Usar a bicicleta como meio de transporte conta como exercício físico? Marcio Atalla tira suas dúvidas
Trocar o carro ou o transporte coletivo pela bicicleta, quando possível, é uma escolha inteligente tanto para a saúde coletiva quanto para pessoal. Mesmo com a intensidade menor do que a obtida com a bicicleta ergométrica na academia ou em treinos de alta performance, pedalar nas ruas ajuda a aumentar o gasto calórico e o ganho de massa magra e, de quebra, garante pernas mais fortes.
“Para você que tem a chance e a segurança de pedalar para se deslocar, para ir ao trabalho, eu digo que o esforço vale a pena. É 2 em 1: você resolve o problema da locomoção e da saúde ao mesmo tempo”, afirma Marcio Atalla.
No Brasil, não raro, a bicicleta costumava ficar esquecida na garagem juntando poeira, de onde era retirada apenas para esporádicos períodos de lazer. Nos últimos anos, porém, com o aumento das ciclovias e ciclofaixas, o número de pessoas que optou por deixar o carro ou o transporte coletivo de lado e escolheu subir na bike para ir ao trabalho – ou trabalham em cima dela, realizando entregas – e fazer tarefas cotidianas tem aumentado.
Em muitos países do mundo, a bicicleta já é o meio de transporte preferido de parte considerável da população. Pedalar, além de diminuir os níveis de poluição nas cidades que dão preferência a essa forma “limpa” de locomoção, melhora a saúde de seus moradores.
“Esse assunto me interessa muito. Gravei um documentário sobre o tema, o ‘Vida em Movimento’, para o qual visitei vários países do mundo para saber mais sobre os hábitos locais. Uma cidade muito especial é Copenhagen, a capital da Dinamarca, lá existem duas bicicletas para cada habitante e 78% das pessoas têm o hábito de pedalar. Isso tem tudo a ver com saúde“, conta Atalla.
Atalla ainda reforça que os índices de saúde da cidade dinamarquesa são excelentes, com baixos níveis de incidência de doenças relacionadas ao sedentarismo e maus hábitos, como o diabetes e a obesidade, que estão abaixo da média mundial.
“Não gosto de estabelecer ‘números mágicos’ para a atividade física, pois parece que qualquer quantidade a menos anula a efetividade da prática. Mas, em conversas com especialistas de saúde e do governo dinamarquês, chegamos à conclusão de que pedalar 8 km por dia é número muito bacana para se movimentar”, explica Atalla.
Pedalar nas ruas, na maioria das vezes, não tem mesma intensidade do que o exercício feito com bicicletas ergométricas em academias, como o spinning, por exemplo. Além disso há questões de infraestrutura, que nas cidades brasileiras não são ideais, e as limitações por conta dos semáforos e carros, que restringem a movimentação.
Ainda assim, a atividade reflete positivamente na saúde de quem adota a bicicleta como meio de transporte, segundo o educador físico. “Isso em razão do gasto calórico, que acontece independente do tempo em que ela é feita”, explica Atalla. “Também há um ganho cardiovascular pela energia despendida para fazer a bicicleta se movimentar, além do aumento de massa muscular nas pernas“, complementa.
Por fim, Atalla coloca a questão: “É uma reflexão que deixo, muitas pessoas pegam o carro para andar poucos quilômetros e têm condições, seja de infraestrutura ou de segurança, que permitiriam que ela pudesse ir de bicicleta. Ao mesmo tempo, alegam que não fazem exercício por falta de tempo. Elas poderiam aproveitar o tempo que se deslocam para pedalar”.
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