Exercício sem exercício: é possível?

Novo medicamento contra obesidade promete simular a prática de atividade física

Por: Equipe Marcio Atalla


Exercício sem exercício: é possível?

A epidemia global da obesidade cada vez mais tem desafiado a comunidade científica e levado à busca de abordagens inovadoras e eficazes para combater essa condição de saúde pública.

Em um avanço significativo na busca por soluções eficazes no combate à obesidade, pesquisadores anunciaram a descoberta de uma substância que simularia os benefícios da prática regular de exercícios físicos.

Quer saber como isso pode funcionar? Então leia esta matéria até o final!

 

A pesquisa

O estudo foi feito por  pesquisadores da Universidade da Flórida(EUA) e publicado  no periódico cientifico  Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics(https://jpet.aspetjournals.org/content/early/2023/09/22/jpet.123.001733)).

Os cientistas desenvolveram uma nova substância capaz de auxiliar no tratamento da obesidade que, ao contrário de outros medicamentos que atuam sobre o apetite ou a ingestão de alimentos, simula a prática de atividade física.

Com isso, o organismo passaria a agir como se estivesse realizando exercícios físicos, atuando assim na perda de peso. Os testes em camundongos mostraram que as cobaias que receberam o medicamento começaram a perder peso de maneira consistente, mesmo na ausência de exercícios físicos regulares.

Os testes realizados em camundongos obesos revelaram que com o medicamento, o metabolismo foi acelerado, passando a usar gordura de forma muito parecida ao que ocorre em pessoas se exercitando ou em jejum, o que fez com que os ratos começassem a perder peso.

O estudo mostrou que os camundongos ficaram com maior resistência, fazendo com que os animais passassem a correr 50% mais longe do que anteriormente.

As cobaias ainda perderam 12% do peso corporal, com a mesma alimentação de outro grupo de camundongos que não ingeriram a substância. O estudo envolveu uma análise abrangente dos efeitos do medicamento em diferentes grupos de camundongos, incluindo aqueles alimentados com dietas ricas em gordura.

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O medicamento

O novo medicamento, chamado SLU-PP-332, pertence a uma classe chamada de mimetizadores de exercícios, que prometem os mesmos benefícios da prática de exercícios físicos, mesmo sem que estes tenham sido realizados.

“Essa substância tem como alvo um grupo de proteínas do corpo conhecidas como ERRs (receptores relacionados ao estrogênio), que são mais ativas durante a prática de exercícios e são responsáveis pela ativação de vias metabólicas importantes em tecido que consomem energia, como músculos, coração e cérebro”, diz a endocrinologista Deborah Beranger, pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).

Os resultados preliminares sugerem que o medicamento pode ser uma ferramenta eficaz para auxiliar na perda de peso, especialmente para aqueles que enfrentam desafios físicos ou têm dificuldades em manter uma rotina de atividade física regular.

Dessa forma, a droga estimula uma via metabólica natural que normalmente responde ao exercício, fazendo com que o corpo aja como se estivesse treinando para uma maratona e, consequentemente, promovendo maior gasto energético e aceleração do metabolismo da gordura.

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O que esperar do futuro

Embora os resultados sejam promissores, os cientistas alertam que a nova droga ainda se encontra num estágio inicial e são necessárias pesquisas adicionais para entender completamente os efeitos a longo prazo e possíveis efeitos colaterais. 

“Medicamentos levam anos para serem desenvolvidos, mas, com o aumento no interesse por essas drogas capazes de tratar a obesidade, devemos observar uma aceleração nesse processo graças ao maior investimento em pesquisas’’, diz a médica Debora Beranger.

A boa notícia por ora é que a substância não apresentou efeitos colaterais e um dos próximos passos dos cientistas é tentar desenvolver uma pílula com o princípio ativo do medicamento. Após isso, deverão ser feitos novos testes em animais antes dos testes em humanos.

‘’Uma substância como essa ainda seria de grande ajuda, por exemplo, para a manutenção da massa muscular durante a perda de peso ou o envelhecimento”, acrescenta a dra. Deborah.

O novo medicamento que simula os efeitos benéficos do exercício físico surge como uma promissora ferramenta no tratamento da obesidade. Mas especialistas em saúde recomendam cautela.

‘’Parece que pode funcionar sim, mas tem emprego em número limitado de pessoas. Deve ser recomendado principalmente para pacientes cardíacos graves ou para aqueles que por alguma intercorrência não podem fazer atividade física, como determinados deficientes físicos’’, afirma a médica Odilza Vital, endocrinologista, metabologista e especialista em Medicina Preventiva.

E conclui a dra.Odilza:

‘’ Ninguém vai ficar sarado tomando esta medicação e a atividade física é insubstituível por uma infinidade de benefícios que traz ao nosso organismo, principalmente ao cérebro’’.

 

Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e das médicas:

Dra. Deborah Beranger/ Endocirnologista

Dra.Odilza Vital/Endocrinologista

 

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