Dengue, covid e gripe: quais as diferenças?
Aprenda a identificar os sintomas de cada uma destas doenças
Por: Equipe Marcio Atalla
Uma velha conhecida obriga o Brasil a enfrentar mais um desafio na área da saúde. A dengue está com o número de casos explodindo no país. Só nos dois primeiros meses de 2024, já foram registrados mais de 500 mil casos da doença em várias regiões.
E além da dengue, o Brasil também se vê às voltas com novos casos de Covid-19 e de gripe, provocada pelas tradicionais viroses que aparecem no verão.
E além da ameaça à saúde, isso vem provocando muita confusão, já que grande parte das pessoas fica em dúvida sobre os sintomas específicos de cada uma dessas doenças.
Para ajudar a esclarecer, preparamos essa matéria para você tirar todas as suas dúvidas sobre cada uma destas enfermidades!
O que são
Para começar a elucidar as dúvidas, é preciso entender a definição de cada uma destas doenças.
Quem nos explica é a infectologista, Renata Beranger, coordenadora do Controle de Infecções Hospitalares do Hospital Samaritano Botafogo (RJ).
‘’A dengue é uma arbovirose. Isso quer dizer que ela é uma doença infecciosa, causada por um vírus, que é transmitida pelos mosquitos fêmeas principalmente da espécie Aedes Aegypti’’.
E prossegue a médica:
‘’A Covid-19 é uma infecção respiratória causada pelo coronavírus SARS-COV-2, assim como a gripe, causada por um vírus, o Influenza que possui quatro tipos A, B, C e D, sendo o A o responsável pelas epidemias’’.
A especialista explica também as formas de contágio:
‘’A infecção pelo vírus da dengue ocorre após a picada de mosquitos fêmeas da espécie Aedes Aegypti. A Covid-19 e a gripe são doenças de transmissão respiratória, que acontecem após contato direto com as secreções respiratórias de pessoas infectadas e, menos comum, após contato com superfícies contaminadas’’.
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Os sintomas
Mas quais os principais sintomas?
‘’A dengue é uma doença febril, que afeta todas as idades. A infecção pode ser assintomática ou pode apresentar vários sintomas’’, diz a dra. Renata.
Entre os principais sintomas da dengue estão:
.Febre (baixa ou alta)
.Fortes dores de cabeça
.Dores atrás dos olhos
.Dores musculares e nas articulações
.Erupções na pele
‘’A doença pode progredir para a forma grave, caracterizada por choque, falta de ar, sangramento intenso e/ou complicações severas nos órgãos. A infecção com um sorotipo seguida por outra infecção com um sorotipo diferente, aumenta o risco de dengue grave e até morte’’, aponta a infectologista.
Já a Covid-19 apresenta como sintomas principais:
.Febre
.Cansaço
.Tosse seca
E a dra. Renata acrescenta:
‘’ Outros sinais, que podem afetar alguns pacientes são a perda de paladar ou olfato, congestão nasal, conjuntivite, dor de garganta, dor de cabeça, dores nos músculos ou juntas, assim como diferentes tipos de erupção cutânea, náusea ou vômito, diarreia, calafrios ou tonturas’’.
Já os sintomas mais comuns da gripe são:
.Febre
.Dor de garganta
.Tosse
.Dor no corpo
.Dor de cabeça
Mas nem sempre é possível identificar cada doença apenas pelos sintomas.
‘’Somente com os sintomas e os sinais clínicos é muito difícil ter certeza do diagnóstico correto, principalmente no primeiro dia do início da febre. Alguns sinais estão mais presentes nas doenças respiratórias como tosse, congestão nasal e coriza. Porém, a dor no corpo, chamada de mialgia, pode estar presente nas três’’, fala a médica.
E diz ainda a especialista:
‘’Para ter certeza e confirmação será necessária a realização de exames laboratoriais. Para dengue, um exame de sangue pode aumentar a suspeita, caso de um simples hemograma, mostrando baixa de leucócitos, queda de plaquetas e hemoconcentração nos dá muitas pistas, mas apenas com um teste rápido ou sorológico existe a certeza. Nos casos da Covid-19 e da influenza, são necessários testes com secreções nasofaringeas, com a coleta de swabs (teste do cotonete no nariz). Devemos respeitar o tempo de sintomas para a positividade destes exames. Se eles forem realizados muito precocemente ou muito após o início dos sintomas, é possível que um diagnóstico não seja confirmado’’.
Existem também sinais de alerta que indicam um quadro grave, como:
.Dor abdominal intensa e contínua
.Vômitos persistentes
.Acúmulo de líquidos no corpo
.Pressão baixa
.Sangramento das mucosas
.Sonolência
.Dificuldade para respirar
Ao perceber algum destes sintomas, procure um atendimento médico de emergência imediatamente.
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O tratamento
Outra dúvida frequente é sobre a forma de tratamento de cada doença.
‘’Não existe um medicamento específico para tratar a dengue. Manter uma hidratação adequada é a medida mais efetiva no acompanhamento da doença. É importante prestar atenção na coloração da urina como uma avaliação da efetividade do volume ingerido. Se a urina ficar com a coloração amarelo escura ou marrom, o volume deve ser aumentado e se, mesmo assim não clarear ou se o paciente não conseguir aumentar a ingestão de líquidos, devido a náuseas e vômitos, um serviço de emergência deve ser procurado com urgência, pois provavelmente será necessária a hidratação venosa’’.
E comenta também a médica:
‘’No caso da covid-19, os pacientes com mais de 65 anos e os imunossuprimidos podem ser medicados com dois antivirais, que promovem a diminuição do risco de evolução para casos graves. No entanto, esses devem ser iniciados até o 5º dia do início dos sintomas, após o diagnóstico confirmado por um teste’’.
No caso da gripe, geralmente se utilizam antivirais, iniciando o tratamento de preferência nas primeiras 48h após o início dos sintomas.
E a dra. Renata Beranger explica se é possível ter mais de uma destas doenças ao mesmo tempo.
‘’Sim. Apesar de raro, as coinfecções podem ocorrer, principalmente em cenários de epidemias’’.
E a médica finaliza com um recado muito importante para quem está com alguma destas doenças e quer se vacinar:
‘’Nenhuma vacina deve ser administrada em pacientes com quadros febris agudos. O ideal é aguardar a resolução do quadro para então realizar a atualização das vacinas e em caso de dúvida, sempre consultar um médico’’.
Contamos com a colaboração da médica: Dra. Renata Beranger/Infectologista
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