A OMS define depressão como um transtorno mental comum
Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O alerta um dia antes do Dia Mundial da Saúde Mental, 10 de outubro, para a necessidade de combater o estigma em torno da doença e incentivar que os governos implementem tratamentos para combater o transtorno. Pelos dados da OMS, pelo menos 5% das pessoas que vivem em comunidade sofrem de depressão. A OMS define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração.
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A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, mas, na forma moderada ou grave, as pessoas precisam de medicação e tratamentos profissionais. A depressão é um distúrbio que pode ser diagnosticado e tratado por não especialistas, segundo a OMS. Mas o atendimento especializado é considerado fundamental. Quanto mais cedo começa o tratamento, melhores são os resultados.
Vários fatores podem levar à depressão, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Estudos mostram, por exemplo, que uma em cada cinco mulheres que dão à luz acaba sofrendo de depressão pós-parto. Especialistas recomendam que amigos e parentes das pessoas que sofrem de depressão participem do tratamento. Com Fiocruz e agência Brasil.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, a prevalência de depressão na população geral varia entre 3% e 11%. Mulheres são acometidas duas ou três vezes mais que homens. De acordo com o psiquiatra Leonardo Gama Filho, chefe do serviço de saúde mental do Hospital Municipal Lourenço Jorge (RJ), especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica Brasileira, estudos relacionam os períodos de mudança dos níveis de estrogênio ao longo da vida das mulheres com os momentos em que elas estariam mais vulneráveis à depressão. São eles: início da puberdade, antes do ciclo menstrual, após o parto e início da menopausa.
Segundo o médico, quando a puberdade começa, ocorre na mulher uma elevação de estrogênio, que, somada a fatores como influência genética, disfunções nos neurotransmissores e fatores ambientais, pode dar origem à doença. Os sintomas mais comuns neste período são oscilações de humor freqüentes, tendência ao isolamento social, redução do prazer e do interesse por lazer, hipersensibilidade à rejeição, preocupações acentuadas com a aparência e baixa auto-estima. “A negação do problema e o não encaminhamento precoce a um profissional capacitado são os principais erros cometidos pelas pessoas mais próximas desses jovens. Outra coisa importante é não censurá-los, e mostrá-los que a fase pela qual passam é decorrente de uma doença séria, para a qual existem tratamentos muito eficazes”, afirma o especialista.
Outro período propício para episódios depressivos é o que antecede o ciclo menstrual. Estudos demonstram que, além de uma queda significativa de serotonina, as alterações hormonais podem provocar uma maior retenção de líquidos em todos os órgãos femininos. Isso é capaz de afetar a função cerebral da mulher e pode alterar seu estado emocional, tornando-a irritadiça, mal-humorada, inquieta, com certo grau de ansiedade. “O tratamento, neste caso, consiste em manter uma dieta rica em fibras, pouco sal e açúcar, peixes e verduras, praticar exercícios físicos, fazer uso de diuréticos e suplementos de vitaminas e sais minerais e, quando necessário, antidepressivos, ansiolíticos e terapia hormonal para inibir a ovulação”, explica.
Das mulheres que têm filhos, entre 10% e 20% apresentam a síndrome depressiva no pós-parto. De acordo com o médico, os níveis de estrogênio que se encontram elevados durante a gravidez caem abruptamente após o nascimento da criança. Nesta fase, ocorre também uma queda intensa dos níveis de beta-endorfinas, que interfere na produção de neurotransmissores como a serotonina e noradrenalina, causando depressão em mulheres predispostas. A medida mais importante neste caso é a prevenção. “É importante identificar mulheres com maior risco, e antes do parto, procurar uma psicoterapia de apoio”, aconselha.
Os fatores de risco são: história anterior de depressão pós-parto ou doença mental familiar, pouco suporte social, inexperiência com crianças, gravidez não planejada, pessimismo pré-natal, relações conjugais conflitantes, tentativas anteriores de suicídio e uso de drogas.
No início da menopausa, as mudanças hormonais fazem com que a doença se apresente com os sintomas típicos e ainda com desconfortos físicos, como fogachos, calores noturnos, atrofia mamária, osteoporose, dores articulares, atrofia vaginal e cutânea. O tratamento nesta fase consiste na associação de antidepressivos com reposição hormonal à base de estrogênio. “As pacientes se beneficiam bastante desta medida terapêutica, notando melhora considerável do sono, de dores articulares e da vida sexual”, garante.
Por Daniele Monte
Existe relação entre a prática de atividade física e a depressão? Quatro universidades brasileiras e sete estrangeiras realizaram uma estudo conjunto para fazer essa análise.
Em abril deste ano, o “The American Journal of Psichiatry” publicou um artigo que avaliou dados de 49 pesquisas e promoveu uma análise estatística.
Centenas de pesquisas foram realizadas sobre o tema, todas inconclusivas.
