Criança também tem depressão
Saiba quais são os sintomas da doença na infância e adolescência
Por: Equipe Marcio Atalla
A depressão já é considerada o ‘’mal do século’’ pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No mundo inteiro, o número de casos catalogados já passa de 300 milhões. E estudos científicos apontam ainda que o Brasil é o país com a maior quantidade de pessoas com depressão e ansiedade do planeta.
Mas você acha que depressão é coisa de adulto estressado com o trabalho ou com os compromissos sociais e familiares da vida moderna? Pois saiba que isso é um grande engano. Essa doença também atinge as crianças e os adolescentes, provocando graves danos e inclusive podendo levar a casos de suicídio nesta faixa etária.
Para saber mais sobre este tema e proteger seus filhos ou parentes deste mal, siga lendo esta matéria.
Depressão em crianças e adolescentes: causas
A depressão já aparece como a 3ª doença mais comum entre crianças e adolescentes no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde cerca de 60% dos jovens(principalmente meninas)que procuram tratamento médico relatam ter sentimentos depressivos.
Uma das causas destes índices alarmantes, são as dificuldades comuns da entrada na pré-adolescência, como explica a psicóloga e psicanalista Talitha Nobre, do Grupo Prontobaby e da escola de psicanálise Corpo Freudiano do Rio de Janeiro:
‘’Cada mudança de fase se torna um período de dificuldade e isso gera angústias”.
E além dos adolescentes, ela acrescenta que a depressão também é um risco na infância:
“É possível que a criança seja acometida por transtornos psicológicos. O diagnóstico é difícil porque os sintomas podem ser confundidos com as fases de desenvolvimento infantil. É importante que os responsáveis tenham atenção a qualquer mudança drástica no comportamento ou até sintomas repetidos no corpo, como dores que não melhoram com remédio e não têm justificativa”.
Uma outra causa é o famigerado bullying:
‘’Já existem estudos que associam bullying a doenças mentais. É necessário que a família e escola fiquem atentos porque o bullying podem agravar significativamente o sofrimento psíquico. É uma situação de exposição e humilhação. Muitos adolescentes não suportam se sentirem assim e podem acabar se embotando cada vez mais’’,fala a psicóloga e psicanalista.
Ela diz ainda que até os smartphones podem piorar o problema:
‘’O uso excessivo do celular pode agravar um quadro de depressão que está em curso. Isso porque reduz o sujeito a um único estímulo, dificultando a interação social’’.
Mas há uma faixa etária na qual estes casos de depressão infanto-juvenil sejam mais comuns?
‘’Existe uma predominância maior entre jovens. Uma pesquisa do IBGE de 2021 mostra um cenário preocupante quanto à saúde mental dos 11,8 milhões de estudantes de 13 a 17 anos’’,diz a psicóloga.
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Os sintomas da depressão
Os principais sintomas que podem ajudar pais,mães e responsáveis a detectar se a criança ou adolescente está em situação depressiva,são:
.Perda ou excesso de apetite
.Insônia ou dormir demais
.Cansaço e fadiga
.Irritabilidade
.Agressividade
.Baixo desempenho escolar
.Dificuldade em ficar longe dos pais
‘’Qualquer mudança significativa no comportamento da criança ou adolescente precisa ser observada com atenção pelos pais e escola. Normalmente essa mudança brusca é que vai apontar para um adoecimento. Diante dessa hipótese os pais precisam procurar ajuda de um psicólogo que é quem vai ajudar no diagnóstico’’,diz Thalita.
E como os pais devem agir ao conversar com as crianças e adolescentes sobre o tema sem assustar ou espantar de uma forma que o filho se retraia?
‘’A criança, diferente do adulto, não consegue compreender o que está sentindo e nem colocar em palavras, então é muito comum que, caso esteja passando por algum processo de angústia, comece a apresentar muitos sintomas como uma forma de dizer.
Precisamos sempre dizer a verdade a crianças, numa linguagem que ela compreenda. Falar sobre saúde mental tem sido cada vez mais uma urgência, principalmente entre os adolescentes’’,orienta a psicóloga.
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Tratamento da depressão infantil
Mas qual seria o tratamento adequado para crianças e adolescentes que sofrem de depressão? Com a palavra a psicóloga Thalita Nobre:
‘’O acompanhamento psicológico é sempre o melhor caminho. Em alguns casos pode ser necessário uma intervenção medicamentosa. O psicólogo é a pessoa mais indicada para traçar um diagnóstico acerca do adoecimento psíquico, fazer o direcionamento e avaliar a necessidade da entrada de um médico psiquiatra ou neurologista’’.
Mas uma criança ou adolescente que teve depressão e se curou,pode voltar a ter o problema na vida adulta?
‘’Sim. As doenças psicoemocionais são como qualquer outra doença. Elas podem retornar em momentos diferentes da vida’’,diz a psicóloga.
E ela conclui,com um alerta:
‘’A OMS aponta o suicídio como segunda principal causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos. No Brasil, de 2000 a 2015, os casos aumentaram 65% entre pessoas com idade de 10 a 14 anos e 45% na faixa de 15 a 19 anos. E se há alguma dúvida dos pais sobre o sofrimento psíquico, já é interessante procurar um psicólogo para poder ajudar nesse diagnóstico’’.
Contamos com a colaboração da DATZ Comunicação e da Psicóloga e Psicanalista Thalita Nobre
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