A dificuldade de emagrecer na menopausa

Perdas hormonais nesta fase da vida exigem alguns cuidados

Por: Equipe Marcio Atalla


A dificuldade de emagrecer na menopausa

A menopausa é definida como a interrupção permanente da menstruação, por causa da perda da função dos ovários em gerar os óvulos. É uma fase natural e inevitável na vida de todas as mulheres, marcando o fim da capacidade reprodutiva e geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos.

A menopausa traz vários sintomas e consequências e uma delas é a dificuldade das mulheres perderem peso, devido a mudanças no metabolismo e na distribuição de gordura corporal. 

Para saber como reduzir este problema, siga lendo esta matéria.

Menopausa e perda de peso

A chegada da menopausa é anunciada por vários sintomas, como por exemplo:

.Ondas de calor

.Suor noturno

.Alterações no ciclo menstrual (perimenopausa)

.Secura vaginal

.Alterações de humor

.Problemas de sono

.Diminuição da libido

Mas além destes sintomas mais comuns, esta fase pode trazer outro desafio para as mulheres: a dificuldade de emagrecer e manter um peso saudável.

 “Mesmo comendo bem e praticando atividade física, elas costumam notar maior acúmulo de gordura no abdômen e têm cada vez mais dificuldade em lidar com isso. Sabemos que a queda hormonal, principalmente do estrogênio e da testosterona, é um fator bem importante para essa relação”, afirma o ginecologista Igor Padovesi, integrante da North American Menopause Society (NAMS) e da International Menopause Society (IMS). 

“Somado a isso, temos uma redução do metabolismo basal, porque a massa muscular reduzida resulta em menor gasto de calorias em repouso, que pode dificultar a manutenção do peso ideal, levar a alterações na composição corporal, com mudanças na distribuição da gordura corporal e aumento da gordura abdominal”, esclarece a nutróloga  Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia(ABRAN).

O acúmulo de gordura e a perda de massa magra podem piorar para as mulheres que não praticam qualquer tipo de atividade física.

 “Os principais desafios nesse período estão relacionados à perda de massa muscular e à diminuição da força, que podem levar a uma pior qualidade de vida, pois a perda muscular está associada a uma série de problemas de saúde’’, aponta a dra. Marcella Garcez.

Entre estes problemas se destacam:

.Redução da densidade óssea

.Aumento do risco de fraturas

.Diminuição do metabolismo basal

.Doenças como diabetes, hipertensão e obesidade

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Reposição hormonal

As mudanças hormonais podem gerar sensação de cansaço e também afetar a saúde mental das mulheres.

 “A menopausa aumenta muito o grau de ansiedade e de irritabilidade e também a chance de depressão, já que há uma alteração dos neurotransmissores do cérebro”, diz a endocrinologista Deborah Beranger, pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).

Um dos tratamentos recomendados para enfrentar o problema da dificuldade em emagrecer é a terapia de reposição hormonal. 

“Ao repor esses hormônios nas doses certas e com os hormônios mais adequados (hoje usamos os bioidênticos), podemos ajudar a melhorar a composição corporal, facilitando o ganho de massa magra quando a paciente faz atividade física e isso reflete na qualidade de vida. Obviamente a terapia hormonal também melhora vários outros sintomas que a mulher pode enfrentar nessa fase”, diz o dr. Igor.

E o endocrinologista também comenta sobre o receio que muitas mulheres ainda tem de fazer a reposição hormonal

“Muitas pessoas acreditam que a reposição hormonal aumenta o risco de problemas como câncer de mama, acidente vascular cerebral e doença arterial coronariana. Isso se deve principalmente a estudos realizados no final da década de 1990 e início dos anos 2000 que, devido a várias falhas metodológicas, chegaram a conclusões incorretas sobre os efeitos dessas terapias no organismo, que até hoje afastam médicos e pacientes desse tipo de tratamento, apesar de múltiplos estudos mais modernos já terem apresentado evidências contrárias”.

É bom lembrar ainda que o tratamento é programado de acordo com as características e necessidades de cada paciente.

“O tratamento de reposição hormonal é individualizado em relação ao hormônio utilizado e a dose, que depende muito das queixas da paciente. E o tempo de duração, tanto para iniciar quanto para terminar, também varia”, fala a endocrinologista Deborah Beranger.

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Atividade física e dieta

Mas para atingir os objetivos de uma maneira mais efetiva, a  terapia de reposição hormonal deve ser realizada em conjunto com:

.Exercícios físicos

.Dieta balanceada

 “Existem estudos que comprovam que a atividade física diminui muito a sensação de fogacho (onda de calor), então a paciente tem que fazer exercício regular, pelo menos 3 vezes na semana, por uma hora”, comenta a dra. Deborah.

  E é importante ficar atento ainda ao que se come.

“Algumas estratégias alimentares podem ajudar a preservar a massa muscular, como o consumo adequado de proteínas, essenciais para a síntese muscular. Proteínas de alto valor biológico, com todos os aminoácidos essenciais e, além disso, consumir carboidratos complexos e alimentos com vitaminas, minerais e fibras’’, recomenda a nutróloga Marcella Garcez.

Entre os alimentos que não devem faltar na dieta estão:

.Carnes magras

.Peixes

.Ovos

.Laticínios

.Grãos integrais

.Legumes

.Vegetais

.Frutas

“Por fim, a hidratação adequada é essencial para o funcionamento muscular adequado”, conclui a nutróloga.

 

Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e dos médicos:

Dr.Igor Padovesi/ Ginecologista

Dra. Marcella Garcez/Nutróloga

Dra. Deborah Beranger/Endocrinologista

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