O cálculo renal ou pedra nos rins,como é popularmente conhecido,é um dos problemas de saúde que mais assusta as pessoas de todas as idades,pelo incômodo e principalmente pelas dores que pode vir a provocar.
Mas você sabia que durante o inverno as atenções com esta enfermidade devem ser redobradas? Pois é,dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia(SBN) mostram que a incidência de pedra nos rins aumenta cerca de 20% durante a estação mais fria do ano.
É que em épocas mais frias,com temperatura e umidade mais baixas existe uma tendência de se beber uma quantidade menor de água,o que acaba ajudando no aumento de casos de cálculo renal.
A falta de vontade e ânimo para praticar atividade física em dias mais gelados também pode levar ao sedentarismo, outro fator de risco para o aparecimento dos cálculos renais.
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Por definição, a medicina chama de cálculo renal,ou pedra nos rins, uma espécie de areia de cerca de 1mm até os chamados cálculos coraliformes, que como o nome já diz,se apresentam em formato de coral, pedras mesmo, endurecidas, com densidade similar à do osso da coluna. Podem tomar uma proporção grande e ocupar toda a pelve e os cálices renais,sendo composto por cristais de ácido úrico e que ao seu redor se agrupam sais de oxalato de cálcio, formando o cálculo.
Mas como identificar se alguém está com cálculo renal?
Quem nos responde é um especialista no assunto, o urologista e cirurgião José Alexandre Araújo, Coordenador de Urogineco da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional Rio de Janeiro:
‘’Com relação aos sintomas, o mais conhecido é a dor, onde o paciente vai ter dor lombar, geralmente embaixo das costelas, mais para a lateral. Aquela dor que muitas vezes os paciente sentem do lado da coluna paravertebral, na enorme maioria das vezes não é cálculo renal, o paciente até pode ter cálculo renal mas não é a dor do cálculo, é a dor da coluna. Mas o contrário também acontece infelizmente com uma certa frequência. Aquele paciente que acha que a vida inteira estava com dor e a dor era na coluna e na verdade era cálculo que foi crescendo e acabou destruindo o rim inteiro do paciente’’.
E prossegue:
‘’ Têm cálculos pequenos, médios e muito grandes que são assintomáticos. Então vale a pena sempre pedir para o seu médico exames de rotina, uma ultrassonografia, seja de abdome total ou via urinária, para dar uma olhada’’.
O dr. José Alexandre alerta ainda para outras complicações que as pedras nos rins podem provocar:
‘’Além da dor, o cálculo pode levar a infecção urinária e infecção urinária de repetição, já que quando ele é muito pequeno ele pode passar machucando, arranhando, o ureter e a uretra, que é a saída da bexiga até a vagina ou pênis. E essa “areia” machucando pode gerar um sangramento, pode levar o paciente a ter uma cistite e às vezes até uma infecção renal, conhecida como pielonefrite’’.
O aumento de cerca de 20% dos casos de cálculo renal nos períodos mais frios do ano é uma realidade percebida pelos médicos nas consultas.
Mas qual a causa deste aumento? Quem nos responde novamente é o urologista José Alexande Araújo:
‘’Basicamente isso ocorre pela diminuição da ingestão hídrica no inverno. No inverno, frio, você bebe menos líquido, você tem menos sede, bebendo menos líquido você vai fazer menos urina, a diurese diminui, vai lavar menos toda a via excretora urinária. A deposição de sais de ácido úrico e de oxalato de cálcio, principalmente, é maior. Uma “areiazinha” junta na outra e vai formar o cálculo. Então no inverno temos mais crises renais na população em geral’’.
O médico reforça a necessidade de se manter a hidratação durante o inverno:
‘’ A hidratação, como já falei anteriormente, é importantíssima para você aumentar o fluxo e manter este fluxo urinário constante lavando sempre a via urinária, tanto o rim como a pelve renal, que é onde cai a urina para chegar ao ureter e o ureter também’’.
