Coronavírus: é seguro pedir refeições por aplicativos ou delivery?
Risco de contaminação existe se uma pessoa doente manipular a comida, mas aquecer ou reaquecer os alimentos é suficiente para diminuir a chance de contágio. De qualquer forma, é sempre mais saudável cozinhar seu próprio alimento
Por: Equipe Marcio Atalla
Desde que os estudos indicaram que o Novo Coronavírus consegue viver até três dias em alguns materiais, as embalagens de produtos de supermercado viraram alvo de desinfetantes, água sanitária e álcool, na tentativa de afastar os riscos de contágio.
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Mas, será que devemos nos preocupar também com as refeições que pedimos por meio de aplicativos ou telefone em sistema de delivery? “Se uma pessoa doente manipula a comida, os riscos não podem ser descartados, mas aquecer ou reaquecer alimentos deve matar o vírus. Como regra geral, não vimos que a comida é um mecanismo de disseminação”, a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia. “Não há evidências de que a Covid-19 seja transmitida por meio de alimentos e, até onde se sabe, a comida não transporta o vírus. Um risco mais provável de contaminação está na embalagem”, diz a médica.
Segundo a médica, esse risco de contaminação da embalagem pode ser minimizado, esvaziando o conteúdo em um prato limpo, descartando a embalagem em um saco de lixo e lavando bem as mãos antes de comer. “Tire a comida do recipiente com uma colher e coma com garfo e faca, não com as mãos”, diz a médica. “No caso da compra de alimentos para cozinhar, as embalagens devem ser limpas com água e sabão, desinfetante, água sanitária ou álcool de limpeza 70”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Apesar disso, a nutróloga argumenta que, no momento de isolamento social, o melhor a fazer é cozinhar seu próprio alimento. “Ao manipular seu próprio alimento, você tem a opção de fazer escolhas mais saudáveis, que são limitadas quando observamos um cardápio pronto de um restaurante. É mais fácil também dosar a quantidade correta ao cozinhar, já que há a preparação prévia de porções de comida do tamanho adequado para você. Pense em seu prato como se fosse um gráfico de pizza. O ideal é que 50% desse gráfico seja composto de vegetais e legumes, 25% devem ser proteínas animais ou vegetais e os carboidratos, preferencialmente complexos, compõem os últimos 25%”, diz a Dra. Marcella.
No geral, segundo a médica, as refeições disponíveis nos aplicativos ou serviços de delivery são lanches, frituras e alimentos ricos em carboidratos. “Dá para fazer boas opções, mas não temos a noção da real porção dos ingredientes de cada prato. Pode vir, por exemplo, arroz e batata demais, em detrimento de proteína, verduras e legumes”, diz a médica.
Segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, uma forma positiva de lidar com o período de isolamento social é aproveitá-lo para criar novos hábitos mais saudáveis, como manter uma alimentação balanceada e cozinhar. “Esse é um bom momento para iniciarmos bons hábitos de vida e introduzi-los na nossa rotina. Isso ajudará muito, pois quando voltarmos à vida normal, estaremos mais dispostos a seguir com a vida saudável, o que pode trazer muitos ganhos e prevenir uma série de doenças”, afirma a cirurgiã plástica. “Por exemplo, você pode usar esse tempo de sobra que estamos tendo durante a quarentena para aprender a cozinhar e preparar refeições caseiras. Assim, além de comer mais saudavelmente, você ficará menos ansioso e mais relaxado, pois o hábito de cozinhar ajuda na redução do estresse”, diz a Dra. Beatriz.
Por fim, a médica nutróloga lembra que uma boa alimentação é essencial nesse momento, pois possui papel fundamental na manutenção e fortalecimento do organismo, sendo responsável por fornecer nutrientes essenciais para as funções orgânicas, inclusive as imunológicas. “Uma alimentação equilibrada, variada, colorida, com alimentos os mais naturais e funcionais possíveis, associada a uma hidratação adequada, certamente vai ajudar o organismo a ter respostas mais favoráveis do sistema imune”, finaliza a médica nutróloga.
Por: DRA. MARCELLA GARCEZ, DRA. BEATRIZ LASSANCE