A qualidade do sono pode ser uma arma contra a pandemia da Covid-19
Encarar e sobreviver à pandemia do coronavirus tem sido um grande desafio para a Humanidade nestes últimos 2 anos. Além dos protocolos sanitários como uso de máscara, de álcool em gel ,distanciamento social e vacinação, uma das recomendações médicas é que as pessoas fortaleçam seus sistemas imunológicos para auxiliar no combate à esta doença infecciosa. Só que num momento de grande estresse como este que se abateu sobre o mundo de 2020 para cá, com as incertezas sobre o futuro, assim como o medo de contaminação e a perda de entes queridos como parentes e amigos, a condição mental dos indivíduos fica muitas vezes prejudicada, baixando a imunidade do corpo e contribuindo para que o vírus faça seu estrago.
Para enfrentar este problema, é preciso investir em práticas que ajudem a aumentar a imunidade do corpo, entre as quais se destacam:
.Boa alimentação
.Atividade física
.Dormir bem
Em meio a tantos motivos de ‘’tirar o sono’’ nessa pandemia, estudos médicos defendem que se deve procurar ter um sono restaurador, que não deve durar menos de 7 horas.
Segundo a cirurgiã vascular Aline Lamaita, integrante da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, “o ideal é dormir entre 7 a 8 horas de forma consistente. Fugir desses valores é colocar a saúde em risco. Temos evidências extensas de que dormir 5 horas ou menos aumenta consistentemente o risco de condições adversas à saúde, como doenças cardiovasculares e até longevidade. Além disso, esse período é indispensável para a reparação do organismo e é importante para o bom funcionamento do sistema imunológico”.
Uma boa noite de sono é importante não só para deixar o sistema imune mais forte, mas também auxilia a manter o peso corporal sobre controle, o que ajuda sobremaneira neste momento de pandemia, visto que um dos fatores de risco para a Covid-19 é justamente o excesso de peso,a obesidade.
“O papel do sono na saúde metabólica das pessoas vem sendo objeto de estudo há anos. Para muitas pessoas a quebra do padrão normal do sono resulta invariavelmente em um ganho de peso e problemas fisiológicos. Quando há uma grave perturbação da ordem temporal, bioquímica, fisiológica e dos ritmos comportamentais, isso mexe também com a expressão de alguns genes que regulam nossas vias metabólicas e nossos hormônios. Muitos pacientes que enfrentam mudanças nesse ciclo não conseguem seguir um plano alimentar, têm maior carga de estresse e impulsos alimentares”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Dormir bem também ajuda a potencializar várias atividades cerebrais, aumentando assim o rendimento da capacidade de cognição, reduzindo o estresse, a ansiedade e melhorado o humor.
Para o médico neurologista e neuro-oncologista Gabriel Novaes de Rezende Batistella, da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA), “tempo e qualidade ao dormir nos deixam com um humor melhor e aguçam nosso cérebro. Também nos dão a energia e a capacidade de administrar nossas vidas ocupadas, desde exercícios físicos a até o trabalho”.
Para o dr. Gabriel, quem não dorme o suficiente vai ter que gerar mais esforço do cérebro, e qualquer tarefa que exija raciocínio, mesmo a mais simples, irá demandar um tremendo desgaste mental.
“Você também achará muito mais difícil se concentrar e poderá notar lacunas em sua memória de curto prazos”, acrescenta o neurologista.
Mas um bom sono também garante a boa aparência da pele, que pode ser muito afetada neste momento, em função de todo o estresse e ansiedade causados por estes tempos de pandemia.
“Durante o sono ocorre um relaxamento muscular, que evita as rugas de expressão pela mímica facial durante o dia, e a liberação de substâncias como o hormônio do crescimento (GH), que é responsável pelo desenvolvimento e renovação celular, inclusive das células de colágenos que são fundamentais para a firmeza e viço da pele. Dessa forma, uma noite mal dormida, além de diminuir a produção de colágeno, pode aumentar a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, que leva ao aumento de radicais livres com consequente oxidação das células da pele e aceleração do envelhecimento”, diz a dermatologista Paola Pomerantzeff, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
E até mesmo a vida sexual pode ser afetada, já que a falta de sono pode diminuir a libido. Segundo a dra. Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU, “isso ocorre porque não dormir bem faz com que o organismo diminua a produção de melatonina e aumente a produção de prolactina, que são hormônios contrarreguladores para estímulo gonadal (glândulas sexuais) e, consequentemente, causam a diminuição da libido, que também é afetada pelo estresse e exaustão que ocorrem quando não dormimos bem”.
Um alerta importante que médicos e pesquisadores especialistas em sono destacam é que não basta apenas dormir 7,8 horas por dia. Para combater todas as mazelas que a falta de sono acarreta, principalmente neste momento de pandemia, é importante não só o número de horas mas também e, principalmente, a qualidade deste sono.
A cirurgiã plástica Beatriz Lassance, titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS),recomenda: “Se mesmo após 7 horas os sintomas forem de cansaço e sonolência pode ser que a qualidade do sono esteja ruim, sendo importante então investir em alguns cuidados para melhorar esse quadro, como exercitar a higiene do sono”.
E prossegue, ‘’a higiene do sono consiste, basicamente, em adotar uma rotina que avisará o cérebro que está na hora de dormir. Então tome um banho, coloque um pijama, cuide da pele, escove os dentes, apague a luz e deite-se na cama. Enquanto isso, seu cérebro gerará sinais para que o organismo passe a produzir hormônios reguladores do sono, como a melatonina e a serotonina, e pare de produzir hormônios de alerta, como o cortisol. Mas evite utilizar qualquer tipo de equipamento eletrônico uma hora antes de dormir, seja o celular, o tablet ou a televisão, pois a luz azul emitida por dispositivos pode desestabilizar a produção de melanina, interferindo assim na qualidade do sono”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e dos médicos:
Dra.Aline Lamaita/Cirurgiã Vascular
Dra.Marcella Garcez/Nutróloga
Dr.Gabriel Novaes/Neurologista
Dra.Paola Pomerantzeff/Dermatologista
Dra.Eloisa Pinho/Ginecologista
Dra.Beatriz Lassance/Cirurgiã Plástica
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