Entenda o que é essa condição para não confundir com o derrame
Você já ouviu falar da Paralisia de Bell? Caso tenha respondido ’’não’’, então você faz parte da maioria das pessoas que não conhecem esta condição.
A Paralisia de Bell ganhou alguma notoriedade após a jornalista e apresentadora Fernanda Gentil relatar que foi vítima deste problema. E ela descobriu que estava sofrendo dessa condição de uma forma bem inusitada, ao sentir a boca dormente quando tentou dar um beijo no próprio filho.
Além de ser quase desconhecida, a Paralisia de Bell ainda tem o risco de assustar muita gente, pois tem sintomas que podem ser confundidos com os do AVC!
Por isso preparamos essa reportagem para esclarecer todas as dúvidas e ninguém mais cair nessa confusão. Confira a seguir!
Mas afinal o que é essa condição tão pouco conhecida e que gera tanta dúvida? Quem nos ajuda a entender melhor é a otoneurologista Nathália Prudencio, médica otorrinolaringologista com mestrado pela UNIFESP.
“A Paralisia de Bell é definida como um processo inflamatório do 7º nervo craniano, chamado de nervo facial, que é responsável pela contração dos músculos da face. As funções motoras da face deixam de funcionar bem’’.
Os principais sintomas são:
.Dor
.Dormência ou formigamento em metade do rosto
.Dores perto ou atrás do ouvido
.Paralisia ou fraqueza dos músculos da face (só de um lado)
.Dificuldade em pronunciar algumas palavras
‘’A dor varia entre os pacientes com a Paralisia de Bell, ela não costuma ser intensa, porém pode ser necessário o uso de analgésicos’’, diz a dra. Nathália.
E acrescenta a otoneurologista:
‘’O paciente pode ainda apresentar secura nos olhos e na boca, alteração ou perda de paladar, hiperacusia (intolerância a sons e ruídos) e flacidez na pálpebra’’.
A Paralisia de Bell pode ainda prejudicar ações rotineiras como comer e beber.
‘’O paciente, a depender do grau da paralisia, pode ter dificuldade no controle do fechamento do lábio do lado afetado podendo perceber algum tipo de vazamento pela boca principalmente ao ingerir líquidos (pode precisar do auxílio de canudo). Pode ter também dificuldade com a mastigação no lado afetado’’, afirma a médica.
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A paralisia no rosto pode ocorrer tanto na Paralisia de Bell, quanto no AVC, o que geralmente põe dúvidas na cabeça dos pacientes. Mas como não confundir os sintomas?
‘’A primeira diferença é o padrão de acometimento da face. Na Paralisia de Bell que é uma paralisia facial periférica, toda a hemiface (metade do rosto) do paciente fica acometida. Já em casos centrais como o AVC, o acometimento se restringe ao quadrante médio e inferior da hemiface. Além disso, outros sinais neurológicos podem ser avaliados, como fraqueza muscular em outras partes do corpo, alterações visuais como diplopia (visão dupla) e confusão mental, sinais como esses podem sugerir um quadro neurológico’’, aponta a especialista.
Uma pessoa com a Paralisia de Bell, também pode apresentar dificuldades em movimentos simples, tais como:
.Sorrir
.Assobiar
.Fechar o olho(no lado paralisado)
.Enrugar a testa
.Desvio da boca ( para o lado não paralisado)
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Mas existem exames que podem confirmar se a pessoa está com a Paralisia de Bell.
‘’O diagnóstico da Paralisia de Bell é clínico, ou seja, é feito através da história e exame físico realizado pelo médico em consultório. Se houver algum sinal ou sintoma de outras causas para a paralisia facial do paciente, como causas tumorais ou infecciosas, exames complementares podem ser solicitados (exames sorológicos e de imagem) para afastar outras possibilidades’’, afirma a dra. Nathália Prudencio.
Após o diagnóstico, deve-se iniciar o tratamento.
“O tratamento deverá ser iniciado o quanto antes, por isso é tão importante um diagnóstico precoce. A medicação de escolha é o uso de corticosteroides e poderá ser associado a antivirais. Cuidados oculares são extremamente importantes, com uso de lubrificantes oculares durante o dia e manutenção do olho fechado durante a noite. A fisioterapia costuma ser indicada na maior parte dos casos, visando aumentar a função muscular e nervosa, porém ainda não temos estudos tão consistentes sobre seu benefício’’, indica a médica.
E conclui a otoneurologista:
‘’A maior parte dos pacientes com a Paralisia de Bell irá recuperar os movimentos da face com o passar das semanas, sem ficar com sequelas. Porém, uma pequena parcela, poderá necessitar de tratamentos adicionais em caso de não melhora”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Nathália Prudencio/ Otoneurologista
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