Mudança de hábitos!
Estudo revela que maus hábitos estão deixando os jovens obesos e ansiosos
Por: Equipe Marcio Atalla
Durante muitas décadas recentes, ser jovem no Brasil gerava uma associação quase imediata com atividades esportivas, alimentação balanceada e boas práticas de lazer físico e mental, um padrão que ficou conhecido como ‘’geração saúde’’.
Mas parece que isto está mudando. Dados do relatório Covitel mostram que entre os jovens brasileiros na faixa entre 18 e 24 anos houve um aumento nos casos de:
.Obesidade
.Sobrepeso
.Sedentarismo
.Ansiedade
.Consumo de álcool
Quer saber mais sobre a epidemia de maus hábitos entre os jovens e como melhorar o estilo de vida? Então siga lendo esta reportagem.
O que diz o estudo
O relatório Covitel, que significa Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, foi elaborado pela Vital Strategies, uma organização global de saúde pública em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel-RS).
A pesquisa foi feita pelo telefone (celular e fixo) com cerca de 9 mil pessoas, moradores das capitais e também de cidades do interior, nas 5 regiões do Brasil.
Os dados revelam que na faixa entre 18 e 24 anos de idade, os jovens apresentam vários problemas, tais como:
. 17,1% estão obesos (um aumento de 90% nos casos levando em conta o índice anterior de 9%)
. 40,3% estão com excesso de peso (soma dos que apresentam sobrepeso e obesidade)
. 32,6% consomem álcool de forma abusiva
. 31,6% tem ansiedade
.4,1% tem depressão
Além disso, menos de 37% dos entrevistados dessa faixa praticam ao menos 150 minutos semanais de atividade física. E os jovens entre 18 e 24 anos no Brasil são a parcela da população que menos consome frutas, legumes e verduras e os que mais bebem refrigerantes e sucos processados.
Os dados obtidos pelo Covitel, estão gerando reações dos especialistas em saúde pública, que estudam ações para reverter essas tendências. Programas de educação em saúde nas escolas e nas comunidades, juntamente com políticas governamentais voltadas para a promoção de estilos de vida saudáveis e o acesso a tratamentos de saúde mental, são apontados como possíveis soluções.
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Os riscos da obesidade
Um dos grandes problemas apontados no levantamento foi o aumento da obesidade entre os jovens. Mas quais seriam os maus hábitos que podem levar a esta doença?
Quem nos explica é a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
‘’Diversos maus hábitos podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade, como: hábito alimentar inadequado, sedentarismo, consumo excessivo de bebidas açucaradas, alimentação fora de casa, falta de sono adequado, estresse e distúrbios emocionais. Também fatores externos como: pressão social, não disponibilidade de alimentos saudáveis e ambientes obesogênicos (que oferecem escolhas alimentares não saudáveis)’’.
A pesquisa também fala em excesso de peso (sobrepeso) e obesidade. Qual a diferença?
‘’O termo excesso de peso se refere a um aumento de peso além do considerado normal para uma determinada altura e estrutura corporal. É determinado principalmente pelo cálculo do índice de massa corporal (IMC), que relaciona o peso e a altura de uma pessoa. No entanto, não leva em consideração a composição corporal, como a proporção de gordura e músculo, portanto, não é uma medida de saúde física, mas sim um dado antropométrico’’, afirma a dra. Marcella.
E prossegue a nutróloga:
‘’Já a obesidade é uma doença crônica multifatorial, condição mais grave e sem cura definitiva, associada ao excesso de gordura corporal, com impactos negativos na saúde. A obesidade é definida por um IMC igual ou superior a 30 e maior risco de desenvolver várias outras doenças’’.
Entre as doenças ligadas ao excesso de peso e obesidade estão:
.Diabetes tipo 2
.Hipertensão arterial
.Cardiopatias
.Apneia do sono
.Problemas nas articulações
.Câncer
‘’O combate e o tratamento da obesidade geralmente envolvem uma abordagem multidisciplinar, que engloba mudanças no estilo de vida, alimentação saudável, atividade física regular e intervenções médicas’’, aponta a especialista.
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Enfrentando a ansiedade
Outro dado que chama atenção no estudo foi o número de casos de ansiedade e depressão entre os jovens. Mas como fazer este diagnóstico? Pais e responsáveis devem ficar atentos a quais sintomas?
Quem esclarece é a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, integrante do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida e do American College of Lifestyle Medicine (EUA).
‘’Diagnosticar ansiedade ou depressão em jovens é geralmente um desafio, pois os sintomas são variáveis e podem incluir mudanças de humor persistentes, isolamento social, mudanças no desempenho escolar, alterações no sono e apetite, queixas físicas frequentes, mudanças no comportamento alimentar, pensamentos negativos ou autodepreciativos, comportamento autodestrutivo. Porém esses sintomas não são diagnósticos por si só, mas podem indicar a necessidade de procurar ajuda profissional’’.
E ela finaliza indicando como tratar casos de ansiedade e depressão entre os jovens.
‘’O tratamento para ansiedade e depressão pode variar dependendo da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais. Geralmente, é adotada uma abordagem combinada, envolvendo terapia psicoterapêutica e, em alguns casos, o uso de medicamentos. É importante ressaltar que o tratamento ideal pode variar para cada indivíduo e a decisão sobre qual abordagem seguir deve ser feita em conjunto com um médico qualificado’’.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e das médicas:
Dra. Marcella Garcez/Nutróloga
Dra. Beatriz Lassance/Cirurgiã Plástica
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