Protetor solar sem mistério!
Entenda as informações e as siglas do filtro solar como UVA, UVB e FPS
Por: Equipe Marcio Atalla
Morar num país tropical como o Brasil traz uma preocupação a mais aos habitantes: proteger a pele da exposição ao sol.
Quando chega o verão então, a precaução tem de ser ainda maior. E um dos grandes ‘’amigos’’ da pele nesta época de muito sol e calor, é o protetor (ou filtro) solar.
Mas muita gente se confunde com tantas siglas, códigos, abreviações e informações que são encontradas nos rótulos dos protetores solares.
São siglas como:
.FPS
.PPD
.PA+
.IR
E informações como:
.Amplo espectro
.Luz visível
.Toque seco
O desconhecimento do que tudo isso significa gera confusão, dificultando a escolha do produto adequado a cada tipo de pele.
Por isso preparamos uma reportagem para ‘’decifrar’’ todos os códigos do protetor solar.
Leia a seguir!
Decifrando as siglas
Usar filtro solar, ainda mais no verão escaldante brasileiro é fundamental. A exposição sem proteção aos raios solares pode provocar:
.Manchas
.Envelhecimento
.Câncer de pele
E as siglas dos rótulos dos protetores solares são sempre a maior causa de dúvidas entre as pessoas que utilizam os produtos.
Para ajudar a esclarecer procuramos uma especialista, a médica dermatologista Ana Maria Pellegrini, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
.UVA: é um tipo de radiação ultravioleta emitida pelo sol e que ocorre durante o dia todo,do nascer até o sol se por.
“A UVA é capaz de atravessar nuvens, janelas e vidro dos carros. Sua incidência não muda com a época do ano nem com o clima. Da mesma forma que atravessa janelas, esse tipo de radiação penetra profundamente na pele, por isso ela é considerada a principal responsável pelo envelhecimento precoce como manchas e rugas e também aumenta o risco de câncer de pele’’, aponta a dermatologista.
.UVB: é outro tipo de radiação ultravioleta. O UVB é capaz de deixar a pele avermelhada, causando queimaduras e ardência.
“Essa radiação está presente em maior porcentagem entre às 10h e 16h e está envolvida na síntese da vitamina D. Também aumenta o risco de câncer”, afirma a dra. Ana Maria.
.FPS: significa Fator de Proteção Solar e determina o tempo em que alguém pode se expor ao sol sem a pele ficar vermelha.
“É o valor obtido pela razão entre a dose mínima de vermelhidão na pele protegida por um protetor solar e a dose mínima de vermelhidão na mesma pele quando desprotegida”, fala a médica.
Mas como saber qual o FPS ideal?
“Por exemplo, se eu aplicar fator 30, ele absorve em média 96,7% da radiação solar. No caso do fator 50, ele está absorvendo 98% da radiação solar. Uma das estratégias recomendadas é o uso da “regra da colher de chá”, na qual consideramos a aplicação de uma colher de chá no rosto e em cada um dos membros superiores e duas colheres de chá para tronco/dorso e para cada um dos membros inferiores”, detalha a especialista.
.PPD/FP-UVA: significa Persistant Pigment Darkening e indica o grau de proteção contra os raios UVA. Nos rótulos, o PPD pode aparecer como FP-UVA (Fator de Proteção UVA).
“No estudo de UVB (FPS), medimos o quanto a pele demora para ficar vermelha quando exposta ao UVB. No caso do estudo UVA, mede-se o quanto a pele demora a apresentar pigmentação por melanina quando exposta ao UVA. Embora negligenciado na hora da escolha de um produto, o PPD é um índice importante. O ideal é que o rótulo tenha números a partir de 10 ou represente, no mínimo, um terço do FPS”, fala a doutora.
.PA+: os protetores solares importados podem conter as siglas PA+, PA++, PA+++ ou PA++++.
“O PA é uma escala PPD, ou seja, o grau de proteção UVA de um protetor solar. De acordo com a metodologia Measurement Standards for UVA Protection Efficacy, descrita pela Japan Cosmetic Industry Association, uma proteção entre 2 e 4 é apontada como PA+, entre 4 e 8 é PA++, entre 8 e 16 é PA+++ e maior que 16 é PA++++, sendo os dois últimos as melhores opções”, aponta a dermatologista.
