Pesquisa publicada na revista científica mBio conclui que hábitos de vida, como o tabagismo, podem causar alterações na microbiota cutânea, que, quando desequilibrada, facilita a entrada de vírus e bactérias prejudiciais ao organismo.
Em nossa pele, existem milhões de microrganismos vivos que compõem a microbiota cutânea e que podem exercer efeitos positivos e negativos dependendo de seu estado. Dessa forma, é fundamental que essa microbiota esteja equilibrada para que a pele permaneça saudável, já que uma das funções dessas “bactérias do bem” é proteger a pele contra vírus e bactérias que podem causar doenças.
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E, de acordo com estudo recente publicado na revista científica mBio, até 20% das mudanças na microbiota da pele ocorrem devido a fatores como idade, etnia, geografia e, principalmente, estilo de vida. “Já era de conhecimento da comunidade cientifica que o ambiente no qual o indivíduo vive tem influência sobre a microbiota cutânea. Porém, agora, esse estudo revela que algumas características e hábitos de vida também são determinantes para o equilíbrio dessa microbiota”, explica o farmacêutico Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia e diretor científico da Consulfarma.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram mais de 2.500 amostras de quatro regiões da pele e da boca de 195 indivíduos com idades entre 9 e 78 anos. “Com isso, os cientistas descobriram que entre os fatores de maior influência sobre a composição da pele do rosto estão o processo de envelhecimento, o uso de protetor solar e os níveis de moléculas sintetizadas pela bactéria envolvida no desenvolvimento da acne”, destaca Lucas.
“O estudo também apontou que a idade do indivíduo e a presença de rugas e manchas também podem causar diferentes padrões na microbiota cutânea.” Em relação à mucosa bucal, os principais fatores relacionados às variações da microbiota dessa região foram a etnia do indivíduo e o hábito de fumar.
Além disso, durante o estudo, os pesquisadores descobriram uma bactéria chamada Corynebacterium kroppenstedtii, que está relacionada ao envelhecimento da pele, o que abre espaço para que mais estudos na área sejam realizados para auxiliar no entendimento de como exatamente esse microrganismo está envolvido no processo de envelhecimento. ‘Porém, a pesquisa já é de grande importância, pois, além de esclarecer um pouco mais sobre o envelhecimento da pele, nos ajuda a entender por que as microbiotas cutâneas são tão diferentes de uma pessoa para a outra, informação essa que é fundamental para auxiliar na manutenção da saúde da pele e no combate a vírus e bactérias prejudiciais ao organismo’, finaliza Lucas Portilho.
FONTE: Lucas Portilho
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