O Brasil na luta contra o cigarro

Conheça a posição do país no Índice Global de Políticas Antitabagistas

Por: Equipe Marcio Atalla


O Brasil na luta contra o cigarro

O cigarro mata. E essa não é uma afirmação apenas retórica. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 8 milhões de pessoas morrem todo ano no mundo por doenças ligadas ao fumo.

E a Rede Somos Inovação divulgou o primeiro Índice Global de Políticas Antitabagistas Eficazes, um estudo que pode ajudar autoridades sanitárias e governos a desenvolverem políticas de regulamentação do tabaco.

Quer saber mais sobre a posição do Brasil neste índice de políticas antifumo? Siga lendo este texto!

 

O Índice

O Índice Global de Políticas Antitabagistas Eficazes analisa a regulamentação dos chamados Produtos de Nicotina Sem Combustão, que são produtos de consumo de tabaco sem produção de fumaça, como por exemplo:

.Cigarro eletrônico (vape ou vaporizador)

.Tabaco aquecido (substância a partir do tabaco, aquecida e colocada em recipientes)

.Bolsas de nicotina sem  calor

O estudo analisou 10 categorias destes produtos, sendo:

.Estrutura regulatória

.Proibição

.Impostos

.Publicidade

.Embalagem

.Varejo

.Vendas online

.Exibição

.Sabores

.Promoção da redução de danos.

Com base nas análises, foi criada uma classificação mundial de acordo com as políticas de regulamentação da venda ou proibição do consumo. O estudo analisou a situação em 59 países divididos em 4 regiões:

.Américas

Europa

África

.Ásia-Oceania,

A Suíça ficou em 1º lugar no Índice Global de Políticas Antitabagistas Eficazes. O país tem uma política de regular, mas não proibir o acesso aos Produtos de Nicotina Sem Combustão. Em seguida vieram Reino Unido e Nova Zelândia.

A América Latina é a região com as políticas mais restritivas em relação a estes produtos, como, por exemplo, na Guatemala, no Uruguai e no Brasil que se coloca em 45º em nível global neste índice, já que a comercialização de Produtos de Produção de Vapor e Produtos de Tabaco Aquecido é proibida no território brasileiro.

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A polêmica do cigarro eletrônico

Os Produtos de Nicotina Sem Combustão, como cigarros eletrônicos e afins, tem gerado muito debate. Existem especialistas na questão do fumo que defendem que o uso do vape seria uma forma do fumante aos poucos ir diminuindo a frequência do consumo e abandonando o vício.

Mas muitas autoridades da área de saúde e pesquisadores pensam de outra forma, como nos explica o pneumologista Jorge Castanheira, formado em medicina pela UERJ, especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) e em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

‘ Os cigarros eletrônicos, vapers ou dispositivos eletrônicos para fumar, divulgam índices globais de diminuição quantitativa de elementos cancerígenos nos seus elementos inalados, porém são normalmente identificados inúmeros outros componentes passíveis de indução cancerígena, tais como o propilenoglicol, que quando aquecido e vaporizado, pode formar o óxido de propileno, uma substância com ação possivelmente carcinogênica. O glicerol ou da glicerina que apesar de sua liberação para uso em alimentos e cosméticos, não significa que seja seguro para inalação humana. Essas preocupações não são infundadas, pois há um relato de caso de pneumonia lipoide causada pelo óleo à base de glicerina do vapor. A relação parece clara, pois os sintomas desapareceram quando a paciente parou com o uso do cigarro eletrônico’’.

E prossegue o médico:

‘’Um estudo demonstrou a presença de radicais livres em toda a amostra analisada de vapor dos cigarros eletrônicos, nos cartuchos de nicotina líquida e no “sopro seco”, quando o cartucho líquido está vazio. Apesar da exposição aos radicais livres dos cigarros eletrônicos ser menor do que a observada no cigarro tradicional, ela ocorre em concentração até 10 vezes maior do que a encontrada na poluição do ar. Sem contar o acetaldeído e diversos elementos metálicos, como cádmio, zinco, cromo, chumbo, níquel e enxofre’’.

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O Brasil e o combate ao fumo

No Brasil morrem cerca de 200 mil pessoas por ano em consequência do tabagismo, segundo estudos da OMS. O que dá uma média de 10 pessoas morrendo a cada hora por causa de complicações do fumo. O que as autoridades devem fazer para enfrentar este grave problema?

‘’A prevenção na ação de educação se mostrou a mais efetiva arma de controle e combate ao início da exposição ao tabaco. A restrição, com um caráter de perfil punitivo, seja na sobretaxa de impostos ou restrição de consumo em locais determinados, têm resultados modestos frente aos índices atingidos pelas ações educativas de esclarecimento’’, diz o dr. Castanheira.

E o médico pneumologista finaliza com um alerta:

‘’O tabaco pode levar a vários tipos de câncer, doenças pulmonares, cardiovasculares e metabólicas e afetar a gestação e o parto. Isso já está largamente demonstrado na literatura internacional há várias décadas’’.

Contamos com a colaboração da FF Assessoria de Imprensa e do médico:

Dr. Jorge Castanheira/Pneumologista

 

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