Dia Mundial da Alimentação: dieta saudável é assunto urgente
Data lembra a importância da alimentação saudável, acessível e de qualidade
Por: Equipe Marcio Atalla
Desde 1981, em 16 de outubro, é celebrado o Dia Mundial da Alimentação. A data foi escolhida em homenagem à criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945. O intuito é estimular a reflexão sobre as condições alimentares ao redor do mundo.
O primeiro tema abordado na data, há quase 30 anos, foi a “A comida vem primeiro”. Neste ano, “Cresça, alimente, sustente. Juntos” é o slogan das campanhas de conscientização.
Dia Mundial da Alimentação: segurança alimentar é pauta mundial
Em 2020, a FAO, em parceria com o Fundo Internacional para a Agricultura (IFAD), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentação (PMA) da ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou um informe com o título de “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo”.
Entre os dados apresentados no relatório, foi informado que a fome, infelizmente, voltou a crescer no Brasil. Entre os anos de 2014 e 2016, 37,5 milhões de pessoas viviam em estado de insegurança alimentar moderada no país. Já entre 2017-2019, esse número saltou para 43,1 milhões. Ou seja, um aumento de quase 2%.
Em compensação, o número de pessoas consideradas subnutridas baixou de 4,1%, em 2006, para os atuais 2,4%. A cifra das pessoas em condição de insegurança severa também teve decréscimo de 0,3% entre 2014-2016 e 2017-2019,
No mundo todo, 2 bilhões pessoas não têm acesso suficiente a alimentos seguros e nutritivos .
Obesidade é sinal de dieta pouco saudável
A fome não é o único sinal de que a alimentação de um país é insuficiente em termos nutricionais. O crescimento das taxas de sobrepeso e obesidade ao redor do mundo, que por si só são consideradas pandêmicas, indicam igualmente que é preciso investir mais na qualidade da alimentação.
Os alimentos industrializados e ultraprocessados costumam ser encontrados por preços mais baixos nas prateleiras dos supermercados. Além de terem uma identidade visual mais atraente, elaborada para incentivar o consumo entre crianças e jovens.
Frequentemente, as parcelas mais socialmente vulneráveis de um país, especialmente aqueles assolados por forte desigualdades sociais, são as maiores consumidoras desses tipos de alimentos. Pobres em nutrientes e ricos em calorias, gorduras trans, sódio e açúcares.
Fatores como a inflação, questões climáticas que influenciam as safras (você lembra da alta do preço do tomate há alguns anos?) e falta de estoques nacionais (caso do arroz, em 2020), e a desinformação impactam diretamente a segurança alimentar.
Atualmente, um prato de alimentos saudáveis custa, em média, o equivalente a cinco refeições que têm o amido por base. O resultado disso é que as pessoas podem estar, ao mesmo tempo, acima do peso e subnutridas.
Segundo o relatório da FAO, a taxa da população afetada pela obesidade passou de 20,1% entre 2014-2016 para 22,1% entre 2017 e 2019.
As campanhas de conscientização realizadas pela FAO ao redor do mundo, portanto, visam estimular os países a criar condições e políticas públicas para que suas populações possam se alimentar adequadamente.
Covid-19 agrava insegurança alimentar
Neste ano, ainda há o desafio lançado pela Covid-19. Além das questões sanitárias próprias da doença, seus impactos econômicos provavelmente ainda afetarão a população nos próximos anos.
A desaceleração das economias levou centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo a perderem seus empregos e, com eles, sua renda. Dessa maneira, o sustento diário das famílias foi colocado em risco.
Segundo a FAO, a estimativa é que até 132 milhões poderão passar fome ainda em 2020. Com isso, o objetivo da entidade de erradicar a fome até 2030 precisa superar mais obstáculo para ser colocado em prática na próxima década.
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Crédito fotos: Canva.com