Os smartwatches ou ‘’relógios inteligentes’’, como o Apple Watch Series 8, têm se tornando cada vez mais uma forma de acompanhar o andamento da saúde do corpo, monitorando por exemplo:
.O sono
.A oxigenação do sangue
.A ovulação
.Os batimentos cardíacos
Em relação ao coração, os smartwaches são eficazes para indicar casos de arritmia cardíaca, um dos maiores fantasmas a assombrar quem tem receio de ter algum problema no coração.
Quer saber como os relógios inteligentes podem ser usados como ‘’amigos’’ do coração? Siga lendo esta reportagem.
Mas afinal o que são smartwatches? Quem nos explica é a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
‘’Um smartwatch contém uma função capaz de avaliar o quão rápido e em que frequência bate seu coração através de um eletrocardiograma (ECG) de uma derivação. Chamamos derivação o registro da diferença de potencial elétrico entre dois pontos, esta é a base para entender como funciona o sistema elétrico do coração. Lembrando que aqueles ECGs feitos em clínicas normalmente contam com 12 derivações. Por isso, ele não pode detectar ataques cardíacos, por exemplo’’.
E acrescenta:
‘’A tecnologia de ECG em um smartwatch usa LEDs piscando contra sua pele para detectar o fluxo sanguíneo e, portanto, medir sua frequência cardíaca. Os sensores então coletam essas informações e os algoritmos as processam para entender o ritmo do seu coração’’.
Esta função do smartwatch é semelhante ao que faz um marca-passo?
‘’O marca-passo é um aparelho médico que é implantado em portadores de diversas doenças do coração e tem a função de observar e também corrigir os defeitos do ritmo cardíaco. Ele é implantado por meio de uma cirurgia realizada no tórax do paciente. Já o smartwatch é uma tecnologia não invasiva, em forma de relógio, com a função de observação e alerta do ritmo cardíaco, ou seja, funciona como alerta de uma possível condição médica’’, diz ainda a dra. Caroline.
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A chamada fibrilação atrial é um dos tipos mais comuns de arritmias cardíacas e se caracteriza quando há alguma disfunção nos impulsos elétricos que comandam os batimentos cardíacos, provocando alterações no ritmo cardíaco.
‘’Desta forma, o coração pode bater muito rápido, (taquicardia), muito lento (bradicardia) ou de forma irregular (arritmia). A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca mais comum, afetando mais de 1% da população mundial. Já no Brasil, a prevalência chega a 2,5%. Nela, o batimento irregular e caótico das câmaras superiores do coração (os átrios) ocorre de forma tão descompassada que o músculo atrial “treme” ou fibrila,’’diz a dra. Caroline.
O uso de marca-passos é muito comum para monitorar este problema, mas um smartwatch oferece algumas vantagens.
‘’O marca-passo é um aparelho médico que é implantado em portadores de diversas doenças do coração e tem a função de observar e também corrigir os defeitos do ritmo cardíaco. Ele é implantado por meio de uma cirurgia realizada no tórax do paciente. Já o smartwatch é uma tecnologia não invasiva, em forma de relógio, com a função de observação e alerta do ritmo cardíaco, ou seja, funciona como alerta de uma possível condição médica’’, revela a dra. Caroline.
Ela explica ainda como utilizar o smartwatch de forma adequada:
‘’Para operar um smartwatch, primeiro você precisa possuir um smartphone. Em seguida, você instala o aplicativo que acompanha o smartwatch em seu telefone e o vincula aos dois dispositivos. Em segundo lugar, você conecta o bluetooth do seu smartwatch com o do seu telefone para sincronizar os dados do seu telefone com o seu smartwatch. Ele pode ser usado durante 24 horas, por meses, sendo que há modelos à prova de água’’.
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Apesar de apontarem bons resultados na identificação da fibrilação atrial, um estudo sobre o uso do Apple Watch publicado Canadian Journal of Cardiology((https://www.onlinecjc.ca/article/S0828-282X(22)00756-5/fulltext)) revelou que existem certos fatores a serem levados em conta na utilização do aparelho por pacientes já portadores de alguma doença cardíaca.
A pesquisa foi realizada com 734 pacientes hospitalizados, com cada um deles sendo submetido a um eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações, considerado o exame padrão. Na sequência, foi feita uma gravação de 30 segundos do ECG de derivação única do Apple Watch.
O resultado foi que o smartwatch falhou em diagnosticar precisamente a fibrilação atrial de 1 em cada 5 pacientes, com risco aumentado de falso positivo em pacientes com outras disfunções cardíacas, como
.Contrações ventriculares prematuras (CVP)
.Disfunção do nó sinusal
.Bloqueio atrioventricular
Mas o resultado da pesquisa não significa que a tecnologia dos smartwatches não seja útil.
“O que o estudo nos mostra é que, apesar de ter grande potencial, o desempenho do Apple Watch no diagnóstico de fibrilação atrial é significativamente afetado pela presença de outras anormalidades cardíacas, pois os algoritmos do aparelho ainda não são inteligentes o suficiente para detectarem precisamente a doença em meio a outras condições cardiovasculares. Mas, com o avanço das tecnologias, deve ser uma questão de tempo e pesquisas como essas são fundamentais para estimular os fabricantes a investirem, por exemplo, em melhores algoritmos, que não se baseiem apenas nos ciclos cardíacos, e em tecnologias de machine learning para aumentar a precisão do diagnóstico em pacientes com doenças cardiovasculares pré-existentes”, conclui a médica nefrologista.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da Dra. Caroline Reigada/Nefrologista
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