Nova esperança no tratamento de esquizofrenia

Estudo americano diminuiu a medicação e priorizou terapia e apoio familiar

Por: Equipe Marcio Atalla


Nova esperança no tratamento de esquizofrenia

Quando se fala em esquizofrenia vem à mente os antigos tratamentos com choques e os atuais com antipsicóticos. Se por um lado eles aliviam os sintomas de delírio e alucinação, por outro provocam efeitos colaterais desagradáveis, como tremor e aumento de peso. Só que agora um estudo financiado pelo governo dos Estados Unidos, um dos maiores realizados sobre o tema, descobriu que doses menores de remédios e maior ênfase no tratamento terapêutico e no apoio familiar apresentaram maior grau de recuperação nos primeiros dois anos de tratamento do que aqueles que receberam apenas terapia com remédios.

O estudo foi promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos e publicado recentemente no periódico “American Journal of Psychiatry”. O Brasil tem cerca de 2,5 milhões de portadores de esquizofrenia. Geralmente os primeiros sintomas surgem no final da adolescência, ocasião em que se dá a primeira ruptura com a realidade, e surgem sintomas de desconfiança e medo. Os estudiosos acreditam que é nessa fase inicial que o tratamento alternativo deve ter início, pois melhores serão os resultados.

No estudo, os medicamentos foram usados como parte de um conjunto de tratamentos. As doses foram as mais baixas possíveis. Em alguns casos a medicação correspondeu a 50% do tratamento, o que minimizou os efeitos colaterais. Foram realizadas avaliações em 34 clínicas em 21 estados, onde foram realizados os tratamentos tradicionais, como também o proposto pelo estudo. Funcionários das clínicas foram treinados para fornecer, além da medicação, ajuda no ambiente profissional e escolar dos pacientes. Depois veio o trabalho com as famílias, conscientizando-as sobre o que é esquizofrenia e como lidar com o parente que sofre do mal. Por fim a terapia feita com o portador da doença, levando-o a lidar com ela, construir e manter relacionamentos, diminuir medicamentos e controlar sintomas.

A equipe que realizou o estudo recrutou 404 pacientes que haviam vivenciado o primeiro episódio de esquizofrenia, diagnosticado na adolescência ou por volta dos 20 anos. Cerca de metade recebeu a abordagem o tratamento alternativo e a outra, o tradicional. Os dois grupos foram monitorados pelos médicos, que utilizaram listas padronizadas de avaliação da gravidade dos sintomas e a qualidade de vida dos pacientes. O grupo que começou o tratamento alternativo apresentou uma média inferior.

Sendo que, ao longo dos dois primeiros anos, a melhora que os dois grupos apresentaram foi gradual. Ao final do tratamento, os que se submeteram ao tratamento alternativo, tiveram mais alívio dos sintomas, mesmo tendo recebido de 20% a 50% doses menores de medicação.

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