Descoberta publicada no último dia 22 no Journal of American Medical Association, após análise de dados de 5700 pacientes, confirma que obesos, diabéticos e hipertensos correm maior risco de complicações com o coronavírus. Pacientes com diabetes têm maior probabilidade de precisarem de ventiladores
O estudo Presenting Characteristics, Comorbidities, and Outcomes Among 5700 Patients Hospitalized With COVID-19 in the New York City Area publicado no último dia 22 de abril, no Journal of American Medical Association, confirma que a obesidade, o diabetes e a pressão alta aumentam a gravidade de complicações da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-Cov-2), resultado do contágio do Novo Coronavírus.
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“O estudo incluiu dados de 5.700 pessoas hospitalizadas com Covid-19 na área de Nova York. As condições subjacentes eram comuns. Os pesquisadores descobriram que, entre todos os pacientes em estado grave, 57% tinham pressão alta, 41% eram obesos e pouco mais de um terço tinham diabetes”, afirma o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e médico voluntário no atendimento a casos suspeitos de Covid-19 no Hospital São Paulo. O estudo também constatou que os pacientes com diabetes tiveram maior probabilidade de serem colocados em ventiladores e desenvolverem problemas renais enquanto estavam no hospital.
O estudo foi realizado em hospitais de Northwell Health, o maior sistema de saúde acadêmico de Nova York, atendendo aproximadamente 11 milhões de pessoas em Long Island, Westchester County e Nova York. O conselho de revisão institucional da Northwell Health aprovou esta série de casos como uma pesquisa de risco mínimo usando dados coletados para a prática clínica de rotina.
O estudo não foi projetado para responder por que essas condições são mais comuns entre pacientes muito doentes. No entanto, é sabido que essas doenças aumentam o risco de outros problemas, como doenças cardíacas. Segundo a angiologista e cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, diabéticos, obesos e hipertensos costumam ter problemas de circulação e, de acordo com alguns estudos recentes, pode haver uma relação entre o Coronavírus e a circulação, já que o agente patógeno da doença desencadeia um processo incomum de coagulação, aumentando a incidência de quadros de trombose no pulmão e no abdômen. “Porém, tais estudos ainda são muito pequenos e possuem uma série de limitações, não sendo assim suficientes para apresentar um argumento conclusivo sobre o assunto”, completa.
De acordo com o médico Dr. Mário, pessoas com esses problemas crônicos de saúde devem ligar para seus médicos se tiverem sintomas novos ou incomuns ou tiverem contato com uma pessoa diagnosticada com Covid-19. “Segundo este e outros estudos, esses pacientes estão altamente representados nas pessoas que têm um curso grave da doença”, diz o médico voluntário no atendimento a casos suspeitos de Covid-19 no Hospital São Paulo.
Os pesquisadores também descobriram que a febre não era um sinal confiável de infecção. Apenas um terço dos pacientes tiveram temperaturas elevadas quando foram triados na chegada. “Outros sintomas conhecidos do coronavírus incluem tosse, dor de cabeça, dificuldade em respirar, fadiga severa e perda de olfato e paladar. Mas esses sintomas tendem a variar de pessoa para pessoa. E não está claro se certos sintomas podem servir como sinais de alerta de que uma pessoa pode acabar no hospital com uma doença grave”, finaliza o Dr. Mário.
FONTES: DRA. ALINE LAMAITA, DR. MÁRIO FARINAZZO
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