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Glúten: muita polêmica no ar

A recomendação da exclusão do glúten da dieta tem sido adotada por inúmeros nutricionistas de forma indiscriminada para redução de peso.

Não há estudos científicos que comprovem a relação da exclusão do gúten presente no trigo, na aveia, na cevada e no centeio, com a redução de peso corporal e a gordura abdominal.

 

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Com base em discussões junto ao Conselho Regional de Nutricionistas (CRN-3), a recomendação de retirada do glúten da dieta só deve ser prescrita mediante diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten.

O glúten está presente na maioria dos alimentos como as massas, pães, biscoitos. Ao excluí-los da dieta, há redução calórica e, consequentemente, possibilidade de redução de peso. Portanto, essa redução não se deve à restrição do glúten e sim à exclusão de alimentos mais calóricos da dieta diária.

 

Glúten: Será um vilão? Confira aqui toda a verdade sobre esse alimento…

Já faz um tempo que o glúten vem sendo “crucificado” como responsável por todos os males (obesidade, intolerância à glicose, depressão, alergias e outros). Como houve relatos de diversos profissionais – médicos, nutricionistas e nutrólogos, posicionando-se favoravelmente à abolição do uso de pães e massas em geral visando o fim desses males e o emagrecimento sobre tudo, registro aqui algumas observações que considero importante.

Que as pessoas consomem pães, massas e biscoitos em quantidades excessivas é fato. O ganho de peso é obtido fundamentalmente pelo consumo excessivo de energia e especialmente proveniente das gorduras e carboidratos refinados. Quando mudamos radicalmente o hábito alimentar, como por exemplo, cortamos totalmente aquilo que comemos em excesso (pães, massas, biscoitos) e lembrando que estes alimentos geralmente carregam quantidade significativa de gordura (molhos, recheios, manteiga) e colocamos no lugar frutas e verduras, passamos a consumir menor quantidade de calorias e as conseqüências mais diretas são a melhoria da digestão, sensação de leveza após a refeição e o emagrecimento.

Que pães, massas e biscoitos são fermentativos também é fato, por isso geralmente provocam gases, especialmente nas pessoas que são sedentárias e têm a parede abdominal fraca, comem pouca fibra, bebem pouca água e sofrem de constipação intestinal (prisão de ventre).

Se a preocupação é com a saúde e o bem-estar a primeira questão é não vilanizar os alimentos, afinal, cada um deles é apenas o veículo de um ou mais nutrientes. O glúten é a proteína que predomina nos alimentos derivados do trigo, aveia, centeio e cevada e somente os portadores de Doença Celíaca é que devem bani-los da dieta, já que não possuem a enzima que faz sua digestão. Para estas pessoas, o consumo de glúten traz uma série de transtornos já que a absorção de outros nutrientes também acaba sendo prejudicada. Neste sentido é muito importante destacar as conquistas que os celíacos vêm obtendo, pois atualmente, além das novas variedades de substitutos dos pães e massas, os alimentos embalados, obrigatoriamente têm que destacar se o produto contém ou não glúten, coisa que há pouquíssimo tempo atrás não acontecia e que mesmo hoje estando em vigor, a grande maioria das pessoas não sabe o que é (só sabe o que é Glúten quem tem doença celíaca!).

Com o crescimento do diagnóstico (que ainda é muito pequeno), as estatísticas de celíacos no país vêm aumentando, mas muito trabalho ainda deve ser feito. Indivíduos normais processam o glúten sem qualquer problema. Portanto o ideal é seguir os preceitos básicos de uma alimentação equilibrada: comer em intervalos regulares de 3h, beber água nestes intervalos, dar preferência aos cereais integrais, grãos, vegetais e frutas. Preferir carnes brancas (especialmente peixes), leite desnatado, produtos lácteos livres de gorduras, evitar quantidades excessivas de sal e açúcar. Mesmo comendo alimentos saudáveis, jamais esquecer de comer com parcimônia, evitando as grandes porções.

Se este indivíduo normal apresenta algum desconforto gástrico (aumento dos gases, má digestão, azia, mal-estar, diarréia) após o consumo de algum alimento, ele pode fazer teste de exclusão temporário do(s) alimento(s) em questão, ou submeter-se ao teste de intolerância.

Depois desta matéria, me vejo surpreendida por colegas de trabalho querendo ajuda para fazer a dieta do Glúten. Aí penso: assim nasce mais um tipo de dieta para juntar-se às tantas outras, tão poderosas com suas propostas de cura e vida longa. Penso também: coitados dos Italianos, que depois de verem a queda do Império Romano pela peste e pelas guerras, poderão ter sua população dizimada pelo consumo de um simples cereal – o trigo.

De acordo com a ACELBRA (Associação de Celíacos do Brasil), para o diagnóstico de Doença Celíaca é absolutamente necessária a realização de biópsia do intestino delgado, não existindo motivos que justifiquem iniciar uma dieta sem glúten, sem ter realizado a biópsia, pois só esta é uma análise realmente conclusiva.

Portanto, deixo aqui meu registro de que nada melhor que olharmos para nossa alimentação com muito cuidado e não deixarmos nos seduzir por tantas hipóteses, que até podem trazer alguns benefícios, mas que podem transformar o dia a dia num verdadeiro martírio. A nutrição é simbolizada por uma balança que representa o equilíbrio. Assim se comermos alimentos de boa qualidade, em quantidades adequadas e nas devidas proporções o resto é conseqüência. Saúde a todos!