.IR: significa Infrared (infravermelho), uma radiação sentida na pele através do calor ou mormaço. “Esse é um comprimento de onda que atinge a derme mais profunda onde estão as fibras de ancoragem e sustentação da pele. E isso traz consequências à elasticidade da pele”, expõe a médica.
Para esse tipo de proteção, os filtros físicos ou com cor são os mais recomendados.
Leia também:
Amplo espectro
Além das siglas, existem várias outras informações que constam nos rótulos dos vários tipos de protetor solar e que também geram dúvidas. Vamos a elas:
.À prova d’água: parece uma informação bastante óbvia, mas o que ela quer dizer é que alguns filtros solares são resistentes :
.À água do mar
.À piscina
.Ao suor
“Quando um filtro solar é resistente à água, ele permanece eficaz por, em média, 40 minutos na pele molhada. Quando ele é muito resistente à água, o filtro solar permanece eficaz por 80 minutos na água. A versão muito resistente à água é mais indicada para crianças e esportistas. No entanto, sempre reiteramos a recomendação de reaplicar o filtro a cada duas horas e após os banhos de mar e piscina’’, recomenda a dra. Ana Maria Pellegrini.
.Amplo espectro: um protetor solar padrão deve proteger sua pele contra o UVA e UVB. Mas ele pode ir além disso: “Um filtro solar de amplo espectro protege a pele do envelhecimento (manchas, rugas e flacidez), de queimadura e ajuda a prevenir o câncer de pele, e também pode conter extratos e ativos antioxidantes e anti-inflamatórios, que ‘limpam’ parte da ‘sujeira’ deixada pela radiação que escapou do filtro solar. Eles também podem conferir efeito antipoluição”, explica a dermatologista.
.Antioxidantes: os antioxidantes minimizam a formação de radicais livres e em alguns casos revertem os danos causados por eles.
‘’A radiação solar, o infravermelho e a luz visível são capazes de gerar radicais livres, que também danificam a membrana e a estrutura da célula, podendo, em casos extremos, levar à morte celular”, aponta a médica.
Veja ainda:
Cor e foto envelhecimento
.Cor: protetores com cor ajudam a uniformizar o tom da pele.
“Eles também têm substâncias, normalmente o dióxido de titânio e óxido de zinco, que conferem proteção física à luz visível. São excelentes aliados principalmente para pacientes com melasma, já que as manchas podem piorar com a exposição prolongada à luz visível’’, indica a dra. Ana Maria.
.Filtros químicos e físicos: ” Os filtros físicos (óxido de zinco e dióxido de titânio) refletem a luz solar. É como se fosse uma parede de tijolos em que a luz bate e volta. Já os filtros químicos absorvem a radiação UV, transformando-a em baixa energia, sem capacidade de causar prejuízos. A maioria dos produtos ofertados no mercado, sem cor, conta com a proteção química, já os produtos com cor oferecem ambos tipos de proteção’’, fala a especialista.
.Luz visível: é aquela que é emitida não só pelo sol como também por computadores, celulares, tablets e outras telas. Mas estudos apontam que essa ‘’luz eletrônica’’ não oferece perigo.
“A quantidade de energia emitida pelos aparelhos eletrônicos é muito baixa comparada à luz solar natural. Os últimos estudos mostram que devemos nos preocupar com a luz visível natural”, reforça a médica.
.Protetor solar com repelente: a questão com este tipo de produto é que o filtro solar deve ser aplicado de forma abundante na pele. Já o repelente de insetos é aplicado com apenas uma fina camada. Então a quantidade aqui pode ser um problema.
.Toque seco: diz respeito à forma como o protetor solar se encontra, como por exemplo:
.Gel
.Creme
.Gel-creme
.Loção
.Spray
.Bastão
“Todos esses são veículos que carregam as partículas protetoras e devem ser considerados na hora da escolha de um fotoprotetor, pois uma textura adequada ao seu tipo de pele e rotina ajuda na adesão ao uso diário”, conclui a médica.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Ana Maria Pellegrini/Dermatologista
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