Coronavírus: os tipos de máscaras e o quanto são eficazes
Com aumento da procura, máscaras cirúrgicas estão cada vez mais em falta no mercado
Por: Equipe Marcio Atalla
O uso de máscaras se tornou obrigatório em muitas regiões da China desde o começo do surto do novo coronavírus. Outros países estão seguindo o exemplo, como a Áustria, que anunciou nesta semana a obrigatoriedade do uso de máscaras em todos os supermercados do país.
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Ao contrário do que muitos pensam, a máscara serve mais para proteger as pessoas ao redor de quem a está usando do que propriamente quem está de máscara. Como os sintomas demoram para aparecer, praticamente todo mundo é considerado um potencial portador do vírus.
Portanto, a lógica por trás da obrigação de usar uma máscara é: se todos aderirem a ela, diminuirá o risco geral de infecção.
Máscaras cirúrgicas para a proteção de pacientes
A máscara cirúrgica, que cobre a boca e o nariz, é usada principalmente por médicos e assistentes para não infectar pacientes na mesa de operação.
Quando quem está usando a máscara tosse ou espirra, a maior parte das gotículas expelidas permanece na máscara.
No entanto, isso só funciona no longo prazo se a máscara for trocada regularmente e descartada de forma higiênica e segura. Na sala de cirurgia, a máscara deve ser trocada pelo menos a cada duas horas. A mesma máscara usada várias vezes pode perder rapidamente a sua função.
Máscaras de tecido também devem ser trocadas com frequência e lavadas com água quente para que os vírus não sobrevivam.
Proteção eficaz é uma combinação de fatores
Quem usa a máscara pode se proteger de uma possível infecção através de gotículas e secreções que saem da boca quando outra pessoa espirra ou tosse, mas de forma muito limitada. Geralmente, o vírus entra no corpo pela boca, o nariz ou pelos olhos, e por isso, a higiene das mãos desempenha um papel importante.
A máscara cirúrgica, combinada com protetor ocular, serve mais como um lembrete constante para evitar levar as mãos ao rosto do que para proteger o usuário de gotículas portadoras do vírus.
Máscaras que oferecem melhor proteção
Além das máscaras cirúrgicas, há também as máscaras que filtram o ar – tanto na versão descartável, feita a partir de fibra de celulose com um elemento filtrante e uma válvula expiratória, quanto de material sintético, à qual é acoplado um filtro.
Elas também são usadas em hospitais quando profissionais da saúde entram em contato com pacientes com doenças altamente infecciosas, e são usadas juntamente com outros EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como protetor ocular, luvas, aventais e macacões descartáveis.
De acordo com as normas da União Europeia, estas máscaras são divididas em três classes de proteção – o chamado fator FFP (Filtering Face Pieces – Peças Faciais Filtrantes, em português).
Máscaras com nível de proteção FFP-1 são melhores do que as máscaras cirúrgicas, mas não oferecem a proteção desejada contra vírus. Elas são úteis, por exemplo, para as pessoas que trabalham com serralheria, carpintaria ou marmoraria, pois interceptam poeiras mais grossas.
Apenas máscaras da classe FFP-3 protegem o usuário de vírus, bactérias, fungos e, quando usadas corretamente, até de substâncias altamente tóxicas, como o amianto.
Em razão da atual escassez dessas máscaras, o Instituto Robert Koch, responsável pelo controle e prevenção de doenças na Alemanha, aconselha, se necessário, o uso de máscaras FFP-2 no caso de doenças infecciosas – algo que, no entanto, é controverso entre médicos.
Orientações da Anvisa
No Brasil, as máscaras seguem a regulamentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Além das tradicionais máscaras cirúrgicas encontradas em farmácias, as máscaras com filtro – também utilizadas pelos profissionais de saúde para a proteção contra gotículas e aerossol – são os tipos N95, N99, R95 ou PFF2.
No dia 21 de março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nota orientando os profissionais da saúde a utilizarem máscaras N95 ou equivalentes por um período maior que o indicado pelos fabricantes, desde que o objeto esteja em bom estado, limpo e seco.
Ainda de acordo com o comunicado, a Agência não orienta o uso de máscaras vencidas, mas indica o uso além do prazo de validade designado pelo fabricante. Isso porque muitos desses produtos têm indicação de descarte a cada uso. A indicação é necessária, já que muitos profissionais relatam baixos estoques para atender os pacientes graves em UTIs.
Como dito anteriormente, mesmo usando a máscara com filtro, a proteção só funciona em conjunto com outras medidas, ou seja, o cuidado rigoroso de higiene ao vestir os acessórios de proteção. Além disso, a limpeza e o descarte seguro de todos os itens utilizados durante o tratamento de pacientes com covid-19, a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, são de igual importância.
Por: Assessoria de Comunicação da Climatempo