A enxaqueca é uma das doenças mais incapacitantes que existem, deixando as pessoas sem condições de realizarem suas atividades diárias, seja no trabalho ou na escola.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca atinge mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são mais de 30 milhões sofrendo com este tipo de dor de cabeça, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE).
E agora um estudo recente confirmou que dormir mal pode agravar as incômodas dores da enxaqueca.
Para saber mais, siga lendo esta reportagem.
A pesquisa científica foi publicada no periódico International Headache Society ((https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/03331024251329400)) e mostrou que existe uma via de mão dupla na relação entre sono e dor de cabeça:
.Dormir mal pode gerar crises de enxaqueca
.Enxaqueca pode prejudicar o sono
“Esse artigo mostra a relação que os pacientes sentem na prática. Quando eles dormem mal, eles têm mais dor de cabeça. Mas o sono insuficiente também é um sintoma da própria doença”, afirma o neurologista Tiago de Paula, especialista em cefaleia pela Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP) e integrante da International Headache Society (IHS).
Os pesquisadores investigaram se um sono de baixa qualidade interfere mais nos sinais nociceptivos (os neurônios sensoriais que detectam estímulos nocivos e transmitem informações de dor ao sistema nervoso central) em pessoas que sofrem de enxaqueca em comparação aos que não tem enxaqueca.
O estudo foi realizado utilizando estimulação elétrica de alta densidade, com potenciais evocados a laser (LEP) e potenciais evocados somatossensoriais nociceptivos (nSEP), para medir as atividades que tem relação com a dor de cabeça.
“Essas medições cerebrais foram feitas após 2 noites de sono normal e depois de 2 noites dormindo apenas 4 horas”, explica o médico.
Quem sofre de enxaqueca apresenta ainda as seguintes reações:
.Diminuição da qualidade de sono
.Sonolência durante o dia
.Distúrbios de sono mais graves
Já quem sofre com problemas de sono tem, por sua vez, um risco maior de desenvolver quadros de enxaqueca.
“A enxaqueca pode ser caracterizada por aumento geral da responsividade a estímulos sensoriais e alteração da excitabilidade cortical. Os mecanismos não são totalmente compreendidos, mas podem envolver fatores pró-inflamatórios que afetam diretamente os nociceptores e transmissão aumentada da dor no nível espinhal”, indica o dr. Tiago de Paula.
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O resultado do estudo revelou que perder noites de sono pode alterar o funcionamento do cérebro em quem enfrenta a enxaqueca.
“Esses resultados reforçam a ideia de que quem tem enxaqueca pode ser mais sensível à falta de sono, mesmo fora das crises. Além disso, o estudo mostrou um efeito maior do sono insuficiente em pacientes com enxaqueca e com sintomas de insônia”, explica o neurologista.
A pesquisa mostrou ainda que a falta de sono em indivíduos com dor de cabeça, pode provocar desequilíbrio nas sinapses (junções entre neurônios que permitem a transmissão de impulsos nervosos).
“Trabalhos recentes sugerem que a disfunção sináptica no eixo tronco cerebral-tálamo-córtex é importante na fisiopatologia da enxaqueca”, aponta o especialista.
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Para fugir deste ciclo vicioso é preciso tratar primeiro a enxaqueca, tomando cuidado com os medicamentos que são usados.
“Os medicamentos monoclonais Anti-CGRP foram os primeiros medicamentos desenvolvidos, do início ao fim, para enxaqueca. Eles bloqueiam o efeito do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), que contribui para a inflamação e transmissão de dor e está presente em maiores níveis em pacientes com enxaqueca”, fala o médico.
Outra opção em pacientes com enxaqueca crônica, é o uso da toxina botulínica em conjunto com os anti-CGRPs.
“A toxina botulínica é aplicada em pontos nervosos específicos para reduzir a sensibilidade do cérebro a dor, ajudando, assim, no controle da enxaqueca”, aponta o dr. Tiago.
E o médico finaliza com um recado importante.
‘’A enxaqueca crônica não tem cura, mas tem controle. A avaliação individual é essencial para recomendação do plano de tratamento mais adequado para cada caso. O médico também poderá auxiliar na identificação de gatilhos e fatores cronificadores da doença, o que é fundamental para o controle das crises”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e do médico: Dr. Tiago de Paula/Neurologista
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