Uma das promessas de fim de ano mais comuns é a de largar o cigarro. Saiba porque se livrar do vício de uma vez por todas com a ajuda de especialistas
Que fumar faz mal todos sabem, mas encontrar forças para eliminar o cigarro e adotar um estilo de vida mais saudável são outros quinhentos. Aproveite esse começo de ano para criar novos hábitos.
• Envelhecimento precoce da pele, dentre outros.
E, como se não bastasse todos esses males, o hábito de fumar ainda é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)!
Portanto, se parar de fumar não está entre suas metas, damos sete razões para eliminar o cigarro da sua vida e jogar o maço na lata de lixo sem olhar para trás.
O cigarro que você leva à boca contribui fortemente para o envelhecimento da pele, favorecendo o surgimento de flacidez, rugas e manchas.
“O cigarro causa a constrição dos vasos periféricos por um período de dez minutos, o que diminui o fluxo sanguíneo para o tecido cutâneo. Isso traz consequências a curto prazo como perda do viço e da luminosidade, além de favorecer, a longo prazo, o processo de discromia cutânea com o amarelamento do tecido e a diminuição da ancoragem e firmeza da pele”, destaca a Claudia Marçal, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB) e da Academia Americana de Dermatologia.
Além de prejudicar a pele, o cabelo também sofre com o tabagismo, uma vez que ele prejudica a saúde do couro cabeludo.
“Para permanecer saudável e fazer com que os fios cresçam bonitos e fortes, o couro cabeludo precisa de uma oxigenação e nutrição intensa, que é prejudicada devido à vasoconstrição provocada pelo cigarro. Além disso, as substâncias tóxicas presentes no cigarro podem chegar até o couro cabeludo pela corrente sanguínea, gerando um processo inflamatório”, alerta Lucas Fustinoni, médico divulgador científico nas áreas de Tricologia e Estética, Fellowship de Estética em Miami e membro da World Trichology Society.
Veja alguns problemas que fumar pode causar à saúde dos fios:
• Psoríase;
• Irritação;
• Excesso de oleosidade;
• Afinamento e quebra dos fios;
• Queda capilar.
Uma das principais orientações para quem vai se submeter a um procedimento cirúrgico é abandonar o cigarro, para evitar complicações.
“A circulação é prejudicada devido às toxinas do cigarro, a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam no tecido cutâneo é menor, o que aumenta o risco de complicações como necroses, trombose, embolia pulmonar e acúmulo de líquido no período pós-operatório, principalmente em cirurgias que demandam grande descolamento cutâneo, como a ritidoplastia (lifting facial) e a abdominoplastia”, explica Paolo Rubez, cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
As substâncias tóxicas presentes no cigarro, como a nicotina e o alcatrão, pioram severamente a qualidade reprodutiva. Portanto, se você pretende ter filhos, é hora de eliminar o cigarro.
“Nas mulheres, o tabagismo é capaz de favorecer a deterioração dos óvulos, envelhecendo-os em até dez anos e acelerando o início da menopausa, o que é especialmente prejudicial hoje em dia, quando as mulheres estão querendo engravidar cada vez mais velhas. Já nos homens o hábito de fumar diminui a quantidade de espermatozoides e fragmenta o DNA do esperma, reduzindo assim a capacidade de fecundação, além de também contribuir para a perda do apetite sexual e a disfunção erétil”, afirma Rodrigo da Rosa Filho, ginecologista obstetra especialista em reprodução humana e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).
Você sabia que o cigarro pode favorecer o aparecimento de infecções íntimas nas mulheres?
“O tabaco diminui o número de lactobacilos, que são bactérias de defesa presentes no organismo e são fundamentais para a flora vaginal, para manter o pH normal da vagina. Se não tivermos lactobacilos, há uma chance maior de infecções. A paciente pode começar a ter um corrimento, às vezes até com cheiro, um odor característico, porque há um desvio da flora e isso é considerado uma infecção, uma vaginose”, explica Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU.
Há ainda um outro problema, com relação à lubrificação íntima: “Além do muco normal de uma vagina saudável, também a lubrificação que facilita as relações sexuais pode ficar comprometida. A própria nicotina faz vasoconstrição, ou seja, a diminuição do fluxo sanguíneo presente em qualquer órgão. Essa mesma vasoconstrição vai diminuir a produção de secreção por parte das glândulas aí existentes, originando secura vaginal e diminuição de lubrificação. Assim, a saúde vaginal torna-se mais vulnerável e as relações sexuais podem ser dolorosas”, diz a ginecologista.
A circulação é uma das estruturas que mais sofre com o tabagismo.
“Normalmente relacionado ao aumento da probabilidade de desenvolver infarto, o cigarro pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose e tromboangeíte obliterante, distúrbio que afeta as extremidades do corpo. Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar os membros, como pernas, pés e mãos”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Além disso, a nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos e o monóxido de carbono reduz a concentração de oxigênio no sangue. “Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose, principalmente quando há fatores de risco envolvidos”, afirma.
O hábito de fumar é capaz de influenciar nos aspectos nutricionais do organismo.
“Por atuar no sistema nervoso central, o cigarro causa uma diminuição do apetite, pois afeta a atividade de neurotransmissores que são responsáveis pelo controle da fome, além de alterar o paladar e o olfato, reduzindo o gosto e o aroma dos alimentos”, diz a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
“Além disso, o cigarro promove um efeito termogênico, acelerando o metabolismo, o que leva ao emagrecimento e reduz a oxigenação dos tecidos do organismo, que causa envelhecimento precoce e acelerado”, finaliza.
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