Diabetes insipidus: não se confunda!

Esta doença tem sintomas semelhantes ao diabetes mellitus

Por: Equipe Marcio Atalla


Diabetes insipidus: não se confunda!

Você já ouviu falar do diabetes insipidus? Ou não? Bem, caso essa enfermidade seja uma ilustre desconhecida para você, não se espante. A doença não é mesmo muito conhecida e foi relatada oficialmente em 1970.

Mas apesar do nome, o diabetes insipidus não tem nada a ver com o diabetes mellitus. Mas é aí que pode ocorrer uma confusão. Alguns dos sintomas do insipidus são os mesmos do mellitus:

. Sede em excesso

.Vontade constante de urinar

Quer saber mais como identificar esta doença e não se confundir? Então leia esta matéria até o final.

 

O que é

Mas afinal o que é o diabetes insipidus? Quem nos ajuda a entender melhor é a endocrinologista Deborah Beranger, pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).

‘’A palavra insipidus vem do grego e quer dizer sifão, que é a passagem de água por um tubo. Essa doença é causada pela alteração do hormônio ADH, que é o hormônio responsável pela reabsorção de água no tubo renal. Então, quando se tem uma alteração nesse hormônio, ocorre uma diminuição da reabsorção de água no tubo renal e um aumento da urina, uma poliúria de 3 a 10 litros de produção de urina, de eliminação de urina por dia’’.

O hormônio ADH, também chamado de vasopressina, é produzido pelo hipotálamo (região do cérebro acima da hipófise) e liberado pela hipófise. “Esse hormônio envia sinais aos rins para diminuírem a quantidade de urina que eles produzem, por isso é chamado de hormônio antidiurético. Com a sua ausência, os sintomas clássicos são sede excessiva e muita produção de urina. Isso pode inclusive dificultar o sono do paciente, que precisa acordar várias vezes durante a noite para urinar”, prossegue a médica.

O diabetes insipidus pode levar a graves problemas como:

.Tumores na hipófise

.Alterações nos rins 

.Aneurisma cerebral

Os pacientes com diabetes insipidus relatam sentir muta sede ao mesmo tempo em que urinam com uma frequência exagerada. 

’’Esse excesso na produção da urina (poliúria) acompanhado do rápido esvaziamento da bexiga promove um desequilíbrio dos líquidos presentes no corpo, o que faz o paciente cair num ciclo de estar sempre com sede e sempre urinando”, fala a especialista.

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Causas e sintomas

Uma das causas da doença é a deficiência de vasopressina, que pode ser hereditária. E o diabetes insipidus é classificado em dois tipos:

.Central

.Renal

‘’No tipo central, a alteração no equilíbrio dos líquidos do corpo é causada por um problema no cérebro, que pode acontecer devido a traumatismos cranianos ou a tumores e cirurgias no cérebro, além de doenças autoimunes. Já no renal (diabetes insipidus nefrogênico), o cérebro produz normalmente o hormônio ADH, mas por algum motivo, os rins não respondem aos comandos. Esse pode ser um efeito colateral de medicamentos como o lítio, usado em distúrbios de humor”, aponta a dra. Deborah Beranger.

Entre os principais sintomas da doença se destacam:

.Beber mais de 3 litros d’água por dia e ainda assim sentir sede

.Levantar  várias vezes à noite para urinar

.Urina clara e sem cheiro

.Necessidade de ingerir líquidos gelados

.Desidratação quando não se consegue beber água

E é fundamental a orientação médica para não confundir diabetes insipidus com diabetes mellitus.

‘’Diabetes mellitus não tem nada a ver com diabetes insipidus. Diabetes insipidus tem a ver com hormônio ADH produzido pela hipófise, tem a ver com o aumento da eliminação de urina. Diabetes mellitus é a alteração da glicemia, é o aumento da glicemia no sangue, ou porque você não produz insulina, ou porque essa insulina não consegue agir de maneira eficiente dentro da célula. É importante que o endocrinologista analise a urina quanto à presença de glicose para descartar a hipótese de diabetes mellitus (a causa mais comum de micção excessiva). Mas ele também pode pedir o teste de privação hídrica, considerado o melhor exame para diagnosticar a deficiência de argininavasopressina’’.

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O tratamento

A má notícia é que o diabetes insipidus não tem cura. E a boa notícia é que já existem tratamentos que ajudam a amenizar os sintomas e melhorar a saúde dos pacientes.

 “Um desses tratamentos é a desmopressina (uma forma de atuação mais longa da vasopressina) que pode ser administrada por meio de um spray nasal duas vezes ao dia ou, às vezes, na forma de comprimido ou por meio de injeção aplicada sob a pele ou na veia (via intravenosa)”, informa a médica.

 Esse procedimento ajusta o equilíbrio hídrico do corpo e normaliza a produção de urina, evitando excessos que podem levar a:

.Retenção de líquidos

.Inchaço

 “Alguns casos de diabetes insipidus podem requerer que o paciente fique internado por algumas semanas, até que a produção de urina esteja mais equilibrada e que ele possa continuar seu tratamento em casa. Mas o mais importante é consultar um médico endocrinologista e relatar a frequência da sede e da urina, além dos transtornos que isso está causando”, conclui a especialista.

 

Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Deborah Beranger/Endocrinologista

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