Basta um passeio rápido pelos corredores de supermercado encontrar embalagens com rótulos: 'enriquecido com vitaminas' ou com a adição de outro um nutriente. Entenda o termo e saiba como adicioná-los à dieta das crianças
Embora seja essencial manter uma alimentação balanceada com o consumo diário de legumes, verduras e frutas em todas as refeições, pais e mães conhecem as dificuldades para garantir que as crianças se alimentem adequadamente. E, em consequência, a quantidade de vitaminas e minerais que os filhos ingerem se torna uma preocupação para eles.
Os alimentos cujos rótulos indicam a inclusão de micronutrientes essenciais para as crianças chamam a atenção dos pais. Uma pesquisa com mães de crianças de 4 a 12 anos em 12 países, desenvolvida pela DSM, empresa que fornece soluções nutricionais para a indústria de alimentos, mostrou que elas são mais propensas a comprar alimentos e bebidas com frases como “possui vitaminas e minerais essenciais”, “apoia a saúde em geral” e “fornece nutrição completa”.
Comidas ou bebidas que possuem em seus ingredientes a adição de pelo menos um micronutriente, categoria que inclui vitaminas, minerais e aminoácidos. O especialista em nutrição da DSM, Héctor Cori, explica que “a indústria de alimentos adiciona vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais em seus produtos, como uma maneira de contribuir para uma melhor nutrição de seus clientes”.
Mas, além do enriquecimento feito de forma voluntária pelos fabricantes de alimentos e bebidas, há um segundo tipo, que é obrigatório, determinado por lei. Nesse caso, as especificações variam de acordo com o país, mas geralmente envolvem alimentos amplamente consumidos e enriquecimento de nutrientes poucos consumidos pelos habitantes.
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No Brasil, alguns exemplos são as farinhas de trigo e milho, que contêm ferro e ácido fólico, e o sal, enriquecido com iodo. Em outros países também existe o enriquecimento mandatória de leite com vitamina D, arroz com diferentes vitaminas e minerais, açúcar com vitamina A, e outros.
Quando falamos sobre problemas nutricionais, o mais comum é pensarmos nos números alarmantes de obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. De fato, mais da metade da população brasileira encontra-se com excesso de peso, de acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2018.
“Essa população com excesso de peso ou obesidade também costuma apresentar deficiências de vitaminas e minerais, por consumir alimentos ricos em calorias, mas não em nutrientes. Isso é chamado de dupla carga de desnutrição: obesidade e deficiência simultânea. A situação se torna crítica quando essas pessoas desejam diminuir a ingestão de calorias. Por isso o enriquecimento de alimentos é importante para garantir os micronutrientes na dieta”, explica Cori.
Há, também, outro extremo que preocupa especialistas em todo o país: a má nutrição. O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), “Estado de Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2018” aponta que o Brasil está entre os 51 países mais suscetíveis à prevalência da desnutrição, com cerca de 5,2 milhões de pessoas desnutridas em 2017.
Engana-se quem pensa que a má nutrição atinge apenas populações extremamente pobres. A fome oculta – a carência não aparente de um ou mais micronutrientes – é outro tipo de má nutrição infantil comum, que atinge diversos países e pessoas de diferentes rotinas e camadas sociais.
Nesse caso, o enriquecimento mandatório de alimentos é uma estratégia para suprir necessidades específicas de nutrientes da população, tendo impacto significativo na prevenção de doenças.
Os alimentos enriquecidos podem ser consumidos por todos, mas são uma opção importante para as fases em que o nível de micronutrientes precisa ser maior, como a infância, adolescência, gestação, lactação e durante o envelhecimento.
Para as crianças, esse tipo de alimento pode ajudar os pais a garantirem a ingestão diária recomendada de nutrientes para os filhos que consomem pouca variedade de alimentos. Segundo a pesquisa da DSM, a alta seletividade na hora de comer é uma dificuldade para os pais em todo o mundo, com 39% das crianças globalmente sendo consideradas seletivas com o que comem.
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Contudo, Cori ressalta que, embora os alimentos enriquecidos contribuam para que a população atinja a quantidade diária recomendada de nutrientes, eles devem fazer parte de uma alimentação equilibrada que inclui o consumo regular de frutas, verduras, legumes e cereais integrais.
“Alimentos também são enriquecidos com vitaminas e minerais para repor nutrientes que eles não contêm de outra forma. Por exemplo, a farinha de milho e trigo perde suas vitaminas e minerais quando refinados, e a fortificação dos produtos feitos com eles adiciona ou retorna seu valor nutricional. Nesse sentido, os alimentos enriquecidos oferecem um complemento para a refeição”, ressalta o especialista.
Cori também dá dicas para os pais e mães lerem atentamente os rótulos e fazerem as melhores escolhas para seus filhos, comparando o conteúdo nutricional:
1. Observar a quantidade total de, açúcares, sódio, gorduras e energia buscando limitar o consumo desses itens.
2. Verificar se o produto é enriquecido com vitaminas, minerais, ômega-3 e outros nutrientes que melhoram o perfil nutricional.
3. Valorizar os alimentos que contêm maior quantidade de fibras.
FONTE: DSM — Bright Science. Brighter Living.™
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