Estudo revela que a doença pode quase triplicar no mundo até 2050
O diabetes mellitus é uma epidemia mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta doença crônica se caracteriza pela incapacidade do pâncreas em produzir insulina na quantidade adequada para o organismo, o que provoca o aumento da glicose no sangue.
O diabetes não controlado pode provocar graves danos à saúde, tais como:
.Insuficiência renal
.Infarto
.Derrame
.Amputações
.Cegueira
E para piorar o quadro, um estudo científico aponta que em menos de 30 anos o número de diabéticos no mundo pode triplicar!
Quer saber mais sobre a epidemia mundial do diabetes e como fugir dela? Então não deixe de ler esta matéria até o final.
A pesquisa foi publicada no periódico científico The Lancet ((https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(23)01296-5/fulltext )) e mostra que o número de pessoas diabéticas no mundo deve chegar a 1 bilhão e 300 milhões em 2050. Levando em conta que o número atual está em torno de 530 milhões, isso representa um número quase 3 vezes maior quando se chegar à metade do século XXI.
“A projeção é muito preocupante, uma vez que os rins e o coração estão entre os principais afetados pelo diabetes. A doença renal é 10 vezes mais comum em diabéticos, pois ocorre um evento conhecido como hiperfiltração do sangue nos rins. Por isso, pacientes diabéticos devem contar com ajuda do nefrologista para controlar a doença e evitar danos renais. Além disso, os diabéticos têm um risco 3 a 4 vezes maior de sofrer algum evento cardiovascular”, afirma a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
“Diabetes é um termo genérico para várias condições que envolvem níveis elevados de açúcar no sangue. Ela pode ocorrer por defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que possa ser aproveitada para diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta, portanto, em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia”, complementa a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
O estudo aponta ainda 2 fatores como principais causas para esta projeção de expansão da doença nos próximos anos:
.O aumento dos índices de obesidade
.A falta de acesso à serviços de saúde
A pesquisa também mostra que a maior parte destes novos casos é do diabetes do tipo 2, que ocorre principalmente por maus hábitos alimentares e sedentarismo.
“A doença é responsável por mais de 2 milhões de mortes anualmente e é a 7ª causa de incapacidade em todo o mundo”, diz a nutróloga Marcella Garcez.
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Quando não é devidamente controlado, o diabetes pode gerar graves problemas para o organismo, como
.Dificuldade de cicatrização
.Desidratação
.Insuficiência respiratória
.Visão comprometida
.Nervos e membros inferiores prejudicados
“O diabetes é uma doença extremamente inflamatória, em que a quantidade exagerada de glicose é capaz de provocar a hiperfiltração do sangue nos rins, a chamada hiperfiltração glomerular. Além disso, eleva a concentração de produtos de glicosilação, processo no qual açúcares são adicionados em proteínas e lipídios, transformando-os em glicoproteínas e glicolipídeos, os maiores responsáveis pelas complicações do diabetes’’, fala a dra. Caroline Reigada.
‘’Quando estes produtos ficam ativados pelo sistema imunológico, aparecem as doenças dos vasos sanguíneos e dos nervos, assim como os prejuízos renais. São as denominadas complicações micro e macrovasculares do diabetes, isto é, alteração dos vasos menores, como dos rins e da retina (microvasculares) e dos grandes vasos e do coração (macrovasculares)”, acrescenta a nefrologista.
Os dados mostram que cerca de 44% dos diabéticos desenvolvem doença renal crônica. Por isso, é de importância fundamental que aqueles que já têm a doença, mantenham os níveis de glicose sob controle.
“O controle do diabetes, que apresenta fácil diagnóstico, um simples exame de sangue, deve objetivar, na maioria dos casos, uma hemoglobina glicada menor que 7%”, explica a dra. Caroline.
E quem não tem diabetes, deve fazer exames periodicamente para ficar atento a qualquer possível sinal da doença.
“Lembre-se que o diabetes pode ser uma doença traiçoeira. O diagnóstico do pré-diabetes e seu tratamento é a melhor forma de evitar complicações”, comenta a nefrologista.
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A melhor receita para fugir desta doença crônica que gera tantas limitações na alimentação e tantos riscos para a saúde, é não economizar esforços para prevenir que o diabetes se instale.
“A modificação intensiva do estilo de vida continua sendo a melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2’’, diz a nutróloga Marcella Garcez.
Entre os hábitos recomendados estão:
.Melhorar a alimentação
.Dormir bem
.Evitar bebidas alcoólicas
.Parar de fumar
.Praticar exercícios físicos
E a dra. Marcella conclui reforçando a importância da atividade física.
‘’A prática moderada de exercícios aeróbicos e de força é indicada para todos, mais ainda mais para pré-diabéticos e portadores de síndromes metabólicas, desde que seja frequente e obedeça a uma periodicidade. Atividades de flexibilidade e relaxamento, associadas às de força e aeróbicas, também trazem impactos positivos. O mais importante é sair do sedentarismo”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e das médicas:
Dra. Caroline Reigada/Nefrologista
Dra. Marcella Garcez/ Nutróloga
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