Estudo mostra que 62% dos pais não sabem lidar com filhos adolescentes
A adolescência, marcada por intensas transformações físicas e emocionais, é um período desafiador para pais e mães. As constantes mudanças de humor, a busca por autonomia e a influência de grupos sociais podem gerar conflitos e gerar insegurança nos responsáveis.
Entre alguns dos pontos muito comuns que afetam os adolescentes nos dias de hoje estão:
.Impactos das redes sociais
.Dificuldades de aprendizagem na escola
.Problemas nas relações interpessoais
.Aumento dos casos de ansiedade e depressão
E um estudo recente apontou que a maioria dos pais e mães não está sabendo como lidar com essa fase tão importante da vida dos filhos.
Quer saber mais? Então siga lendo esta reportagem.
O estudo foi realizado pelo Pew Research Center dos EUA (https://www.pewresearch.org/social-trends/2023/01/24/parenting-in-america-today/) e mostrou que 62% dos pais e mães não sabem como lidar com os filhos adolescentes.
A percepção deste sentimento é maior entre as mães: 30% delas admitem dificuldades em lidar com os filhos na adolescência. Já entre os pais a porcentagem fica em 20%
O excesso de trabalho no mundo moderno pode ser uma das causas destes problemas de relacionamento, pois muitos pais e mães acabam não tendo tempo para acompanhar os filhos mais de perto.
“Muitos acabam não acompanhando o seu desenvolvimento, ou o fazem de forma precária, prejudicando não só a relação, mas a formação do jovem”, afirma a psicóloga, psicanalista e professora Deborah Klajnman, mestre e doutora em Psicanálise (UERJ) e pesquisadora da USP.
O apoio familiar tem uma grande influência no desenvolvimento dos adolescentes. Um outro estudo, da Universidade da Califórnia (https://psycnet.apa.org/doiLanding?doi=10.1037%2Fdev0001780) revela que os filhos adolescentes que cresceram em lares acolhedores e saudáveis, se tornaram adultos mais responsáveis e com maior empatia.
“A proximidade entre pais e filhos é fundamental para fortalecer vínculos afetivos e gerar segurança, confiança e autonomia no adolescente”, afirma a psiquiatra Danielle Admoni, pesquisadora e supervisora na residência de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).
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Pais e mães devem estar sempre acompanhando a vida dos filhos adolescentes, sabendo por exemplo:
.Quem são os amigos deles?
.Quais os gostos dos filhos?
.O que eles aprendem a cada dia na escola?
“Acompanhar a vida de um filho e estar presente nela é o maior benefício que os pais podem proporcionar a ele”, diz a psiquiatra Danielle Admoni.
Esta proximidade ajudará os pais e contribuirá para que eles saiam da adolescência sem traumas.
‘’ Construir laços e um convívio saudável com seu filho é uma conduta que fará toda a diferença no futuro dele’’, diz a psicóloga Monica Machado pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein (SP).
Uma relação próxima ajuda ainda os filhos a manterem:
.A autoconfiança
.A autoestima
.A saúde mental
‘’Manter o vínculo e cuidado demonstram que você está disposto a conhecer ou reconhecer o mundo do seu filho, além de transmitir valores como empatia, confiança e responsabilidade afetiva”, acrescenta a psicanalista Deborah Klajnman.
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Os pais devem manter permanentemente um canal aberto de diálogo com seus filhos, para que eles se sintam seguros em procurar a ajuda paterna ou materna quando precisarem. Mas pode ser que o adolescente se sinta mais à vontade em conversar com outro parente.
‘’Nem sempre o filho tem o pai ou a mãe como referência de segurança. Muitas vezes, este posto pode ser da avó ou de uma tia, por exemplo, caso o jovem sinta mais afinidade”, lembra a psicóloga Monica Machado.
Mas de qualquer forma é importante os pais procurarem estar presentes e ouvirem os desabafos dos filhos, sem preconceitos.
‘’Um bom exemplo é nunca menosprezar o que ele está pensando ou sentindo. Mostre que você valida seus sentimentos. Essa postura fará com que o adolescente sinta abertura para expor suas emoções”, recomenda Deborah Klajnman.
E a psiquiatra Danielle Admoni conclui:
‘’Quando seu filho te procurar para falar, dê total atenção. Ouça tudo até o final, sem interrupções. Deixe para emitir suas opiniões somente quando tiver certeza de que ele disse tudo o que precisava. Assim, seu filho saberá que tem em você o suporte emocional que precisará em todas as fases da vida”.
Contamos com a colaboração da FGR Assessoria de Comunicação e das profissionais de saúde:
Monica Machado/Psicóloga
Danielle Admoni/Psiquiatra
Deborah Klajnman/Psicanalista
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