Café, coração e saúde

Beber café pode ser uma proteção contra a fibrilação atrial

Por: Equipe Marcio Atalla


Café, coração e saúde

Você gosta de café? Seja pela manhã na primeira refeição do dia, depois do almoço ou no fim da tarde, beber uma xícara de café é uma verdadeira instituição nacional.

E quando se fala de café e saúde do coração, existem muitas teorias sobre a ação da cafeína sobre o sistema cardiovascular.

Mas agora, um novo estudo científico aponta que tomar café pode ajudar a proteger o coração contra um tipo de arritmia cardíaca: a fibrilação atrial.

Quer saber mais? Então siga lendo esta matéria.

 

O que diz o estudo

A pesquisa foi feita por cientistas dos EUA, Canadá e Austrália e envolveu 200 adultos com diagnóstico de fibrilação atrial (FA), um dos tipos de arritmia cardíaca mais comuns.

Uma arritmia cardíaca é uma alteração no ritmo ou na frequência dos batimentos do coração, que ocorre quando há uma anormalidade na formação e/ou condução do impulso elétrico que coordena esses batimentos. Isso faz o coração bater mais rápido ou mais lento, de maneira irregular, em vez do ritmo regular esperado. 

No estudo, durante 6 meses metade do grupo bebeu ao menos uma xícara de café por dia, enquanto o restante não ingeriu café em nenhum momento.

A conclusão da pesquisa revelou que 39% do grupo que consumiu café apresentou um risco menor de nova ocorrência de fibrilação atrial em comparação ao grupo que não consumiu a bebida com cafeína. 

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Café e fibrilação atrial

Mas o que pode explicar o café ajudar a prevenir ou reduzir a recorrência de fibrilação atrial? Quem nos auxilia a entender melhor é a nutróloga Marcella Garcez, com mestrado em  Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUC-PR e diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN):

‘’ O dado mais forte recente vem do DECAF (Does Eliminating Coffee Avoid Fibrillation, JAMA, 9 nov 2025): em pessoas com FA após cardioversão, manter aproximadamente 1 xícara/dia de café com cafeína se associou a menor recorrência versus abstinência. Mecanismos prováveis, ainda não ‘fechados’: bloqueio de receptores de adenosina, efeitos anti-inflamatórios/antioxidantes, pela presença de polifenóis como ácidos clorogênicos e até maior atividade física em alguns perfis’’.

 O interessante é que durante um bom tempo pacientes cardíacos ou com predisposição à doenças cardiovasculares eram aconselhados a evitar a cafeína pelo risco do aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Mas este estudo pode trazer um novo cenário.

‘’Para a maioria das pessoas, o consumo moderado e habitual de café não parece aumentar arritmias e pode até se associar a menor risco em alguns estudos. Importante: há variabilidade individual, gente muito sensível à cafeína pode ter palpitação’’, diz a nutróloga.

Mas o café pode ou não aumentar a pressão arterial?

‘’Agudamente, sim. A cafeína pode causar elevação transitória da PA, principalmente em quem não é habitual. Em consumidores habituais, costuma haver tolerância parcial e, no longo prazo, o risco de hipertensão não aumenta de forma consistente em estudos populacionais. Em hipertensão grave não controlada, a cautela deve ser maior’’, acrescenta a dra. Marcella.

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A quantidade de café por dia

Os resultados do estudo indicam ainda possíveis benefícios do café para o sistema cardiovascular, como por exemplo:

.Tem antioxidantes que combatem inflamações

.Traz mais energia estimulando a atividade física

.Geralmente está associado à melhora na alimentação

Mas é preciso ficar atento à quantidade de consumo de café.

‘’Para a maioria dos adultos saudáveis até cerca de 400 mg/dia de cafeína, somando todas as fontes, costuma ser considerado limite seguro, isso dá, grosso modo, de 2 a 4 xícaras dependendo da preparação’’, indica a médica.

 Outro cuidado é em relação ao horário em que se vai tomar café.

 ‘’Caso o objetivo seja proteger o sono, a orientação prática é: evitar cafeína nas 6 horas antes de dormir, ou mais, se a pessoa for sensível. Em geral, pela manhã e no início da tarde, funciona melhor ingerir o café’’, aponta a especialista.

E a dra. Marcella Garcez finaliza com um recado importante sobre ingestão de café para as pessoas que já tem fibrilação atrial:

‘’Mesmo com resultados promissores, especialistas recomendam cautela. A resposta ao café varia de pessoa para pessoa e alguns podem experimentar piora dos sintomas com o consumo de cafeína. Assim, qualquer alteração na dieta deve ser feita com acompanhamento médico’’.

 

Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Marcella Garcez/Nutróloga

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