7 perigos do cigarro
Além dos pulmões, coração, rins, pele e cabelos também podem ser vítimas do fumo
Por: Equipe Marcio Atalla
Você é fumante? Caso não seja…ótimo! Caso ainda faça uso do cigarro, saiba que um dos maiores presentes que você pode dar a si mesmo é parar de fumar.
Isso porque como a medicina já comprovou há bastante tempo, os elementos tóxicos que existem no cigarro podem causar uma série de graves doenças ao corpo humano.
O cigarro é um dos vilões mais ameaçadores para a saúde e geralmente é associado aos seus danos mais comuns:
.O enfisema pulmonar
.O câncer de pulmão
Mas além dos pulmões, o cigarro pode ser destrutivo também para vários outros orgãos e funções do organismo,como:
.Coração
.Rins
.Pele
.Cabelos
.Circulação
.Absorção de nutrientes
.Sistema reprodutivo
Siga lendo este texto para saber quais são estes 7 perigos do cigarro e como evitá-los.
Coração, rins e o cigarro
O fumo é muito prejudicial ao coração, pois sempre que a pessoa inala a fumaça do cigarro, a pressão arterial e a frequência cardíaca sobem, como explica a médica nefrologista Caroline Reigada, integrante da Associação de Medicina Intensiva Brasileira(AMIB):
“Seu coração tem que bater mais forte e mais rápido do que o normal. Os níveis de colesterol também ficam fora de controle, já que a fumaça do cigarro aumenta os níveis de LDL, ou colesterol ruim e de uma gordura no sangue chamada triglicerídeos. Isso faz com que uma placa de gordura se acumule em suas artérias, aumentando o risco de ataques cardíacos”.
Mas além do coração, os rins também podem sofre com os males causados pelo cigarro.
A dra. Caroline ressalta que o fumo é um dos principais fatores de risco para doenças renais e o câncer de rim:
“Algumas das possíveis maneiras pelas quais fumar pode prejudicar os rins são:
.Aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca
.Redução do fluxo sanguíneo nos rins.
.Aumento da produção de angiotensina II,um hormônio produzido no rim
.O estreitamento dos vasos sanguíneos nos rins.
.Danos nas arteríolas (ramos de artérias)
.Formação de arteriosclerose,que é o espessamento e endurecimento das artérias renais .
.Aceleração da perda da função renal
E de acordo com estudos da Associação Americana de Pacientes Renais (AAKP), fumar pode causar a progressão da doença renal e aumentar o risco de proteinúria,que é a quantidade excessiva de proteína na urina”.
E a médica nefrologista fala ainda sobre a relação entre o cigarro e o câncer nos rins:
“A fumaça do tabaco tem sido associada a mutações genéticas, inflamação e danos celulares, todos os quais alimentam o crescimento do câncer. Fumar aumenta o risco de desenvolver carcinoma de células renais (CCR)’’.
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Pele,cabelos e nutrientes
E além dos pulmões, coração e rins, o cigarro também é um vilão da boa aparência e da saúde da pele.
“O cigarro acelera o envelhecimento, já que as substâncias tóxicas presentes estão associadas à vasoconstrição periférica, diminuindo o fluxo sanguíneo para o tecido cutâneo, o que afeta a entrega de nutrientes para essa região. Isso traz consequências na perda do viço e luminosidade da pele, além de favorecer o amarelamento do tecido. Também há uma perda de firmeza por conta da oxigenação e nutrição diminuídas”, explica a médica dermatologista Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia(SBD),da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica(SBCD) e do International Fellow da Academia Americana de Dermatologia.
O fumo pode ainda causar prejuízos para quem passa por cirurgias e procedimentos estéticos.
“Existe uma maior incidência de complicações cirúrgicas em pacientes tabagistas devido à vasoconstrição causada pelo cigarro, incluindo trombose pulmonar, infecção, hematoma, necrose de tecidos e problemas com qualidade de cicatriz”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica(SBCP) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery(ISAPS).
“Alguns estudos apontam um aumento de até quatro vezes o número de complicações e intercorrências em decorrência do tabagismo, tanto no aparelho respiratório, como risco de necroses e dificuldade de cicatrização da área operada”, completa.
E outro componente importante do corpo também é afetado pelo fumo.
