Mulheres com ovários policísticos sofrem maior risco de ter bebês com transtornos de ansiedade e depressão
Excesso desses hormônios também provocaria chances de obesidade nas crianças
Por: Equipe Marcio Atalla
Mulheres portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos sofrem maior risco de ter filhos com transtornos de ansiedade e depressão. Se forem do sexo feminino, as meninas terão um risco aumentado de desenvolver a mesma doença materna. Já os de sexo masculino podem ter maior tendência à obesidade e maior resistência a insulina. Foi o que descobriu uma pesquisa realizada com ratos por médicos ao redor do mundo, oriundos de diversas instituições. Entre elas a Universidade de Gotemburgo, na Suécia; a Universidade do Chile; e a Universidade do Colorado, nos EUA.
A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma desordem caracterizada pela secreção excessiva de hormônios androgênios — como a testosterona feminina — e uma atividade anormal de produção de insulina. A doença afeta até 17% das mulheres no mundo. Portadoras da síndrome têm mais risco de desenvolver sintomas de ansiedade e depressão. Outros estudos já demonstraram que mais de 60% das mulheres diagnosticas com a doença têm histórico de depressão grave ou transtorno alimentar. No período de gestação, os índices de testosterona se mostram ainda mais altos, aumentando por sua vez o risco de transtornos de humor, com chance maior de ser transmitidos aos filhos.
Para chegar a essa comprovação, os cientistas deram a fêmeas de ratos doses elevadas de testosterona feminina na fase pré-natal e observaram que os filhotes nasciam com mais tendência a transtornos. Os motivos ainda não são bem compreendidos, mas existe a hipótese da doença ter origem durante o desenvolvimento do feto. Os cientistas acreditam que o excesso de androgênios no ambiente intrauterino de mulheres que têm a doença afeta a função endócrina e a reprodutiva dos fetos, o que aumentaria a probabilidade de bebês do sexo feminino também desenvolverem a síndrome, exatamente como suas mães. E também transtornos como ansiedade e depressão, independente do sexo do bebê.