As empresas podem ajudar na prevenção ao câncer de próstata
Nos últimos anos, a campanha do Novembro Azul vem alertando para um grave problema de saúde: o câncer de próstata, que é considerado um dos tumores mais comuns a afetar os homens. Estudos do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que ocorrem quase 66 mil novos casos a cada ano, atingindo principalmente homens com mais de 55 anos e acima do peso. A doença provoca quase 29% de mortes entre os pacientes que apresentam o tumor de próstata, gerando um dado alarmante: a cada 38 minutos morre um homem vítima desta doença.
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, tem o formato parecido com uma castanha e um peso aproximado de 20 gramas. Ela fica logo abaixo da bexiga e sua principal função é produzir o esperma.
Os principais sintomas do câncer de próstata aparecem quando a doença já está em fase avançada e são:
.Dores ao urinar
.Sangue ou sêmen na urina
.Aumento na vontade de urinar
.Dores nos ossos
A boa notícia é que se for detectado na fase inicial, há uma boa chance de impedir consequências mais graves do câncer de próstata, mas isso não ocorre por puro preconceito. Muitos homens ainda se recusam a fazer o exame de toque retal com um urologista, o que faz com que mais de 95% dos casos só sejam descobertos quando o tumor já está avançado.
Para combater este preconceito em relação ao exame de próstata, foi lançada em 2003 na cidade de Melbourne na Austrália a Campanha Novembro Azul, passando então o mês de novembro a ser o mês mundial de lembrança e combate a esta doença.
No Brasil, o Novembro Azul chegou no ano de 2008, graças a uma parceria entre o Instituto Lado a Lado pela Vida e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU),para quebrar tabus ,derrubar preconceitos e mostrar que a única chance de cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. E alerta ainda para os principais fatores de risco, que são:
.Histórico familiar
.Homens negros são mais atingidos
O ideal recomendado pelos médicos, é que a partir dos 45 anos todos os homens já comecem a fazer de forma periódica, uma vez por ano o exame de próstata, mesmo que não pertençam a nenhum grupo de risco ou tenham qualquer sintoma, pois esta é uma doença silenciosa.
Um fator importante que pode ajudar no processo de conscientização sobre a importância do exame de próstata, é as empresas entrarem de cabeça na campanha do Novembro Azul, auxiliando a divulgar este entendimento entre seus funcionários do sexo masculino.
Segundo a psicóloga e professora universitária, Fátima Antunes, que tem mais de 25 anos atuando em setores de Recursos Humanos de empresas ,é preciso falar abertamente sobre o problema:
“Um primeiro passo é orientar sobre a importância da prevenção promovendo encontros, palestras, conversas e cartazes que possam divulgar informações entre os colaboradores”.
Para Fátima, que é Pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e tem Mestrado em Psicologia Social, os profissionais de RH tem uma importância estratégica fundamental para mobilizar os homens dentro das corporações na luta contra o câncer de próstata:
“Ainda que haja um tabu entre os homens em relação ao exame, a empresa deve fazer uma campanha de forma sutil e cuidadosa para evitar constrangimento em função de comportamento inadequado de alguns colaboradores”.
A psicóloga afirma que o câncer de próstata ainda é um tabu para muitos homens, porque está sempre ligado à virilidade masculina e ao contrário da mulher, que pode fazer um autoexame nos seios, por exemplo, o homem não tem esta possibilidade.
“Muitas vezes eles preferem não fazer o exame toque retal e esperam sentir sintomas para, então, procurar o urologista”, acrescenta.
Mas e quando o funcionário for diagnosticado com câncer de próstata? Como a empresa deve agir? Fátima Antunes defende que ele seja acolhido e receba orientação psicológica e social:
“O afastamento das atividades laborais é essencial, mas é preciso mostrar que o profissional não está sozinho dentro daquele quadro delicado. É fundamental que as organizações ofereçam apoio psicológico, pois é uma situação que em geral desestabiliza emocionalmente a pessoa e a família dela. A dificuldade de lidar com aquele momento pode gerar emoções negativas que, inclusive, podem dificultar o tratamento. O fortalecimento emocional é de grande importância”, diz.
E como deve ser tratado o funcionário que passou pelo tratamento do câncer de próstata no seu retorno ao trabalho?
‘’ O retorno do funcionário deve ter um enquadramento adequado à doença, uma vez que algumas atividades mais operacionais podem comprometer a nova condição de saúde do colaborador, que mesmo curado, pode estar mais fragilizado, o que requer reenquadramento funcional “, conclui a psicóloga e especialista em RH.
Contamos com a colaboração da FF Assessoria de Imprensa e da Psicóloga Fátima Antunes
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