Doenças bucais podem ter uma relação com a genética
Até cáries e gengivite podem apresentar desordens herdadas
Por: Equipe Marcio Atalla
Filhos costumam herdar de seus pais o tipo sanguíneo e as características físicas. Mas também herdam doenças, principalmente as que derivam de mutações na sequência do DNA, de alterações nos cromossomos e da combinação desses fatores. No que se refere às doenças bucais, acontece o mesmo, segundo Artur Cerri, coordenador da Instituição de Ensino Superior e Pesquisa da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas.
“Mais do que a cor dos olhos e o tipo de nariz, a influência dos pais na vida dos filhos passa inclusive por uma propensão maior de enfrentar alguns problemas bucais. Isso é especialmente comum no que se refere a cinco problemas de saúde oral: desalinhamento dos dentes, gengivite, cárie, câncer bucal e fenda palatina”, diz o cirurgião-dentista. A cárie e a gengivite também têm um forte componente genético. “Pessoas que durante a adolescência e início da fase adulta enfrentaram muitos casos de cárie devem cuidar para que seus filhos recebam cuidados especiais desde cedo, como selantes e tratamentos à base de flúor. Isso sem contar que esse tipo de família não pode espaçar muito as visitas ao cirurgião-dentista para garantir uma boca saudável e livre de cárie.
Já com relação à gengivite, cerca de 30% da população tem uma predisposição genética para doenças periodontais, tanto gengiva sensível, e que sangra com facilidade, quanto inflamações recorrentes. Por isso, diagnóstico precoce e revisões periódicas são fundamentais para manter a boca saudável.