Especialistas defendem que os médicos ensinem seus pacientes a cozinhar
‘’Que seu alimento seja teu remédio’’. A frase do grego Hipócrates, considerado o ‘’pai’’ da medicina ocidental, foi dita há mais de 2500 anos.
Mas as palavras do pensador e médico da Antiguidade parecem estar ainda bem atuais no século XXI.
Durante um importante congresso de medicina nos Estados Unidos, especialistas defenderam que os médicos sejam ensinados a cozinhar, para repassar este conhecimento aos seus pacientes, garantindo assim uma melhor alimentação e boa saúde.
Quer saber mais sobre a ideia de levar os médicos para a cozinha? Então não deixe de ler esta matéria completa.
A ideia surgiu com a formação do grupo “Médicos na Cozinha”, há cerca de 10 anos na Rupa University, no estado da Flórida, nos EUA e é uma prática que já ocorre em algumas universidades americanas, onde os estudantes de medicina são ensinados a cozinhar.
E essa ação foi defendida de forma ainda mais abrangente durante o Congresso da Academia Americana Antienvelhecimento(A4M), também na Flórida.
A proposta, considerada revolucionária por cientistas, pesquisadores e profissionais da área da saúde, é treinar os médicos na escolha e preparação de pratos com ingredientes mais saudáveis e também orientar os pacientes sobre o que não deve ser consumido.
‘’De acordo com o Congresso, os médicos devem ensinar os pacientes a cozinhar. Nem tudo é sacrifício em dietas. O paciente deve se transformar de gourmand em gourmet, estimulando o paladar agradavelmente’’, afirma a médica Odilza Vital, com Especialização em Endocrinologia pela PUC-Rio e professora dos cursos de Pós-Graduação em Geriatria e Gerontologia da UFF.
A dra. Odilza é autora do livro ‘’Emagreça para Sempre com Saúde’’ e uma precursora do ‘’Médicos na Cozinha’’ no Brasil. Ela criou até uma cozinha saudável dentro de sua clínica na cidade de Niterói, no estado do RJ, para preparar receitas com alimentos que ajudem a melhorar os resultados dos tratamentos médicos.
‘’A ingestão de alimentos provoca inúmeras reações químicas no corpo, podendo levar à formação de substâncias tóxicas. Várias ondas recentes sugerem comidas sem glúten ou lactose, veganas, cruas, naturais, integrais, com substituição, por exemplo, do sal por gotas de limão e erradicação da gordura ruim. Digo há anos que não se deve comer margarina e tudo isso foi destacado no congresso da A4M”, acrescenta a médica.
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Mas o que seria cozinhar de uma forma mais benéfica para a saúde?
A dra.Odilza nos ajuda a entender melhor:
‘’ Uma cozinha saudável é feita de alimentos naturais. Tudo que se caça, pesca, colhe, é alimento natural. E feito de uma maneira natural evitando temperaturas elevadas, principalmente os grelhados, pois vão formar elementos cancerígenos. O tostado do alimento é cheio de radicais livres e vão impregnar no organismo, causando uma série de problemas’’.
E prossegue a médica:
‘’ A alimentação, já disse Hipócrates, serve como nosso próprio remédio e auxilia em tudo, desde uma micose no pé, até uma enxaqueca, porque a alimentação feita de maneira natural e com alimentos que a pessoa não tenha restrições, intolerância, é saudável e ajuda o organismo em todos os tempos’’.
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A dra. Odilza tem várias dicas para que as pessoas possam cuidar melhor da alimentação e da saúde. Entre elas estão:
.Beba meio copo d’água antes de cada refeição
.Evite entradas e coloque todos os alimentos de uma vez no prato
.Mastigue pelo menos 30 vezes o alimento antes de engolir
.Evite repetir o prato
Ela explica ainda o que é a ‘’gordura boa’’.
‘’A gordura boa é a poli-insaturada e a melhor dessa é o azeite de oliva extra virgem. Existe um princípio ativo na folha da oliveira, que é oleuropeína, antioxidante extremamente benéfico à saúde. Já a margarina é um alimento fake e qualquer coisa fake não é bom para o organismo, pois não temos enzimas para digerir. É um óleo submetido à uma hidrogenação na fábrica e toma uma apresentação mais endurecida, para passar no pão ou bolacha’’.
E a médica finaliza com uma dica de como um bom tempero pode diminuir a quantidade de óleo na comida:
‘’Você pode fazer um bom refogado sem usar gordura nenhuma. O que se prega hoje em dia é o óleo de coco. Eu uso canola, que é um óleo muito bom e até ensino os pacientes a fazerem uma carne assada sem gordura nenhuma. Você refoga o alho na panela, em fogo médio para baixo, quando está quase “pegando” mistura a cebola, aumenta o fogo, para não minar muita água e não cozinhar e aí coloca-se o resto de tempero, o tomate e até um pouco de água para cozinhar os alimentos’’.
Contamos com a colaboração da Gabriela Nasser Comunica e da médica:
Dra. Odilza Vital/Endocrinologista
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