O perigo do pé diabético!
Aprenda a prevenir este problema que pode levar até a amputação
Por: Equipe Marcio Atalla
O diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pela ausência de produção de insulina pelo pâncreas ou pela baixa qualidade desta insulina.
Com isso, a glicose não é metabolizada de forma adequada, elevando as taxas de açúcar no sangue, levando à hiperglicemia.
O diabetes é uma doença grave que pode gerar sérias consequências, tais como:
.Infarto
.AVC
.Problemas renais
.Infecções na bexiga e na pele
.Visão embaçada
.Dificuldade de cicatrização
.Doenças vasculares
Mas além destes problemas, a doença pode ainda trazer uma série de complicações que podem levar à condição do pé diabético, que pode até exigir o extremo de uma amputação.
Quer saber mais sobre o pé diabético e como evitar esta situação? Siga lendo esta reportagem!
O pé diabético
Mas afinal o que é o pé diabético? Quem explica é a cirurgiã vascular Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV):
“É uma complicação do diabetes mellitus e ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés, como uma bolha, frieira ou até mesmo um calo, evolui para uma ferida maior, que, se não tratada, pode agravar-se e levar a necessidade de amputação”.
Isso acontece porque glicose elevada, característica principal do diabetes descontrolado, prejudica a circulação do sangue, afetando a cicatrização e a regeneração dos tecidos na região dos pés. Assim, o organismo não consegue mais cicatrizar as feridas que surgem no local.
Entre os principais sintomas estão:
.Perda da sensibilidade nos pés
.Sensação de formigamento
.Queimação nos pés e tornozelos
.Dores e sensação de ‘’agulhadas’’,
.Dormência e fraqueza nas pernas
O pé diabético costuma ainda provocar inchaço ou mudança na coloração dos pés.
‘’Como o diabetes influencia diretamente na circulação arterial, podemos ter alterações de cor tanto dos dedos quanto do pé, que pode ficar avermelhado, azulado ou até pálido, bem branco. A glicação proteica decorrente da alta glicemia cronicamente pode gerar inflamação e inchaço’’,diz a dra. Aline.
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O risco de amputação
Mas muitos diabéticos não percebem a gravidade do problema e só resolvem buscar ajuda quando surge uma ferida ou infecção que não passa de jeito nenhum.
‘’A glicose aumentada no sangue faz um processo de glicação nos nervos periféricos, o que chamamos de polineuropatia diabética, que leva a alteração de sensibilidade e de propriocepção, mudando a pisada, o que, a médio prazo, leva a formação de calos em lugares atípicos. Chamamos isso de mal perfurante plantar. É essa alteração de sensibilidade que acaba fazendo com que o diabético tenha lesões nos pés, afinal, ele pode passar o dia literalmente com uma pedrinha no sapato e não perceber’’, alerta a médica.
Este é um dos motivos que torna o pé diabético a segunda maior causa de amputações nos hospitais brasileiros, perdendo apenas para os acidentes com traumas graves.
‘’A outra alteração decorrente dessa glicação é uma alteração da cicatrização e diminuição de imunidade, o que, associada a alteração circulatória, acaba por levar pequenas lesões como frieiras ou traumas a um quadro infeccioso mais grave e de difícil resposta, gerando necessidade de amputações frequentes de dedos e até do pé’’, afirma a dra. Aline Lamaita.
“Por isso, se alguém tem diagnóstico confirmado de diabetes, ao notar a presença de qualquer um dos sintomas já citados, o mais importante é procurar um médico para iniciar o tratamento, que é feito de acordo com o tipo de lesão no pé e a sua gravidade’’, acrescenta a cirurgiã vascular.
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Cuidados e tratamento
E como o diabético pode evitar cortes nos pés?
‘’Dentro de casa, por exemplo, é importante para o diabético manter bons hábitos de higiene no chão, mas o mais recomendado é que se crie a rotina de usar calçados confortáveis e inspecionar o interior dos calçados com a mão antes de calçar, já que frequentemente temos déficit visual e uma sujeira pode ficar no sapato e levar a uma lesão decorrente da falta de sensibilidade’’, fala a especialista.
O tratamento m–édico para lesões e feridas nos pés dos diabéticos, geralmente envolve:
.Uso de antibióticos
.Uso de pomadas antimicrobianas
.Troca diária dos curativos
.Melhora da dieta
.Uso de medicamentos e insulina para controlar a glicose
Segundo a Dra.Aline, a prevenção é um fator primordial para fugir do pé diabético.
‘’É fundamental a inspeção diária dos pés à procura de pequenas feridas, bolhas, áreas avermelhadas, alterações nas unhas, calos e mudanças na forma e na coloração dos pés’’.
E ela finaliza com uma dica sobre os calçados para os pés dos diabéticos:
‘’É importante utilizar apenas sapatos macios, leves e moldados na forma dos pés. Existem sapatos especializados para diabéticos, que são mais folgados, sem costura e com material mais macio, dificultando a formação de bolhas e com palmilhas especiais para evitar o mal perfurante plantar. Também se deve evitar andar descalço ou com sandálias e chinelos, em qualquer lugar, mas sobretudo fora de casa. Devemos sempre ter em mente que o pé do diabético é sensível e vale ouro, afinal, pequenas lesões podem levar a problemas gravíssimos, sendo assim o cuidado deve ser redobrado’’.
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