Estudo mostra que esta dieta pode aumentar o risco cardíaco
O jejum intermitente ganhou muita notoriedade nos últimos anos, se tornando bem popular entre pessoas que buscam prevenir ou combater o sobrepeso e a obesidade.
Mas esta estratégia alimentar que consiste em limitar as horas do dia em que as calorias são ingeridas, vem gerando muitos debates.
E apesar de ter muitos defensores, estudos recentes apontam que o jejum intermitente pode oferecer ameaças à saúde, como por exemplo um possível aumento do risco de mortes por doenças cardiovasculares.
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A pesquisa foi feita pela Americna Heart Association ((https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/20343/presentation/379))e questiona a utilização do jejum intermitente, indicando que este tipo de dieta poderia a longo prazo aumentar o risco de morte por alguma doença cardiovascular.
“Segundo o trabalho, isso acontece especialmente entre pessoas com doença cardiovascular subjacente ou câncer”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Em 2020 um outro estudo ((https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2771095?guestAccessKey=444bbcb2-7e13-4dc6-998f-5de5e27aa19e&utm_source=For_The_Media&utm_medium=referral&utm_campaign=ftm_links&utm_content=tfl&utm_term=092820) já havia apontado que em relação à perda de peso, o jejum intermitente não é melhor do que fazer refeições mais consistentes e mantendo um consumo de calorias que seja menor que a taxa metabólica do corpo ao longo do dia.
Outras pesquisas sobre dietas já indicaram que o padrão alimentar pode diminuir o risco de doenças cardíacas no curto prazo. Este novo trabalho analisou os efeitos a longo prazo da dieta com restrição de tempo.
“Ainda é muito cedo para concluir que as pessoas devem evitar comer com restrição de tempo, se isso as ajuda a atingir suas metas de perda de peso. Neste momento, se as pessoas quiserem comer durante um período mais curto e for mais fácil para elas manter o peso dessa forma, não há uma razão para não fazê-lo, se tiverem acompanhamento profissional”, argumenta a nutróloga.
A alimentação com restrição de tempo, um tipo de jejum intermitente, costuma limitar a ingestão de calorias a uma janela de 4 a 12 horas por dia.
“Pesquisas anteriores mostraram que pode ser uma estratégia eficaz para perda de peso, quando combinada com restrições calóricas. Estudos também sugeriram que pode reduzir a pressão arterial e outros indicadores-chave de doenças cardiovasculares durante um curto período de tempo em pessoas com obesidade”, diz a médica.
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Neste novo estudo, os cientistas analisaram dados de uma pesquisa feita nos Estados Unidos com 20.078 adultos com média de idade em torno de 49 anos. Em dois momentos as pessoas tinham que recordar todos os alimentos e bebidas que consumiram num período de 24 horas.
O resultado apontou que as pessoas que restringiram a alimentação a um período inferior a 8 horas por dia, apresentaram quase duas vezes mais chances de morrer de doenças cardíacas e AVCs, num período de 8 anos, em comparação com aquelas que faziam as suas refeições durante um período de 12 a 16 horas.
“A janela alimentar de 8 horas foi associada a uma maior mortalidade cardiovascular na população em geral, bem como naqueles que tinham doenças cardiovasculares ou tumores pré-existentes. A alimentação com restrição de tempo não pareceu afetar o risco de morte por todas as causas combinadas ou especificamente por câncer. Mas em pessoas com câncer, ter uma janela alimentar de 16 horas, período em que se pode comer, foi associado a um menor risco de morrer de câncer”, fala a dra. Marcella.
Ainda segundo a médica, esse dado, inclusive, derruba a ideia de que o jejum intermitente seria responsável por fazer as células boas eliminarem as células cancerígenas.
Restringir o tempo de alimentação diária tornou o jejum intermitente popular pois parecia ajudar na perda de peso e os pesquisadores tinham a expectativa que adotar uma alimentação com restrição de tempo de 8 horas poderia reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares e até mesmo outras enfermidades, mas não foi isso que descobriram. Mesmo entre as pessoas que optaram por comer durante períodos de tempo restritos, não foi registrado nenhum benefício cardiovascular claro.
‘’Isso deixa em aberto a questão sobre se a alimentação com restrição de tempo pode melhorar a saúde cardiovascular no longo prazo. Pelo menos por enquanto, focar no que as pessoas comem é mais importante do que no horário em que comem. E, fundamentalmente, o jejum intermitente deve ser feito sempre com acompanhamento profissional”, aponta a especialista.
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Mas afinal, quando é realmente saudável apelar para esta dieta mais restritiva?
‘’O jejum intermitente é uma estratégia dietética que não está indicada para todas as pessoas e os riscos aumentam muito quando o jejum é feito sem acompanhamento, pois as pessoas ficam longos intervalos sem comer e nos períodos que se alimentam o fazem de forma inadequada’’, diz a médica.
Utilizar esta dieta de maneira equivocada e sem orientação médica pode gerar alterações metabólicas como:
.Hipoglicemia
.Desnutrição
.Desidratação
.Fraqueza muscular
.Dificuldade de concentração
.Anorexia
.Bulimia
.Compulsão alimentar periódica
“Todos os tipos de jejum são contraindicados para gestantes, lactantes, crianças, adolescentes e alguns doentes crônicos. O melhor a fazer é sempre procurar acompanhamento médico para a realização de jejum intermitente”, conclui a nutróloga.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Marcella Garcez/Nutróloga
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