Pessimistas e estressados são mais vulneráveis ao hipotireoidismo
Você se considera um otimista ou um pessimista? Leva a vida de forma tranquila ou vive estressado? É bom tomar cuidado, pois dependendo da resposta a sua saúde pode estar sendo afetada.
Uma pesquisa científica aponta que pessoas dominadas pelo pessimismo e o estresse tem uma dificuldade maior em tratar o hipotireoidismo.
Para saber mais, siga lendo esta matéria.
A tireoide é uma pequena glândula localizada na parte frontal do pescoço. Os hormônios tireoidianos, principalmente a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), desempenham um papel fundamental na regulação do metabolismo do corpo, influenciando quase todos os sistemas orgânicos. Quando a tireoide não produz hormônios suficientes, o metabolismo desacelera, provocando uma variedade de sintomas e complicações de saúde.
E das doenças que atacam a tireoide, o hipotireoidismo é a mais comum no Brasil, atingindo de 8% a 12% da população, principalmente mulheres e idosos.
Entre os principais sintomas do hipotireoidismo estão:
.Fadiga e cansaço
.Ganho de peso
.Sensação de frio
.Pele seca
,Cabelos quebradiços
.Constipação
.Dores nas articulações
.Fraqueza muscular
.Alterações de humor
.Depressão
“O hipotireoidismo é uma condição na qual a glândula tireoide não produz hormônios tireoidianos suficientes. Entre 10-15% das pessoas com hipotireoidismo tratado apresentam sintomas persistentes, apesar de atingirem níveis normais de hormônio tireoidiano e as causas subjacentes não são claras”, esclarece a endocrinologista Deborah Beranger, pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e em Saúde e Qualidade de Vida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Caso não seja tratado, o hipotireoidismo pode levar a sérias complicações, tais como:
.Bócio
.Doenças cardíacas
.Problemas com a menstruação
.Infertilidade
.Inchaço intenso
.Redução da temperatura do corpo
.Complicações no desenvolvimento fetal e infantil
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E agora um estudo científico publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolismy ((https://academic.oup.com/jcem/advance-article/doi/10.1210/clinem/dgae140/7640726)) trouxe uma nova informação: pessoas com a chamada personalidade tipo D, tem uma dificuldade maior em tratar o hipotireoidismo.
A personalidade tipo D é caracterizada por:
.Pessimismo
.Estresse
.Preocupação
.Emoções negativas
.Isolamento social
‘’Este tipo de personalidade está associada a um mau estado de saúde e carga de sintomas, mas esta associação ainda não havia sido previamente estudada em pessoas com hipotireoidismo”, aponta a médica.
A pesquisa foi feita com mais de 3.500 pacientes com hipotireoidismo e metade deles apresentavam características da personalidade tipo D.
“Pessoas com hipotireoidismo e personalidade tipo D podem apresentar resultados de tratamento mais negativos do que aquelas sem personalidade tipo D, segundo o estudo. Há duas hipóteses: a personalidade tipo D e o hipotiroidismo partilham causas subjacentes semelhantes ou as pessoas com personalidade tipo D podem perceber os resultados do tratamento de forma mais negativa”, diz a endocrinologista.
O estudo revelou ainda que algumas das pessoas pesquisadas estavam insatisfeitas com o tratamento do hipotireoidismo e apresentavam sintomas que não eram resolvidos.
“Esse grupo se queixava de apresentar níveis particularmente elevados de ansiedade, depressão, insatisfação com o tratamento, sintomas persistentes e baixa qualidade de vida”, comenta a dra. Deborah.
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O hipotireoidismo é uma condição comum que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida se não for tratado adequadamente.
O diagnóstico de hipotireoidismo geralmente é feito através de exames de sangue que medem os níveis de TSH e hormônios tireoidianos. Um TSH elevado e baixos níveis de T4 são indicativos de hipotireoidismo primário. Em alguns casos, exames de imagem da tireoide também podem ser necessários.
O tratamento do hipotireoidismo envolve a reposição dos hormônios tireoidianos, que em muitos casos é feita com a levotiroxina, uma versão sintética do T4.
E sobre o tratamento do hipotireoidismo com base em traços de personalidade, ainda são necessárias mais pesquisas, mas os estudos iniciais já são um indicativo importante.
‘’É importante que o médico endocrinologista identifique esses sinais e encaminhe o paciente ao profissional de saúde mental para que ocorra realmente uma melhora da qualidade de vida deste paciente. É fundamental entender o contexto do paciente para que os tratamentos realmente promovam a melhora esperada”, conclui a médica.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Deborah Beranger/Endocrinologista
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