Por isso o estudo conjunto se dedicou a fazer uma meta-análise das pesquisas anteriores. Foram consultadas mais de 265 mil pessoas em 20 países diferentes, concluindo que, independente da idade ou situação, o exercício físico previne a depressão.
O estudo não chegou a uma definição sobre quanto de atividade física praticada é necessária para manter a depressão longe, mas entendeu que quanto mais exercício for praticado, melhor. Se o praticante se manter no nível recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que são 150 minutos de exercício moderado por semana, a probabilidade de se manter longe a depressão é de 32%.
Mas por que a prática de exercícios diminui o risco de depressão? Segundo os cientistas é que eles aceleram a regeneração dos neurônios, que os deprimidos perdem mais do que conseguem regenerar. Pessoas que sofrem de depressão por muito tempo podem ter partes do cérebro, como hipocampo e córtex pré-frontal, atrofiadas, o que a atividade física regular ajuda a prevenir.
Você já reparou na forma como caminha na rua? Quando estamos felizes, nosso passo é mais animado. Já nos dias mais tensos, ou quando estamos mais preocupados, nosso passo parece que se arrasta não é verdade? Mas, se o emocional incide sobre a maneira como nos deslocamos, o contrário também não seria verdade? Ou seja, nosso humor não pode melhorar se imprimirmos mais ação em nossa caminhada? Uma nova pesquisa, publicada pelo “Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry” aponta que sim.
O estudo foi realizado pela Universidade de Queen, no Canadá. Os participantes do estudo foram estimulados a caminhar como alguém caminha quando está em depressão. Ou de uma forma animada, própria de alguém quando está feliz. O objetivo foi descobrir se – e de que forma – o modo de caminhar afetaria a memória.
Para o experimento foi realizado um sistema de captura de movimento óptico, incluindo 17 câmeras. Os pesquisadores fizeram uma avaliação da marcha de 47 pessoas. Metade dos participantes caminhou simulando um estilo de andar depressivo, e a outra metade caminharam simulando o andar de uma pessoa feliz. Os dois grupos cumpriram a mesma velocidade e realizaram a experiência sem serem informados do motivo do estudo.
Durante o tempo na esteira foi lida uma lista de palavras positivas e negativas, pedindo aos participantes para avaliar se cada palavra os descrevia. Em seguida, os participantes foram solicitados a repetir as palavras que conseguiam se lembrar. Os que haviam imitado uma caminhada deprimida recordaram mais palavras negativas do que aqueles que caminharam de forma mais animada.
O resultado do experimento demonstrou que a forma como caminhamos influencia a forma como processamos as informações. E que o aprimoramento no estilo de andar poderia ajudar pessoas que estão em se tratando de depressão. Pensamentos negativos que se fixam na memória fazem com que portadores de depressão se sintam pior, criando um efeito espiral que pode ser difícil de vencer. Conseguir quebrar esse círculo vicioso de pensamento pode resultar numa excelente forma de alívio para os depressivos.
Um estudo divulgado pelo The American Journal or Clinical Nutrition constatou que a vitamina D pode ser um grande aliando no combate à depressão feminina, principalmente na fase da pós-menopausa. A ingestão da vitamina pode ajudar a reduzir os sintomas causados pela doença.
O estudo analisou a introdução de vitamina D no organismo através de suplementos e dos alimentos. O que se constatou é que, somado a atividades físicas, o suplemento colaborou para diminuir e muitas vezes até mesmo fazer desaparecer a depressão das pessoas estudadas.
A vitamina D é produzida naturalmente pela exposição à luz do sol e também pode ser encontrada no óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, leite desnatado, cereais, iogurte e salada de atum.
A erva-de-são-joão sempre foi utilizada em diversos tratamentos: prisão de ventre, insônias, dores de cabeça, gastrite, hemorroidas, tétano, doenças mentais e até mesmo para alguns tipos de câncer. Mas seu efeito maior é no tratamento contra a depressão.
Um dos países que vem utilizando a planta como antidepressivo é a Alemanha. Lá a erva-de-são-joão está presente em 25% dos antidepressivos receitados. Mas, por possuir efeitos colaterais, ela só deve ser usada com a devida recomendação e acompanhamento médico.
Alguns pacientes sofreram ação fotossensibilizante, ou seja, apresentaram dor após tomar banho de sol. Outras pessoas sofreram alucinações, mesmo não tendo histórico de problemas psiquiátricos em sim mesmas ou na família.
Hipertensos devem ter especial cuidado em ingerir a erva, já que combinada com queijo, repolho, picles e vinho ela promoveu o aumento da pressão arterial. A planta também pode vir a interferir na ação de medicamentos usados no tratamento do HIV.
Pacientes transplantados não devem fazer uso da erva, já que ela interfere no efeito imunossupressor da ciclosporina, utilizada na prevenção da rejeição dos órgãos. Mulheres que usam contraceptivos orais também apresentaram sangramentos e falhas no medicamento.
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