O cabelo pode sofrer bastante com a ação do cigarro,como afirma a médica dermatologista Jaqueline Zmijevski, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB):
“As substâncias tóxicas presentes no cigarro podem levar à vasoconstrição, assim reduzindo a oxigenação e o aporte de nutrientes, que são essenciais para que o cabelo permaneça saudável e cresça adequadamente. Além disso, o cigarro deixa os fios amarelados por conta da oxidação e opacos”.
E o (mau) hábito de fumar é capaz até de alterar a absorção de nutrientes pelo organismo.
“Por atuar no sistema nervoso central, o cigarro causa uma diminuição do apetite, pois afeta a atividade de neurotransmissores que são responsáveis pelo controle da fome, além de alterar o paladar e o olfato, reduzindo o gosto e o aroma dos alimentos”, fala a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
E a dra. Marcella complementa:
“Além disso, o cigarro promove um efeito termogênico, acelerando o metabolismo, o que leva ao emagrecimento e reduz a oxigenação dos tecidos do organismo, que causa envelhecimento precoce e acelerado”.
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Cigarro prejudica a circulação e até a fertilidade
E uma má notícia para quem quer ter filhos, mas é fumante: o cigarro pode aumentar o risco de infertilidade, já que componentes tóxicos como a nicotina e o alcatrão afetam o sistema reprodutivo.
Quem esclarece sobre isso é o médico ginecologista e obstetra Rodrigo Rosa, da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH):
“Nas mulheres, o tabagismo é capaz de favorecer a deterioração dos óvulos, envelhecendo-os em até 10 anos e acelerando o início da menopausa, o que é especialmente prejudicial hoje em dia, quando as mulheres estão querendo engravidar cada vez mais tarde. Já nos homens, o hábito de fumar diminui a quantidade de espermatozoides e fragmenta o DNA do esperma, reduzindo assim a capacidade de fecundação, além de também contribuir para a perda do apetite sexual e a disfunção erétil”.
E o tabaco também pode ser bem nocivo para a circulação periférica, que é aquela que ocorre em partes específicas do corpo como pernas, braços e abdômen.
“O cigarro pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose e tromboangeite obliterante, distúrbio que afeta as extremidades do corpo. Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar os membros, como pernas, pés e mãos”, alerta cirurgiã vascular Aline Lamaita, da comissão de marketing e diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV).
A dra. Aline diz ainda que a nicotina diminui a espessura dos vasos sanguíneos e o monóxido de carbono reduz o nível de oxigênio no sangue. “Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais suscetíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose, principalmente quando há fatores de risco envolvidos”.
Depois de tudo isso,que tal parar de fumar? Claro que para aqueles que fumam há muito tempo, a tarefa pode parecer mais difícil, pois além de estar ligado a hábitos e comportamentos, também existe uma dependência química.
Mas a médica Beatriz Lassance dá uma dica:
“Quando uma pessoa consegue identificar o gatilho que a faz ter vontade de fumar pode tentar acabar com estes gatilhos ou ainda mudar a resposta a eles. Busque qualquer atividade que dê prazer. Tente começar uma atividade física, ela é o maior antioxidante que existe. O consumo de energia do corpo em movimento obriga nosso organismo a produzir antioxidantes de maneira enorme, que nos protege da ação dos radicais livres e também ajuda a reduzir a ansiedade. Qualquer atividade física é importante. Quanto maior o número de músculos você mexer, melhor”.
E ainda sobre os benefícios de parar de fumar, a nefrologista Caroline Reigada finaliza com uma informação importante:
“Em 2 a 3 semanas seu fluxo sanguíneo começa a melhorar. Depois de 1 ano sem cigarros, você tem metade da probabilidade de sofrer com alguma doença cardíaca do que quando fumava. Depois de 5 anos, o risco é quase o mesmo do que de alguém que nunca acendeu um cigarro”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e dos médicos:
Dra. Marcella Garcez/Nutróloga
Dra. Aline Lamaita/Cirurgiã Vascular
Dra. Mônica Aribi/Dermatologista
Dra. Jaqueline Zmijevski/ Dermatologista
Dra. Beatriz Lassance/ Cirurgiã Plástica
Dra. Caroline Reigada/Nefrologista
Dr. Rodrigo Rosa/Ginecologista e Obstetra
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