O estresse já faz parte do dia a dia, ainda mais num mundo altamente tecnológico onde as pessoas ficam interconectadas praticamente 24h.
Embora ninguém goste, na verdade o estresse é uma reação natural do corpo à situações de:
.Pressão
.Ameaça
.Perigo
O problema é quando o estresse se torna algo constante, provocando o risco de problemas de saúde como:
.Dor de cabeça
.Transtornos alimentares
.Insônia
.Doenças cardíacas
.Ansiedade
.Depressão
Mas além disso, uma pesquisa científica revelou que o estresse pode ainda diminuir a sensação de saciedade, fazendo as pessoas comerem mais e engordar.
Quer saber mais? Então siga lendo este texto!
Quando as pessoas são submetidas à situações de estresse, uma reação muito comum é apelar para um alto consumo de alimentos hipercalóricos, para tentar recuperar o gasto energético que o corpo teve com as reações estressantes e reequilibrar o lado emocional. Estes alimentos carregados de calorias costumam receber a denominação de ‘’comfort foods’’, como explica a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
‘’Comfort foods são definidas como qualquer alimento que, quando consumido em determinada situação, ocasiona conforto físico e psicológico”.
E acrescenta a médica:
‘’As comfort foods são muito individuais, no entanto, esse hábito pode ser extremamente prejudicial, pois a combinação entre estresse e alimentação hipercalórica pode gerar mudanças no cérebro que aumentam o desejo por comida, especialmente doces e alimentos hiperpalatáveis e favorecem o ganho de peso’’.
Alimentos hiperpalatáveis são aqueles que possuem componentes como:
.Gordura
.Açúcar
.Sódio
.Carboidratos
Esta combinação acaba deixando estes alimentos mais saborosos, fazendo com que as pessoas exagerem no seu consumo.
Entre os principais exemplos de alimentos hiperpalatáveis, estão:
.Chocolates
.Biscoitos
.Salgadinhos de pacote
Leia também:
As afirmações da dra.Marcella vêm ao encontro do estudo publicado no conceituado periódico científico Neuron ((https://www.cell.com/neuron/fulltext/S0896-6273(23)00383-5?_returnURL=https%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS0896627323003835%3Fshowall%3Dtrue)).
Para entender o mecanismo por trás desses hábitos alimentares, os pesquisadores fizeram estudos com camundongos para descobrir como as várias áreas do cérebro dos animais reagiriam ao estresse e como isso poderia influenciar na dieta.
Os cientistas descobriram que quando os animais recebiam uma dieta rica em gorduras e ficavam estressados, a área do cérebro chamada habênula, responsável por diminuir a resposta recompensatória do cérebro, ficava inativa.
“Com os sinais de recompensa relacionados à alimentação ativos, os camundongos foram encorajados a se alimentar por prazer, sem responder aos sinais de saciedade”, diz a nutróloga.
Os pesquisadores também deram duas opções de hidratação aos camundongos. Eles poderiam escolher entre beber água natural e água com o adoçante sucralose. O experimento mostrou que os animais que comiam mais gordura e estavam sob estresse, consumiam 3 vezes mais a água adoçada do que os outros que não se encontravam na mesma situação.
“Isso sugere que o estresse, além de ativar o mecanismo de recompensa ao comer, também impulsiona o desejo por alimentos doces e saborosos, especificamente “, aponta a especialista.
Os animais com estresse e submetidos a uma dieta altamente gordurosa e calórica também aumentaram de peso duas vezes mais que os camundongos que seguiram a mesma alimentação, mas sem estresse. O motivo foi uma molécula chamada de NPY.
“NPY, ou neuropeptídeo Y, é um dos peptídeos mais abundantes do sistema nervoso que está relacionado à ingestão de alimentos e tem seus níveis modulados pelo estresse. Quando os pesquisadores impediram que o NPY ativasse as células cerebrais da habênula, os camundongos estressados com uma dieta rica em gordura consumiram menos comfort foods, resultando em menor ganho de peso’’, afirma a dra. Marcella.
Veja ainda:
Mas ganhar peso não é a única consequência desse exagero no consumo de alimentos hiperpalatáveis durante situações de estresse.
“O consumo excessivo e desequilibrado desses alimentos hiperpalatáveis, geralmente com grandes quantidades de açúcares e gorduras, pode causar desequilíbrios metabólicos e favorecer o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão, por exemplo”, indica a médica.
As descobertas do estudo mostram que o estresse é um forte regulador dos hábitos alimentares e pode anular a resposta natural do cérebro à saciedade. Isso favoreceria um processo no qual os sinais de recompensa agem sem qualquer tipo de interrupção, fazendo com que as pessoas consumam cada vez mais alimentos hiperpalatáveis, principalmente os doces, levando ao aumento de peso.
“Esse estudo enfatiza o impacto do estresse no metabolismo energético saudável. Além disso, destaca a importância de uma alimentação balanceada durante momentos estressantes”, comenta a médica.
E a dra.Marcella Garcez finaliza dando dicas de como cuidar do estresse, sem apelar para a ingestão desenfreada de comida.
“Procure sair de uma rotina de estresse diário: pratique exercícios físicos moderados e prazerosos, experimente atividades introspectivas, como yoga ou meditação, adote bons hábitos de sono e tenha momentos de lazer e espiritualidade. Tudo isso sem esquecer, é claro, da alimentação balanceada”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica:Dra. Marcella Garcez/Nutróloga
Confira estas também:
https://marcioatalla.com.br/atividade-fisica/obesidade-um-mau-negocio-para-o-corpo/
https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/a-pele-e-o-espelho-do-intestino/
O mau funcionamento intestinal pode gerar as temidas varizes
As emoções podem influenciar nas escolhas dos alimentos nas refeições
Aprenda dicas para evitar lesões e ter mais ganhos com os exercícios
Estudo mostra que 62% dos pais não sabem lidar com filhos adolescentes
Os princípios desta dieta podem melhorar o prato dos brasileiros