Biópsia líquida para tratamento de câncer chega ao Brasil
O diagnóstico é preciso, mas de alto custo financeiro
Por: Equipe Marcio Atalla
Um exame que está chegando no Brasil trará uma melhora nos tratametos do câncer. Trata-se de uma biópsia líquida, um processo simples e sem dor, de mais eficácia e que é realizado através de uma simples coleta de exame de sangue.
O novo exame proporciona aos pacientes procedimento menos invasivo do que as biópsias tradicionais, livrando-os da necessidade de internações e também de possíveis riscos.
Mas, infelizmente, a biópsia líquida é mais cara e inicialmente inacessível a grande maioria da população. Uma pena, porque o exame indica ao médico a droga ideal para combater determinada mutação genética ligada ao tipo de câncer que sofre o paciente. São as denominadas terapias-alvo. Por serem específicas, provocam menos efeitos colaterais.
A biópsia líquida não substitui a biópsia convencional para o diagnóstico inicial do câncer, e sim, ela é aplicada no acompanhamento e controle do tumor. Representa uma revolução tecnológica, ajudando a melhorar a perspectiva de sobrevida do paciente. Porém, ao revelar mutações, muitas das drogas indicadas são ainda experimentais e de alto valor aquisitivo. O Brasil, a exemplo de outros países, terá que buscar saídas para impedir que a condição financeira determine a sobrevida de um paciente.
A biópsia líquida surgiu após décadas de pesquisas sobre a genética do câncer. Ela é resultado de uma mistura de técnicas que identificam pedaços muito pequenos de DNA em circulação no sangue. E o conhecimento maior de mutações associadas aos tumores, já que nenhum é igual. Nos Estados Unidos mais de 50 tumores já podem ser analisados através da biópsia líquida. A técnica começou a ser usada nos países americanos, há cerca de um ano. Na Europa, há seis meses. No Rio de Janeiro o exame está em torno de R$900,00. O valor ainda não é coberto pelos planos de saúde.