Climatério e menopausa: você sabe a diferença?

Aprenda a identificar o que é e como conviver com o climatério

Por: Equipe Marcio Atalla


Climatério e menopausa: você sabe a diferença?

Climatério. Menopausa. São palavras que causam quase sempre apreensão e ansiedade em grande parte das mulheres. Mas o que estes dois termos significam na prática?

Bom, para começar é importante ressaltar que muita gente confunde climatério com menopausa, achando mesmo que querem dizer a mesma coisa. Mas não é bem assim.

Na verdade a menopausa se refere a uma data: é o dia em que a mulher completa um ano sem menstruar, por causa do fim do período reprodutivo, em função do processo natural de envelhecimento do corpo feminino.

E o climatério se refere a este espaço de tempo que ocorre entre o fim da fase reprodutiva e o início da fase não reprodutiva da mulher. Este processo geralmente ocorre na faixa etária entre 45 e 55 anos, sendo que no Brasil a média de ocorrência é por volta dos 51 anos de idade.

 

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Sintomas e tratamento hormonal

O climatério é algo que  geralmente provoca aflição e preocupação em muitas mulheres ,em função de sintomas que podem ser muito incômodos.

Como explica o médico ginecologista e obstetra Fernando Prado,  especialista em Reprodução Humana e  Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres, na Inglaterra:

‘’Os sintomas mais comuns são alterações no ciclo menstrual, as ondas de calor  chamadas de fogachos, a secura e atrofia vaginal, insônia, incontinência urinária, perda da libido, depressão e perda de ‘energia’, osteoporose e alteração no metabolismo de gorduras, como colesterol e triglicérides. São sintomas que  podem ser bastante incômodos e a falta de hormônios pode trazer muitos riscos à saúde da mulher’’.

E complementa o dr. Fernando:

‘’Há diversas maneiras de aliviar os sintomas. A mais utilizada são os hormônios, nos chamados esquemas de terapias hormonais. São usados normalmente estrogênios, em diversas vias de aplicação, variando da forma oral, gel na pele ou na região da vulva e vagina e adesivos transdérmicos, além de implantes hormonais’’.

Mas existem contraindicações ao tratamento hormonal?

‘’As principais contraindicações à terapia hormonal seriam a presença de doenças hepáticas, histórico de tromboses, anemia falciforme, pressão alta, doenças cardiovasculares, diabetes, cefaléia ou enxaqueca crônica,  câncer de mama ou câncer de endométrio e tabagismo. Mas são tratamentos bastante seguros, desde que monitorados por um médico, regularmente’’.

E  por quanto tempo os hormônios podem ser usados?

‘’ O tempo de uso ainda é tema de discussão, mas entende-se que o uso de hormônios é seguro por até 10 anos ou até os 60 anos de idade. No entanto, não há um tempo limite de uso, já que as doses usadas são mínimas. As mulheres podem usar por mais de 10 anos e após os 60 anos de idade, desde que façam acompanhamento médico regular e que as doses do tratamento sejam ajustadas de acordo com as necessidades’’,diz o dr. Fernando.

E acrescenta o médico ginecologista:

‘’ E além dos hormônios, existem outros tratamentos, como dietas, fisioterapia, higiene mental, atividade física, meditação e outros. O climatério não é apenas “falta de hormônio”. É um período da vida em que a mulher passa por transformações e precisa de um entendimento global sobre sua nova fase, que pode ser muito melhor do que as anteriores, se bem cuidada’’.

E uma dúvida que muitas mulheres tem em relação às reações com a chegada do climatério, é se existe  alguma diferença para as mulheres que  já tiveram filhos e aquelas que ainda não tiveram?

‘’Normalmente as que já tiveram filhos encaram este período com mais naturalidade, pois já cumpriram o papel reprodutivo que desejavam. Porém, para mulheres que não engravidaram e que tinham esse desejo, o fim do período reprodutivo pode ser bastante complexo e frustrante, já que limita as opções para engravidar. Um bom suporte emocional e psicológico ajuda, além de conversar com o médico sobre as opções para chegar na gravidez, como o uso de óvulos doados’’, fala o médico.

A importância da alimentação e da atividade física

Uma boa notícia para as mulheres que já entraram ou estão prestes a entrar no climatério, é que a prática de atividade física  também pode ajudar a combater os incômodos sintomas.

‘’As atividades físicas podem amenizar sim e são muito recomendadas. Além de liberar substâncias que dão prazer, as endorfinas, a atividade física de impacto gera microfraturas nos ossos, o que permite sua remodelação e prevenção contra a osteoporose. Isso sem contar os ganhos no metabolismo de açúcares e gorduras, reduzindo os riscos de diabetes e de doenças cardiovasculares’’, afirma o dr. Fernando Prado.

Mas não basta mexer com o corpo. É preciso ter atenção também com o que se come. A alimentação pode ser uma importante aliada para aliviar os sintomas do climatério.

É o que explica o médico ginecologista:

‘’Existem diversos alimentos que contribuem no alívio dos sintomas. Entre eles temos a soja, um dos mais utilizados no mundo. A soja é rica em substâncias chamadas de isoflavonas, que possuem estrutura molecular semelhante aos estrogênios naturais. Assim, as isoflavonas ajudam no alívio dos sintomas, especialmente nos fogachos. Elas se ligam aos receptores de estrogênio no corpo e atuam de forma semelhante aos próprios hormônios. A amora preta também é outro alimento rico em isoflavonas, além de ter propriedades anti-inflamatórias e diuréticas’’.

E prossegue o dr Fernando:

‘’Podemos incluir também outros alimentos ricos em fitoestrógenos (isoflavonas) entre eles o tofu (queijo de soja), leite de soja, broto e shoyu. Alimentos ricos em vitaminas A, B, C e E, como cereais integrais (arroz, quinoa em grãos, aveia, amaranto), frutas e verduras amarelas e vermelhas, as hortaliças e folhas verdes, ovo cozido, oleaginosas (nozes, avelãs, amêndoas) gérmen de trigo, semente de girassol, gergelim e leguminosas (ervilha, lentilha, feijões, grão de bico). E finalmente, não podemos esquecer dos alimentos ricos em ômega 3, como a sardinha, salmão, chia e linhaça’’.

 

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Climatério: saúde mental e vícios

Uma outra questão que chama a atenção em relação às alterações que o climatério pode provocar nas  mulheres ,é em relação à saúde mental.

‘’A falta de hormônios afeta o processo de cognição e acentua os casos de depressão, ansiedade, irritabilidade, nervosismo, tristeza, inquietação, problemas de memória, falta de confiança e concentração e perda de libido. Estima-se que a depressão possa atingir até 70% das mulheres no climatério e essa falta de hormônios no sistema nervoso central pode ser a causa principal’’, afirma o dr. Fernando.

E vícios como  bebidas alcoólicas, fumo e  drogas, podem gerar alguma alteração no climatério?

‘’Podem gerar e são contraindicados quando a mulher está fazendo terapia hormonal. O álcool tem seu metabolismo no fígado e pode levar a lesão deste órgão, prejudicando seu funcionamento e o metabolismo dos hormônios, que acontece ali também. O uso de cigarro ou drogas aumenta o risco de tromboses, especialmente quando estamos usando hormônios e por este motivo contraindicam a terapia hormonal’’, conclui.

Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e do médico Dr. Fernando Prado: Ginecologista

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