Por: Maria Lucia Bastos

 

Dieta sem glúten é arriscada para crianças

O registro do aumento da doença celíaca, caracterizada por intolerância ao glúten, vem crescendo no mundo. Talvez em função dos atuais métodos de detecção do problema. Isso refletiu no crescimento da indústria dos alimentos sem glúten. Só nos Estados Unidos o crescimento entre os anos de 2013 e 2015 ficou em 136%.

Muitos pais hoje estão cortando o glúten da dieta dos filhos para prevenir a doença celíaca, ou fazê-los emagrecer de forma saudável. Isso sem indicação ou acompanhamento do pediatra ou de um médico nutricionista.

Ano passado foi realizado nos Estados Unidos um estudo em que participaram 1.500 americanos, que revelaram que deixaram de consumir glúten sem um motivo especial. O problema é a desinformação sobre esse tipo de dieta e os riscos que pode causar. A dieta sem glúten não é a mais saudável. Inclusive possui desvantagens.

Ela pode aumentar a ingestão de gorduras e calorias, causar deficiências nutricionais ou até mascarar diagnóstico de doença celíaca. Sem diagnóstico comprovado de doença celíaca, a dieta sem glúten pode trazer mais riscos que benefícios. A dieta sem glúten não é a mais saudável. Inclusive possui desvantagens.

Ela pode aumentar a ingestão de gorduras e calorias, causar deficiências nutricionais ou até mascarar diagnóstico de doença celíaca. Sem diagnóstico comprovado de doença celíaca, a dieta sem glúten pode trazer mais riscos que benefícios para crianças e adolescentes.

 

É necessário consultar especialista antes de retirar da alimentação

Considerados inimigos número um da dietética moderna, o glúten e a lactose podem ser altamente prejudiciais para algumas pessoas, mas não é possível generalizar. Nem todos apresentam intolerância e, muitas vezes, a ausência desses produtos que contem nutrientes pode vir a causar problemas.

Dados da pesquisa “O impacto da rotina moderna na busca de uma vida saudável”, realizada por Centrum com 1.200 pessoas, comprovam que o assunto ainda é pouco compreendido: 55% dos entrevistados não sabem se apresentam restrição alimentar, por exemplo, ao glúten ou à lactose.

Alimentos ricos em glúten ajudam a controlar glicemia e triglicérides e cortar o leite e seus derivados da alimentação, restringimos o consumo de fontes importantes de cálcio, mineral responsável, junto com a vitamina D.

De acordo com o doutor em Nutrição e professor da Universidade de São Paulo Antonio Herbert Lancha Junior, menos de 1% da população mundial tem doença celíaca, reação alérgica que realmente impede o consumo de alimentos com a substância”. Nesses casos, deve-se procurar um médico especialista. Portanto, esses itens só devem ser abolidos da dieta depois de uma consulta a um profissional. E, na dúvida, a palavra de ordem é moderação.

Fonte: Maxpress, Ketchum

 

Você precisa mesmo abolir o glúten de sua alimentação?

Nutricionistas andam preocupados com a propaganda negativa que vem sendo feito sobre os alimentos com glúten em países como Estados Unidos e também no Brasil. Os especialistas temem as consequências negativas que a mudança na alimentação possa trazer. Principalmente, para quem não tem necessidade de abolir alimentos que tenham trigo, centeia, cevada, malte e aveia.

Estima-se que 1% da população mundial sofre de doença celíaca, uma desordem autoimune que provoca inflamações no intestino delgado, impede a digestão do glúten e provoca graves complicações. Quem tem alergia ao trigo costuma apresentar erupções e coceiras na pele que podem ocorrer em seguida ao consumo do farináceo ou algumas horas depois. Quem tem doença celíaca ou sensibilidade ao glúten pode sofrer com problemas gastrointestinais como dores abdominais, gases e diarreia. Outros sintomas são a enxaqueca, doenças respiratórias, depressão, osteoporose, anemias, cansaço crônico, infecções ginecológicas, diabetes tipo 1 e tireoidite de Hashimoto. O diagnóstico é feito através de exames que testam anticorpos específicos e alterações ocorridas no intestino

Os especialistas alertam que não consumir glúten virou moda, principalmente em dietas de redução de peso, mas que pessoas que não têm intolerância a essa alimentação não devem cortá-la do cardápio.

Hoje, a indústria alimentícia passou a investir bastante neste mercado que se torna cada vez mais lucrativo. O lucro em 2014 foi de US$ 2,42 bilhões. Nos EUA, 36% dos americanos aboliram o glúten mesmo sem ter essa necessidade diagnosticada. Em segundo lugar, 28% e 17%, vêm os celíacos, por motivações diversas, entre elas por acreditarem que são sensíveis ao glúten.

Um estudo publicado nos “Anales da Pediatria” em 2014, na Espanha, diagnosticou que, apesar da dieta sem glúten não trazer prejuízos à saúde, quem a adota passa a consumir mais gordura. Um dos alimentos preferidos de quem adere a esse regime é a tapioca. Embora não tenha glúten, a tapioca possui alto índice glicêmico, ou seja, eleva os níveis de açúcar no sangue. O melhor mesmo é adoção de uma alimentação equilibrada e só cortar o glúten se for mesmo necessário.

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