O IBGE divulgou nova pesquisa mostrando que o sobrepeso dobrou no Brasil e a obesidade atinge níveis alarmantes
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou na quarta-feira, 21 de outubro, os dados da mais recente Pesquisa Nacional da Saúde (PNS). E os resultados não são nada bons. Foi constatado que mais da metade dos brasileiros está acima acima do peso. A obesidade já atinge 1 em cada 4 pessoas no Brasil.
Os obesos representam 25,9% da população adulta. Já entre os adolescentes, na faixa de 15 a 17 anos, a cifra é de 6,7%.
“No início dos anos 2000, quando resolvi abandonar o esporte de alto rendimento para tratar de saúde, o Brasil tinha um pouco mais de 30% da população acima do peso e esse índice dobrou. Isso mostra que o estilo de vida do brasileiro é muito inadequado. A população está cada vez mais sedentária, mal alimentada e dormindo pior“, diz Marcio Atalla.
A quantidade de obesos acima dos 20 anos, mais do que dobrou no país desde o início do milênio. Em 2003, eram 12,2%. Atualmente, são 26,8%. A população com excesso de peso aumentou 18,4%, chegando aos 60,3%.
O PNS também revelou que a obesidade afeta mais as mulheres dos que homens: 30,2% contra 22,8%. Entre ambos, os índices dobraram nos últimos 16 anos.
O cálculo do IBGE foi feito com base no Índice de Massa Corporal (IMC) da população, internacionalmente reconhecido.
Embora a tendência ao aumento excessivo de peso, conjuntamente com o sedentarismo, seja um problema mundial, ele é mais grave em países de baixa e média renda, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma das razões disso é a diferença gritante dos preços dos alimentos saudáveis e dos industrializados e ultraprocessados. Em média, um prato balanceado custa cinco vezes mais do que um à base de amido, afirma a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Além disso, faltam políticas públicas que incentivem a prática de atividade física e esporte entre a população, principalmente entre jovens e crianças.
O professor da Universidade de São Paulo (USP) Wolney Conde, consultor da pesquisa, disse ao site do IBGE que é preciso enfatizar as medidas coletivas para reverter esse quadro.
“De maneira geral, se a gente separar os determinantes da obesidade no Brasil e de outros países, em determinantes individuais e sociais, de maneira mais ampla, a gente vai ver que boa parte das ações de prevenção, de combate à obesidade, tem se concentrado naqueles determinantes individuais. É importante que a gente tenha uma mudança enfática em relação a isso. Sem um combate mais centrado em determinantes sociais do crescimento da obesidade, dificilmente vamos conseguir muito sucesso”, afirma.
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