E acrescenta:
‘’Para evitar o cálculo renal o básico é ingestão hídrica. Logicamente a água é o melhor líquido pra gente beber, o mais saudável, o mais barato. Mas líquidos naturais e saudáveis também, Pode ser chás, sucos de frutas cítricas. O suco de frutas cítricas nos ajuda muito a evitar ainda mais o cálculo renal, porque o ácido cítrico da fruta cítrica age diretamente no ácido úrico, diminuindo a quantidade de ácido úrico na via urinária do nosso organismo. Então, sucos de frutas cítricas naturais, não são aqueles sucos de caixinha, com esses sucos de caixinha o paciente vai acabar virando diabético. O chá é bom porque ele acaba sendo diurético, então ajuda bastante’’.
Mas e os refrigerantes e bebidas alcoólicas
‘’ O refrigerante é um vilão por causa do tipo de açúcar e os refrigerantes do tipo zero têm muito sal, e o sal é outro vilão. Refrigerantes normais, zero ou lights devem ser evitados a qualquer custo. Eu falo para os meus pacientes jogarem o refrigerante fora, porque não vai fazer falta nenhuma na vida deles. Bebidas alcoólicas desde que acompanhadas com a quantidade de líquidos saudáveis junto também ajuda, porque o álcool acaba sendo um forte diurético, pra gente aumentar a quantidade de urina, também ajuda a eliminar cálculos’’,diz o médico.
Qual a melhor estratégia para manter a hidratação no inverno?
‘’A melhor estratégia é ficar de olho na cor da urina. Quanto mais clara, mais próximo da coloração da água, mais hidratado nós estamos. Quanto mais próximo ao amarelo ouro, pior, é sinal de que precisamos nos hidratar’’,fala o urologista.
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Mas uma vez que a pessoa descobriu que está com pedra nos rins,o que fazer?
‘’Existem três opções de tratamento para o paciente que tem cálculo: ele sair espontaneamente, na grande maioria das vezes cálculos acima de 5 milímetros não saem espontaneamente, logicamente não é matemático, já vi pacientes com cálculo de quase 1 centímetro sair espontaneamente, mas é raríssimo. Até 5 mm a gente espera que esse cálculo vá sair, quando ele está no ureter. Quando ele está no rim quietinho, deixa ele lá, não tem necessidade de operar cálculo no rim assintomático de 5mm, 6mm, 7mm em um paciente quando ele está no rim, só se ele resolver sair. Ou ela sai espontaneamente, como falei, ou não se faz nada, se ele não crescer e não causar dor ele não vai causar maiores problemas desde que ele fique até 6, 7mm dentro do rim. Ou cirúrgico. E a parte cirúrgica, na enorme maioria das vezes, a gente faz todo via endoscópica, não faz nenhum corte no paciente. A gente entra com o aparelho pela uretra, bexiga e ureter até o rim e a gente dissolve o cálculo inteiro com energia a laser, onde hoje em dia os aparelhos estão cada vez melhores e a gente consegue pulverizar o cálculo. Isso em cálculos até 1,5 cm. Quando o paciente tem cálculos renais de 1,5 cm a 2 cm a gente pode fazer da mesma forma com laser ou partir para uma cirurgia chamada percutânea, onde por trás a gente acessa o rim, faz um furo no rim e com o aparelho chega no cálculo e quebra este cálculo, é usado para cálculos maiores, geralmente a indicação é de cálculos acima de 2 cm’’,afirma o dr. José Alexandre.
Mas existem casos mais graves:
‘‘Às vezes infelizmente, a gente tem que fazer múltiplas cirurgias no paciente porque existem cálculos chamados coraliformes, onde é preciso fazer até 6 cirurgias no paciente para conseguir limpar essa carga enorme de cálculos’’.
E é muito importante ainda manter uma rotina de exercícios físicos mesmo em épocas mais frias!
“O sedentarismo também é um fator que pode contribuir para o aparecimento dos cálculos nos dias frios em que a disposição para se exercitar fica menor. A ingestão de comidas com muito sal e proteínas também pode contribuir”,conclui o urologista.
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Contamos com a colaboração da Bem Na Fita Comunicação e do médico Dr. José Alexandre Araújo/Urologista e Cirurgião
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