Transtorno alimentar: um problema global!

Conheça os 10 tipos de transtornos alimentares mais comuns

Por: Equipe Marcio Atalla


Transtorno alimentar: um problema global!

Uma boa alimentação é fundamental para a manutenção da saúde. No entanto, certos quadros de alterações emocionais podem gerar  uma relação desequilibrada com a comida ,gerando  uma preocupação excessiva com o corpo e comportamentos disfuncionais que levam aos  transtornos alimentares (TAs).

Os transtornos alimentares podem atingir  qualquer pessoa independente de etnia, idade, gênero, podendo trazer sérios problemas na atuação profissional,escolar e social do portador,além de afetar por tabela toda a família.

Os transtornos alimentares  já se tornaram  hoje um caso grave de saúde pública mundial,atingindo 1% da população do planeta,cerca de 70 milhões de pessoas,a maior parte desse universo composto por mulheres mais jovens.

No Brasil,foi feito um  importante estudo realizado pelo Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares da UFRJ, que avaliou 2.297 pessoas na cidade do Rio de Janeiro.Os dados revelaram no universo pesqusiado:

.1,4% de casos de compulsão alimentar

.0,7% de bulimia

Um dado que chamou a atenção nesta pesquisa é que entre os pacientes  que são candidatos a realizar a cirurgia bariátrica, o índice de compulsão alimentar chega a quase a  27% .

 

Em relação à faixa etária mais atingida, a anorexia se manifesta especialmente:

.Na adolescência entre os  13 e 14 anos

.Na juventude entre 20 e 22 anos

 

Os quadros de bulimia nervosa ocorrem geralmente:

.Entre os 20 e os 30 anos de idade

 

Já o transtorno de compulsão alimentar,tende a ocorrer mais:

.Entre os 30 e 40 anos de idade

 

Os TAs mais comuns são as já citadas  anorexia e a bulimia, mas existem  vários outros não tão conhecidos do público,mas que também provocam grandes problemas para a saúde. E embora os transtornos alimentares possam ser tratados com sucesso, apenas uma em cada  10 pessoas recebe o tratamento correto.

Por isso,é  preciso aprender a identificar e saber quando é a hora de procurar acompanhamento médico.

Veja também:

https://marcioatalla.com.br/nutricao/transtorno-alimentar-como-evitar-entrar-nesse-ciclo/

Sintomas dos transtornos alimentares

Como saber que alguém está enfrentando algum tipo de transtorno alimentar?

Quem nos ajuda a esclarecer isso é a psiquiatra Maria Francisca Mauro,Mestre em Psiquiatria pelo PROPSAM/UFRJ e  pesquisadora do PROCIBA/HUCFF/UFRJ (Programa de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário Fraga Filho) e do GOTA/IPUB/UFRJ (Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares):

‘’A principal caracterização quanto aos sintomas dos transtornos alimentares, é que a vida da pessoa passa a ficar restrita na sua preocupação  do que comer, do que deixar de comer, do medo de comer ou de comer em exagero,ou seja, o ato de comer se torna, em si, problemático’’. 

A pessoa que tem esse transtorno percebe ou há uma resistência em admitir que sofre desse mal? 

‘’Em casos como anorexia nervosa, em grande parte aquelas pessoas não percebem que estão adoecidas, acham que estão vitoriosas por terem atingido um peso magro, ou seja, a magreza se torna uma obsessão, passa da obsessão para um adoecimento, tanto do corpo quanto gravemente emocional.  Alguns destes quadros somente chegam para tratamento durante internação por algum problema clínico, como no coração ou quebra de algum osso que já estava fragilizado, ou mesmo a família precisa intervir’,diz a psiquiatra.

‘’Então, depende muito do nível de informação que ela obtém, como ela processa aquela informação e como as pessoas ao seu redor a informam, a acolhem e como colocam aquele sofrimento em perspectiva, para que ela consiga entender que é algo que precisa de tratamento e que ela não precisa se punir’’,complementa a dra. Maria Francisca. 

Confira ainda:

https://marcioatalla.com.br/nutricao/ansiedade-em-adolescentes-pode-ajudar-a-identificar-precocemente-transtornos-alimentares-diz-estudo/

 

Os 10 transtornos mais comuns

 

.Anorexia nervosa :

A pessoa passa a ter um  pensamento fixo de que é ‘’preciso perder peso’’ e a  comida se torna uma ameaça. Ao longo da evolução da doença, restringir a ingestão de alimentos ou mesmo simplesmente deixar de comer é o principal objetivo de vida. É um dos transtornos com maior risco de morte.

