Um problema de tirar o ar

Estudo mostra que 33% dos paulistanos sofrem de apneia do sono

Por: Equipe Marcio Atalla


Um problema de tirar o ar

Imagine sentir falta de ar durante o sono? Pois é, esse distúrbio é mais comum do que muita gente pensa. É o que mostra o EPISONO, um projeto de pesquisa do Instituto do Sono, que revelou que 33% da população da cidade de São Paulo sofre de apneia do sono.

 Esse problema provoca interrupções da respiração enquanto a pessoa está dormindo e se não for tratado, pode gerar consequências como:

.Cansaço ao longo do dia

.Dificuldades de raciocínio

.Perda de memória

.Depressão

.Perda de produtividade

.Acidentes de trânsito

.Disfunções sexuais

 

O que é e sintomas

Mas afinal o que é a apneia do sono?

 Quem nos explica é pneumologista Geraldo Lorenzi Filho, coordenador do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (USP) e diretor do médico e especialista em Medicina do Sono da Biologix.

 ‘’A apneia obstrutiva do sono é uma doença caracterizada por obstruções recorrentes da via aérea durante o sono.  Essa obstrução é causada pelo colapso ou estreitamento da região da faringe, a garganta, devido ao relaxamento dos músculos durante o sono. A faringe se propensa ao colapso quando os músculos relaxam durante o sono. Esses episódios de obstrução resultam em eventos respiratórios, incluindo a apneia, que é uma parada completa da respiração, ou hipopneia, que é uma redução no fluxo de ar. Esses eventos levam a quedas cíclicas nos níveis de oxigênio no sangue durante a noite e a um sono fragmentado’’

 Além das interrupções da respiração enquanto se dorme, outros sintomas da apneia do sono são:

.Ronco alto

.Acordar várias vezes à noite

.Fadiga

.Falta de concentração

.Sonolência durante o dia

O dr. Lorenzi Filho faz ainda um alerta sobre o ronco.

‘’O ronco alto é um indicativo de apneia do sono. No entanto, existe gente que ronca e que não tem apneia’’.

Outro problema é que mesmo com todos estes sintomas, muitos pacientes não percebem o problema durante a noite.


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Os riscos

Caso não seja tratada, a apneia do sono pode expor a pessoa a vários problemas graves de saúde, como por exemplo:

.Hipertensão arterial

.Arritmia cardíaca, 

.Progressão da aterosclerose

.Doença coronariana

.AVC

.Infarto 


‘’Existem alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver apneia do sono, como a obesidade, que contribui para o estreitamento da via aérea por causa da deposição de gordura na língua e na faringe, o envelhecimento, que resulta na perda de tônus muscular na via aérea superior e alterações craniofaciais, como um queixo pequeno, que podem predispor à obstrução das vias aéreas durante o sono’’, afirma o médico.

Embora possa atingir todas as faixas etárias, pessoas de mais idade podem ser mais afetadas.

‘’Geralmente, a incidência da apneia do sono aumenta com a idade. Isso ocorre porque, à medida que envelhecemos, há uma tendência natural de perder tônus muscular na via aérea superior, o que pode aumentar o risco de obstrução durante o sono’’ fala o dr. Lorenzi Filho.


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O tratamento

Como é feito o diagnóstico da apneia do sono?

‘’A maior dificuldade relacionada à apneia do sono é o diagnóstico clássico realizado por meio da polissonografia, um exame caro e de difícil acesso para muitos. No entanto, nos últimos 20 anos, houve simplificação no processo diagnóstico e atualmente, existem exames que podem ser realizados em casa de forma mais simples’’, revela o médico.

Já existem inclusive exames onde o paciente dorme com um sensor conectado a um aplicativo de celular e o médico pode acompanhar o laudo acessando a plataforma online. A orientação especializada de um médico é fundamental para o tratamento.

‘’A apneia do sono apresenta diferentes níveis de gravidade, desde o ronco primário até a apneia leve, moderada e grave. Existem várias medidas que podem ser adotadas, desde medidas simples até intervenções mais avançadas. Medidas simples incluem dormir de lado, que pode ser conseguido através de ajustes na posição de dormir, como dormir de lado com um travesseiro mais alto e firme e colocar um travesseiro entre as pernas para ajudar a estabilizar a posição durante o sono. Manter o nariz desobstruído, com lavagem nasal ou outros métodos recomendados pelo médico’’, aponta o pneumologista.

 Outras dicas incluem:

.Manter horários regulares de sono

.Evitar  bebidas alcoólicas e sedativos à noite

.Praticar alguma atividade física

.Manter o peso ideal do corpo

‘’Em alguns casos, dispositivos como a placa de avanço mandibular podem ser prescritos para uso durante o sono, ajudando a manter as vias aéreas abertas ao avançar a mandíbula. Consultar um médico ou especialista em sono é fundamental para determinar o melhor plano de tratamento, que pode incluir cirurgia. No caso de apneia moderada a grave, o uso da máscara para dormir com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é muitas vezes indicado’’, finaliza o médico.

 

 

Contamos com a colaboração da NR7 | Full Cycle Agency e do médico: Dr. Geraldo Lorenzi Filho/Pneumologista

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