Pacientes com melanoma e história de tabagismo têm 40% menos chances de sobreviver ao câncer de pele do que pessoas que nunca fumaram.
De acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Leeds, financiada pela Cancer Research UK, “O estudo de mais de 700 pacientes com melanoma, principalmente do norte da Inglaterra fornece evidências que sugerem que o fumo pode prejudicar a resposta imune contra o melanoma e reduzir a sobrevida desses pacientes”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
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Estas novas descobertas fornecem outra razão pela qual as pessoas devem tentar parar de fumar, particularmente aquelas que foram diagnosticadas com melanoma maligno – a forma mais perigosa de câncer de pele.
Os cientistas descobriram que, em geral, os fumantes tinham 40% menos chances de sobreviver à doença do que as pessoas que nunca fumaram dentro de uma década após o diagnóstico. Em um subgrupo de 156 pacientes que tinham mais indicadores genéticos para as células responsáveis pela resposta imune ao câncer tipo melanoma, os fumantes tinham cerca de quatro vezes e meia menos chances de sobreviver do que as pessoas que nunca fumaram. “Como a sobrevivência é ainda menor no grupo de fumantes com a maioria dos indicadores de células do sistema imunológico, os pesquisadores acreditam que o fumo pode impactar diretamente em como o organismo dos fumantes lidam com a resposta imune às células cancerosas do melanoma”, afirma a médica.
Fumar foi relatado por outros cientistas para ter efeitos adversos sobre o sistema imunológico, mas ainda não se sabe quais produtos químicos do cigarro são responsáveis por este efeito. Segundo o estudo, o sistema imunológico é como uma orquestra, com múltiplas peças, e a pesquisa sugere que fumar pode atrapalhar o funcionamento em sintonia, permitindo que os músicos continuem tocando, mas possivelmente de uma maneira mais desorganizada. “O resultado é que os fumantes ainda podem montar uma resposta imunológica para tentar destruir o melanoma, mas parece ter sido menos eficaz do que em nunca-fumantes”. Com base nos dados, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, parar de fumar deve ser fortemente recomendado para pessoas diagnosticadas com melanoma.
Dados – Melanoma é o tipo de câncer de pele com o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), apesar de não ser o mais frequente câncer de pele, no ano de 2018 são estimados 2.920 casos novos em homens e 3.340 casos novos em mulheres. Com relação ao câncer de pele não-melanoma, estimam-se 85.170 casos novos de câncer de pele entre homens e 80.410 nas mulheres para o ano de 2018. É por isso que você deve ficar atento aos sinais que aparecem no seu corpo.
De acordo com a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, embora a principal causa do melanoma seja genética, a exposição solar também influencia no aparecimento da doença — principalmente com os elevados índices de radiação que atingem níveis considerados potencialmente cancerígenos, onde ocorre exposição à radiação UVA/UVB E IR (infravermelho). “O filtro solar deve ser usado diariamente independentemente da estação do ano e se está num dia nublado, chuvoso ou encoberto; a radiação UV mesmo em um dia 100% encoberto, ela só é barrada em 30% e 70% dessa radiação passa”, alerta a dermatologista. Esta fotoexposição, ao longo dos anos, pode gerar lesões novas ou modificar aquelas que já existiam previamente na pele de qualquer pessoa. Com uma exposição solar frequente, seja por lazer ou ocupacional, muitas vezes, as pessoas não percebem a medida da exposição ao sol silencioso no trabalho de campo, no dirigir ou andar na rua.
Fonte: DRA. CLAUDIA MARÇAL
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