 

.Bulimia: 

A característica principal são episódios de compulsão alimentar, a pessoa ingere alimentos de forma descontrolada e depois se sente mal e culpada por este comportamento. Aí busca compensar este descontrole fazendo jejum,vomitando ou praticando exercícios na tentativa de queimar as calorias ingeridas.

 

.Compulsão alimentar:

 É semelhante à bulimia quanto à ingestão exagerada de alimentos em determinado momento, mas sem o comportamento de tentar expelir o alimento por uma suposta culpa. A maioria dos pacientes está quase sempre acima do peso daqueles que quem tem bulimia e vivem buscando dietas de emagrecimento.

 

.Transtorno purgativo:

 Nele não há a ingestão de comida  de forma descontrolada como na bulimia,mas sim  uma busca constante para eliminar o que comeu,para emagrecer,com o uso de medicamentos como diuréticos,laxantes,fórmulas,chás e até mesmo forçar o vômito.

 

.Síndrome do comer noturno:

 A pessoa alega não ter fome durante o dia, chegando a ingerir quase  de 75% da sua cota de calorias diárias no período noturno. É um transtorno associado à depressão e  baixa qualidade do sono.

 

 .Adição por comida:

 É quando a pessoa se diz “viciada em comida”, como se estivesse  numa busca incessante e insaciável por alguns alimentos  e chegando ao ponto de desenvolver quadros de irritação e desequilíbrio emocional quando não tem acesso a estes alimentos.

 

.Ortorexia: 

 É o transtorno do ‘’comer correto”. A pessoa quer se alimentar somente de determinados alimentos que ela considera serem saudáveis.

 

.Beliscamento:

 Comer constantemente pequenas porções de alimentos fora dos horários tradicionais das grandes refeições, gerando aumento de peso. É como se a pessoa se sentisse ‘’obrigada a comer’’.Pode estar ligado à ansiedade ou depressão.

 

 .Vigorexia:

 É a busca exagerada por um ‘’corpo atlético e musculoso’’,o que faz com que a pessoa busque a ingestão em excesso de proteínas e suplementos alimentares,o que pode prejudicar  a saúde.

 

.Drunkorexia:

 É o transtorno no qual a pessoa passa a restringir o que vai comer, para poder beber álcool em grandes quantidades,numa espécie de ‘’compensação calórica’’: comer menos,para beber mais. Geralmente ataca jovens com quadros de anorexia ou bulimia.

 

 .Fatorexia:

 Neste quadro as pessoas estão obesas, mas não conseguem admitir  isso,acreditando estarem dentro do peso ideal. Para alguns especialistas,seria o ‘’contrário ‘’ da anorexia.

O  tratamento dos transtornos alimentares

Mas como enfrentar este grave problema de saúde que afeta tanta gente no Brasil e no mundo?

A psiquiatra Maria Francisca Mauro orienta:

‘’Ela precisa passar por uma consulta psiquiátrica, para que o médico defina se aquilo é um diagnóstico alimentar ou não, para definir como será conduzido o tratamento’’.

A dra. também defende que a pessoa com transtornos tenha uma orientação multidisciplinar,com vários profissionais que se completam:

‘’Há também a questão da nutrição: um profissional de nutrição, trabalhando com a pessoa e entendendo aquela pessoa e a forma como ela experimenta a sua compulsão e restrição alimentar, pode ajudar a regularizar e a compreender isto de maneira prática. Também temos a importância do educador físico, pois muitas destas pessoas passam a utilizar, para regular o seu sofrimento emocional, o exercício físico. Também temos, de acordo com o caso, a necessidade de haver um médico clínico, um endocrinologista ou um nutrólogo, por exemplo, dependendo do quadro de transtorno alimentar, como uma bulimia grave, problemas cardíacos ou renais’’.

 

E conclui:

‘’A gente precisa, quando faz esta mensagem dos transtornos alimentares, comunicar a população que não é uma frescura, não é uma falta de vergonha de quem está lutando pelo peso e tem uma fase de compensação e, mesmo, pessoas que sofrem ao longo da vida, elas podem ter ajuda e compreensão, para finalmente usarem isto a seu favor e não contra elas próprias’’. 

 

Contamos com a colaboração da DATZ Comunicação e da Psiquiatra Maria Francisca Mauro

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