Menopausa precoce
Conheça mais sobre essa condição e como ela influencia na gravidez
Por: Equipe Marcio Atalla

A menopausa é um período da vida que traz muitas dúvidas, expectativas e até mesmo apreensão para grande parte das mulheres.
É o momento em que a mulher para de menstruar, apontando o fim da capacidade reprodutiva, devido ao processo de envelhecimento do corpo feminino.
Mas se estas mudanças já geram ansiedade nas mulheres mais maduras, imagine então ‘’adiantar’’ a chegada da menopausa?
Nesta reportagem, você vai saber mais sobre a chamada menopausa precoce. Não deixe de ler!
O que é
Mas afinal como definir a menopausa precoce? Quem nos explica é o ginecologista Igor Padovesi, autor do livro ‘’Menopausa Sem Medo’’:
“A menopausa precoce é caracterizada pelo fim da função dos ovários de produção dos principais hormônios femininos antes da média de tempo. A faixa normal da menopausa é dos 45 aos 55 anos. Quando acontece antes dos 40 anos, chamamos de prematura. Já quando ocorre entre 40 e 45 anos é definida como menopausa precoce”.
Entre as causas conhecidas da menopausa precoce, estão:
.Fumo
.Álcool
.Drogas
.Dieta desequilibrada
.Sedentarismo
.Doenças autoimunes (lúpus, tireoidite)
Algumas medicações também podem levar à esta condição.
‘’Certos tratamentos médicos podem induzir o surgimento da Falência/Insuficiência Ovariana Prematura (FOP/IOP) e da menopausa precoce, como: quimioterapia e radioterapia, principalmente na região pélvica e terapias hormonais, com medicamentos que suprimem a produção de estrogênio, como o tamoxifeno, que são utilizados no tratamento do câncer de mama’’, explica o ginecologista e obstetra Nélio Veiga Junior, com doutorado em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.
Existem ainda estudos indicando que a menopausa precoce pode ser hereditária. Mulheres que tem mãe e/ou irmãs que passaram pelo mesmo processo, tem maior chance de desenvolver a condição.
E entre os principais sintomas ,podem-se destacar:
.Irregularidade menstrual
.Ondas de calor
.Suores noturnos
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Menopausa precoce e gravidez
E uma das maiores preocupações das mulheres que enfrentam um quadro de gravidez precoce é se elas poderão engravidar normalmente.
‘’Felizmente, hoje, graças aos avanços na Medicina e nas técnicas de reprodução humana, uma mulher que já alcançou a menopausa pode engravidar e ter filhos saudáveis. Isso é possível por meio de uma Fertilização In Vitro (FIV), realizada com óvulos que podem ser obtidos de duas formas: ovorecepção ou congelamento prévio”, comenta o ginecologista e obstetra Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor da clínica Mater Prime, em São Paulo.
E acrescenta o médico:
‘’Por exemplo, caso a mulher alcance a menopausa e tenha realizado o congelamento de óvulos previamente, essa é uma possibilidade para alcançar a gestação mesmo após o fim da capacidade reprodutiva. Porém, mesmo sem ter congelado óvulos previamente, a mulher ainda pode engravidar por meio da ovorecepção, que consiste no uso de óvulos doados para a realização da Fertilização In Vitro. Os óvulos são obtidos em bancos de maneira totalmente anônima. E o fato de serem doados não reduz, de maneira alguma, o papel da receptora como mãe, afinal, é ela quem garantirá que a criança cresça feliz e saudável”.
Independente se o óvulo foi obtido por doação ou por congelamento prévio, ele será fertilizado em laboratório para que o embrião seja formado. Mas existe ainda uma etapa antes de levar este embrião ao útero.
“Para preparar o útero para receber o embrião, é preciso realizar um período de estímulo hormonal. Isso porque como a mulher na menopausa não tem ciclos menstruais, o útero entra em um processo de atrofia e o endométrio não está pronto para a implantação do embrião. Então, os hormônios são necessários”, relata o dr. Rodrigo.
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Acompanhamento médico
É importante que a mulher que passar pelo procedimento da Fertilização In Vitro, tenha a consciência de que se trata de uma gravidez de risco, por isso é importante realizar o exame pré-natal e ter acompanhamento médico adequado.
“Na gestação durante a menopausa há um maior risco de complicações como pressão alta, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, parto prematuro e doenças cardiovasculares, incluindo infartos e tromboses. Por esses motivos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) recomenda que as técnicas de reprodução assistida, incluindo a FIV com ou sem ovodoação, sejam realizadas até, no máximo, os 50 anos’’, fala o ginecologista Rodrigo Rosa.
E o médico conclui:
“Isso não quer dizer, porém, que o procedimento não possa ser realizado em mulheres mais velhas. No entanto, exige um acompanhamento mais próximo. Com os devidos cuidados, é perfeitamente possível que a gravidez se desenvolva sem complicações e de maneira segura para a mãe e para o bebê. Mas, claro, cada caso deve ser avaliado individualmente”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e dos médicos:
Dr.Igor Padovesi/Ginecologista
Dr.Rodrigo Rosa/Ginecologista e Obstetra
Dr.Nélio Veiga Junior/Ginecologista e Obstetra
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