Ferreira, descobriu-se que um hormônio chamado irisina, normalmente produzido pelos músculos após exercícios, também surgia no cérebro após a prática de atividade física. Segundo revelou a pesquisa, a irisina é uma substância capaz de impedir as falhas de comunicação entre neurônios, fortalecendo a manutenção das memórias.
‘’Existem componentes genéticos que aumentam o risco para Alzheimer, mas, mesmo nestes casos, o exercício físico é benéfico’’, acrescenta o professor Lourenço.
Mas o pesquisador faz um alerta: exercício não é cura para o Alzheimer.
‘’Depois que os sintomas aparecem, o Alzheimer é praticamente irreversível. O cérebro já está em degeneração, mas o que se pode conseguir é um progressão mais lenta da doença, diferenciando perda de memória ocasional com aquela que é causada pela doença.E outras doenças também podem levar a um comprometimento cognitivo leve, causado por estresse, depressão, dentre outras. O problema, que pode indicar Alzheimer, é a perda da memória progressiva, aquela que atrapalha continuamente as atividades cotidianas’’, conclui.
O estudo feito inicialmente com camundongos,chamou a atenção de pesquisadores de outros países e também abre caminho para pesquisas com seres-humanos e traz ainda a possibilidade de produção de medicamentos à base de irisina para aplicar em idosos que não tenham condições de se beneficiar da prática de exercícios físicos para combater a perda de memória.
Contamos com a colaboração da Dona Comunicação e do professor Mychael Lourenço