Dor na sola do pé? Pode ser fascite!
Saiba o que é e como tratar a fascite plantar
Por: Equipe Marcio Atalla

Você tem algum tipo de dor na sola do pé? Isso pode estar sendo causado por um problema chamado de fascite plantar.
Esta condição pode surgir, entre outras causas por:
.Mau uso dos calçados
.Exagero nos esportes de alto impacto
.Alterações nas articulações
Quer saber mais sobre as causas e como tratar a fascite plantar? Então siga lendo esta reportagem.
O que é e causas
Para entender melhor o que é a fascite plantar, procuramos a opinião de um estudioso do tema, o ortopedista Fernando Jorge, especialista em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein-SP) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto):
‘’A fáscia é uma membrana do tecido conjuntivo que reveste o músculo, mas quando há uma exigência alta dela, pode ser que ocorram danos. Isso provoca uma inflamação da fáscia, que nessa região é chamada de fascite plantar, uma causa comum de dor no pé’’.
Entre as principais causas da fascite plantar estão:
.Aumento de intensidade ou distância em treinos de impacto
.Uso de calçados inadequados
.Pés chatos ou com o arco alto
.Trabalhar muito tempo em pé
.Tensão contínua nos músculos da panturrilha
.Artrite
.Obesidade
.Gravidez
.Estresse
Qualquer uma dessas causas pode gerar a dor na sola do pé e dificuldade para andar. A fascite é muito comum em idosos, devido às alterações no corpo pelo processo de envelhecimento e também em atletas.
‘’Nos atletas, a dor pode surgir por vários motivos, desde a sobrecarga e estresse repetitivo na região, até calçados inadequados. Treinos de alto impacto, como a corrida em superfícies duras (por exemplo, asfalto ou concreto), podem causar microlesões repetitivas na fáscia plantar devido à constante pressão e choque no calcanhar”, diz o ortopedista.
Outros tipos de atividades desportivas também podem gerar risco de desenvolver a fascite plantar, como:
.Esportes que exigem muitos saltos: basquete, vôlei e ginástica
.Esportes com mudanças de direção: futebol, tênis e handebol
‘’Adicionalmente, o aumento repentino da intensidade ou da carga de treino sem uma adaptação progressiva, especialmente em pessoas que não têm o condicionamento físico adequado, pode aumentar o risco de desenvolver fascite plantar’’, acrescenta o dr. Fernando Jorge.
Leia também:
https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/corra-sem-dor/
Atenção aos calçados
Um alerta muito importante sobre a fascite envolve o uso dos calçados. E as mulheres devem dobrar a atenção.
‘’ Para mulheres, embora o salto alto não seja a única causa, ele é um fator de risco importante, especialmente quando combinado com pé plano (chato) ou hipertonia da musculatura da panturrilha”, fala o ortopedista.
E prossegue o médico:
‘’ Enquanto o uso de salto altera a biomecânica da marcha e sobrecarrega a região anterior do pé, principalmente a cabeça dos ossos metatarsos e do arco plantar, o que pode resultar em microtraumas repetitivos’’.
E estes microtraumas podem gerar:
.Inflamação
.Dores fortes
.Limitação funcional
E quem já tem a fascite plantar deve fugir de alguns tipos de calçados.
‘’Indivíduos com fascite plantar devem evitar calçados que não ofereçam suporte adequado para o arco do pé ou amortecimento suficiente. Sapatos muito planos, como chinelos, rasteirinhas e sapatilhas, são prejudiciais porque não proporcionam o suporte necessário para a fáscia plantar, resultando em maior pressão sobre o calcanhar e a planta do pé. Calçados com solas muito finas ou desgastadas também devem ser evitados, pois não oferecem absorção de impacto’’, explica o especialista.
Mas já alguns outros tipos calçados podem ser uma boa opção para os portadores da fascite plantar.
‘’ Tênis de corrida ou esportivos com bom amortecimento, suporte adequado para o arco e solas flexíveis são altamente recomendados, pois ajudam a distribuir as forças de impacto de forma mais equilibrada, reduzindo o estresse na fáscia plantar e auxiliando na recuperação. Calçados ortopédicos ou personalizados também podem ser indicados em casos mais graves’’, indica o especialista.
Veja ainda:
https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/pilates-ajuda-a-manter-a-saude-das-articulacoes/
Formas de tratamento
O tratamento para a aliviar a dor, diminuir a inflamação e levar à recuperação da fascite inclui vários tipos de fisioterapia, tais como:
.Alongamentos
.Fortalecer a musculatura
.Ultrassom
‘’Os alongamentos focam principalmente na fáscia plantar e no tendão de Aquiles, visando aumentar a flexibilidade e aliviar a tensão excessiva na região. O fortalecimento da musculatura intrínseca do pé também é fundamental para estabilizar a região e prevenir futuras lesões. A liberação miofascial, que utiliza pressão para liberar tensões nos músculos e tecidos moles, pode ser aplicada para reduzir a rigidez e melhorar a mobilidade. Técnicas como o ultrassom terapêutico podem ser utilizadas para acelerar o processo de cicatrização e reduzir a inflamação. A terapia por ondas de choque também é eficaz em casos crônicos, ajudando a estimular a reparação dos tecidos danificados. Além disso, exercícios de equilíbrio e propriocepção (postura corporal) ajudam a melhorar o controle motor e prevenir novas lesões. A aplicação de bandagens terapêuticas, ou taping, pode ser útil para fornecer suporte temporário e diminuir a carga sobre a fáscia plantar’’, aponta o dr. Fernando.
E uma das técnicas terapêuticas alternativas atuais contra a fascite é o uso da toxina botulínica.
‘’A toxina botulínica pode ser indicada em casos de fascite plantar resistente a tratamentos convencionais. Ela atua ao reduzir a tensão muscular excessiva, aliviando a dor e melhorando a mobilidade. A toxina é aplicada por infiltração (injeção) diretamente na musculatura da panturrilha, principalmente no músculo gastrocnêmio (mais frequentemente) ou no músculo sóleo, para aliviar a tensão no tendão de Aquiles, reduzindo a sobrecarga da fáscia plantar’’, explica o médico.
Mas é preciso tomar alguns cuidados:
‘’Seu uso pode trazer riscos, incluindo fraqueza muscular localizada, dor no local da aplicação e, em alguns casos, reações alérgicas. Para pacientes idosos ou aqueles com doenças crônicas, como doenças neuromusculares (por exemplo, miastenia gravis) ou que fazem uso de anticoagulantes, o uso da toxina botulínica deve ser cuidadosamente avaliado. Nesses casos, a avaliação médica individualizada é essencial para garantir que não haja contraindicações e que os benefícios superem os riscos potenciais’’, comenta o ortopedista.
A boa notícia é que com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes consegue obter alívio completo dos sintomas de fascite plantar.
‘’O tempo necessário para a recuperação pode variar de algumas semanas a vários meses, dependendo de fatores como a gravidade da lesão, a adesão ao tratamento, a correção de hábitos inadequados (como o uso de calçados inadequados ou a prática de atividades de alto impacto) e a resposta individual ao tratamento. Em casos mais graves, a recuperação pode ser mais demorada e é fundamental seguir todas as orientações médicas para garantir uma recuperação eficaz’’, conclui o dr. Fernando Jorge.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e do médico: Dr. Fernando Jorge/Ortopedista
Confira também:
https://marcioatalla.com.br/atividade-fisica/5-causas-de-cansaco-nas-pernas/
https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/exercicio-e-articulacoes/